O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central anunciou a redução da taxa Selic de 13,75% para 13,25% ao ano, marcando a primeira queda desde agosto de 2020.

Essa decisão tem implicações significativas para diversos produtos financeiros e investimentos, incluindo a tradicional poupança, que tem sua rentabilidade diretamente atrelada à taxa básica de juros.

Mas, afinal, o que muda na poupança com Selic a 13,25%?

A mudança na Selic afeta o rendimento da poupança, mas nem sempre de forma proporcional.

Para entender como a poupança se comporta com a nova taxa Selic, é importante saber que existem dois cenários distintos:

  • Taxa Selic acima de 8,5% ao ano: Nesse caso, a poupança rende 0,5% sobre o valor depositado, acrescido da Taxa Referencial.
  • Taxa Selic igual ou abaixo de 8,5% ao ano: Com a Selic nesse patamar, a poupança rende apenas 70% da taxa básica de juros, também acrescido da Taxa Referencial.

Portanto, sempre que a Selic estiver abaixo de 8,5%, o rendimento da poupança acompanha o movimento da taxa básica de juros. Já quando a Selic ultrapassa esse limite, como é o caso atual, a poupança passa a render de forma fixa, em 0,5% ao mês, mais a Taxa Referencial.

Dessa forma, se você investir R$ 1 mil na poupança com a taxa atual, verá seu dinheiro render cerca de R$ 62,60 em um ano, considerando a rentabilidade de 0,50% ao mês mais a Taxa Referencial. Vale lembrar que quanto mais tempo o dinheiro permanecer aplicado, maior será o rendimento.

Poupança e Selic: o que é a taxa de juros básica?

A Taxa Selic, cuja sigla representa Sistema Especial de Liquidação e Custódia, é a taxa básica de juros da economia brasileira. Ela tem influência sobre todas as outras taxas de juros do país, como aquelas aplicadas em empréstimos, financiamentos e retornos em aplicações financeiras.

O Copom, que se reúne a cada 45 dias, é responsável por definir a taxa Selic, considerando diversos indicadores financeiros do país.

A Selic é uma referência importante para a economia do país e serve como uma ferramenta para controlar a inflação, refletindo a situação econômica do Brasil.

A queda ou aumento da taxa Selic afeta diferentes setores da vida financeira das pessoas, incluindo a inflação, o rendimento de investimentos e as taxas de empréstimos. Cada setor reage de maneira distinta às mudanças na taxa básica de juros.

Afinal, a poupança vale a pena?

A poupança é frequentemente considerada um investimento menos vantajoso em comparação a outras opções disponíveis no mercado financeiro. Isso acontece por algumas razões:

  • Baixa rentabilidade: A rentabilidade da poupança é historicamente baixa, especialmente em períodos de taxas de juros baixas. Como mencionado, a poupança rende 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial quando a Selic está acima de 8,5% ao ano. Em um cenário de taxa Selic a 13,25% ao ano, o rendimento líquido da poupança fica em torno de 2,35% ao ano. Isso significa que o dinheiro investido na poupança tem um crescimento bastante limitado.
  • Perda para a inflação: O baixo rendimento da poupança não acompanha a inflação, que é o aumento geral dos preços de bens e serviços. Isso significa que, com o tempo, o poder de compra do dinheiro investido na poupança tende a diminuir. Em momentos de inflação elevada, o rendimento da poupança pode ser corroído, resultando em uma perda real de valor.
  • Falta de liquidez: A poupança possui liquidez diária, o que significa que o dinheiro pode ser resgatado a qualquer momento. E isso é bom, porém, pode ser considerado uma desvantagem em certos casos, pois a facilidade de acesso ao dinheiro pode levar a gastos impulsivos e dificultar o hábito de poupar para objetivos de longo prazo.
  • Alternativas mais rentáveis: O mercado financeiro oferece uma variedade de opções de investimento com potencial de rentabilidade maior que a poupança, como Certificados de Depósito Bancário (CDBs), Tesouro Direto, Fundos de Investimento, ações, entre outros. Essas opções podem proporcionar retornos mais atrativos, desde que o investidor esteja disposto a assumir um pouco mais de risco.
  • Tributação: Enquanto alguns investimentos têm incidência de impostos sobre os rendimentos, como é o caso de CDBs e Fundos de Investimento, a poupança é isenta de Imposto de Renda para pessoa física. Porém, mesmo com essa vantagem tributária, em muitos casos, a diferença entre a rentabilidade de outros investimentos e a poupança ainda é significativa o suficiente para torná-los mais vantajosos.

Em resumo, a poupança pode ser uma opção adequada para pequenas reservas de emergência, pois oferece liquidez imediata e não tem incidência de Imposto de Renda.

No entanto, para objetivos de longo prazo e maiores ganhos financeiros, há alternativas mais interessantes no mercado financeiro, que podem oferecer maior rentabilidade e proteção contra a inflação.

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