Na próxima quarta-feira, 18 de junho, é celebrado o Dia Mundial da Conscientização do Câncer de Rim, data criada para alertar a população sobre os desafios no diagnóstico e tratamento da doença. O câncer de rim representa aproximadamente 3% dos tumores malignos do sistema urinário. Entre 2021 e 2024, a doença foi responsável por 12.414 mortes no Brasil, segundo dados do Painel de Monitoramento da Mortalidade do Ministério da Saúde, sendo 7.900 homens e 4.514 mulheres.
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Ele explica que com a progressão da doença, alguns sinais podem surgir, como sangue na urina (hematúria), dor no flanco ou região lombar, dor abdominal, massa abdominal palpável, perda de peso sem causa aparente, fadiga excessiva e inchaço nas pernas. “Quando o paciente sente algo, geralmente a doença já está num estágio mais avançado. Por isso é importante prestar atenção a sinais persistentes e não ignorá-los”, orienta.
Chiari pontua que o fator genético é o principal risco, mas não o único. Obesidade, tabagismo, hipertensão arterial crônica, doença renal policística, hemodiálise prolongada e uso contínuo de analgésicos como aspirina e paracetamol também aumentam a probabilidade de desenvolver o câncer. “Existem vários fatores de risco potenciais, mas o componente hereditário é um dos mais importantes. Além disso, hábitos como fumar e o excesso de peso também aumentam o risco de desenvolver o tumor”, alerta.
Segundo o médico, o diagnóstico da doença é confirmado, na maioria dos casos, por exames de imagem, com destaque para a tomografia. “Nos casos em que o tumor está localizado, o tratamento padrão é cirúrgico, com a retirada parcial ou total do rim. Quando há metástase, o tratamento se torna mais complexo e envolve o uso de terapias sistêmicas”, explica.
Nos casos avançados, Chiari destaca que a imunoterapia e os inibidores de tirosina quinase têm mudado o cenário. “O tratamento vai depender do estágio da doença, da saúde geral do paciente e de outros fatores associados. Quando possível, a cirurgia é a primeira escolha. Já nos casos metastáticos, a imunoterapia tem revolucionado o manejo clínico”, pontua. “A combinação de imunoterapias com esses inibidores mudou o paradigma do tratamento sistêmico do câncer renal. Hoje conseguimos prolongar a vida e oferecer mais qualidade aos pacientes, mesmo em estágios avançados da doença”, ressalta.
Diante da ausência de sintomas e da falta de exames de rastreamento eficazes, o especialista reforça que a informação é uma aliada fundamental na luta contra a doença. “Não existe um exame de triagem eficaz que justifique ser feito de forma rotineira em pessoas sem sintomas. Por isso, a melhor estratégia continua sendo o diagnóstico precoce a partir da investigação cuidadosa de sinais clínicos e exames realizados por outros motivos”, finaliza.