O Dia Nacional do Diabetes no Brasil é lembrado em 26 de junho. A data foi instituída pelo Ministério da Saúde em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS) como mote para conscientizar a população sobre os fatores de risco, diagnóstico e tratamento da doença, que afeta mais de 20 milhões de brasileiros, segundo estimativas da Sociedade Brasileira de Diabetes considerando dados do IBGE, Ministério da Saúde e IDF - Federação Internacional de Diabetes.
“Como profissional de saúde bucal, vejo diariamente o impacto do diabetes na boca dos meus pacientes. É fundamental entender que não se trata de uma doença isolada; os impactos atingem a saúde bucal, tornando a boca um espelho da condição metabólica geral”, alerta Monique Pimentel, secretária de saúde do município de Paracambi (RJ) e fundadora da Clínica Monique Pimentel.
“A elevação constante dos níveis de glicose no sangue, que acontece quando não há controle do diabetes, cria um ambiente propício para o desenvolvimento e agravamento de diversas condições bucais, que podem comprometer não apenas o conforto, mas também a qualidade de vida e a capacidade de nutrição do indivíduo”, avalia a secretária.
Conforme Pimentel, a abordagem do paciente diabético exige uma visão integrada, na qual a comunicação entre o dentista e os demais profissionais de saúde é crucial.
Doenças mais comuns associadas ao diabetes
Os problemas bucais mais comuns em pacientes diabéticos são a doença periodontal, xerostomia (boca seca), infecções fúngicas como a candidíase oral e, em alguns casos, retardo na cicatrização de feridas.
“A doença periodontal, ou periodontite, também pode ocorrer pois o diabetes diminui a capacidade do corpo de combater infecções, tornando as gengivas mais suscetíveis à inflamação e infecção bacteriana. Isso pode levar à perda óssea ao redor dos dentes, mobilidade dentária e, eventualmente, à perda dos próprios dentes. Já a xerostomia, causada pela diminuição da produção de saliva, aumenta o risco de cáries e dificulta a fala e a deglutição. Além disso, a boca seca favorece o crescimento de fungos, predispondo à candidíase oral, que se manifesta com lesões brancas e dolorosas”, explica a especialista.
Para que pessoas diabéticas possam manter uma boa saúde bucal, o controle da glicemia é o ponto de partida mais importante. Níveis de açúcar no sangue bem gerenciados minimizam as complicações orais e sistêmicas. Os cuidados com a higiene bucal também fazem a diferença: escovação e uso do fio dental são essenciais para remover a placa bacteriana e prevenir a doença periodontal e cáries.
Dentista
As visitas regulares ao dentista são indispensáveis para pacientes diabéticos, acentua a especialista. “O ideal é que sejam realizadas a cada seis meses, ou com maior frequência se houver indicação, para avaliações completas e limpezas profissionais. Durante essas consultas, podemos monitorar a saúde das gengivas, identificar precocemente quaisquer problemas e intervir antes que se tornem mais graves. É crucial que o paciente informe o dentista sobre seu diagnóstico de diabetes, o tipo (1 ou 2), a medicação que utiliza e o quão bem a doença está controlada. Essa informação permite ao dentista planejar um tratamento personalizado e seguro, garantindo que a saúde bucal seja um pilar fundamental no manejo integral do diabetes.”