ESTUDO INÉDITO
Estresse e noites mal dormidas estão ligados ao consumo abusivo de álcool
Problemas de sono e altos níveis de estresse são fatores que, aliados à genética, elevam a vulnerabilidade ao uso nocivo de álcool
Carregando...
07/07/2025 10:01
compartilhe
Siga nox
Dormir mal e viver sob constante estresse não são apenas hábitos prejudiciais ao bem-estar: eles também estão diretamente relacionados ao risco de desenvolver dependência alcoólica. É o que revela um estudo inédito conduzido pelo Grupo DNA, referência nacional em genômica e saúde personalizada. A pesquisa, em fase piloto, analisou mais de 400 pessoas e identificou que 91% dos participantes têm problemas com a qualidade do sono, enquanto 37% relatam níveis médios ou altos de estresse.
Os dados são ainda mais relevantes quando cruzados com os marcadores genéticos ligados ao consumo abusivo de álcool. Ao identificar cinco variantes genéticas associadas ao risco aumentado de alcoolismo, obesidade, esteatose hepática e cirrose, os pesquisadores criaram um modelo que conecta predisposição genética com aspectos do estilo de vida, como tabagismo, estresse, padrão de sono e IMC. O objetivo é claro: desenvolver estratégias personalizadas de prevenção.
“O sono e o estresse são dois pilares silenciosos da saúde mental e física – e, quando negligenciados, aumentam a vulnerabilidade ao abuso de substâncias como o álcool. Nosso estudo comprova que a combinação entre genética e hábitos de vida precisa ser levada a sério se quisermos prevenir doenças de forma eficaz”, afirma Rodrigo Matheucci, CEO do Grupo DNA.
O estudo é conduzido pelo DNA Club, braço de inovação do grupo, com apoio de especialistas PhDs em genética, nutrição, bioinformática e medicina do estilo de vida. A coleta está sendo realizada em São Carlos (SP) com 500 participantes, por meio de amostras genéticas e questionários comportamentais validados, como o AUDIT, que mede o padrão de risco do consumo de álcool.
Principais dados já revelados pelo estudo
- 91% dos participantes relatam distúrbios de sono que impactam sua qualidade de vida;
- 37% apontam níveis médios ou altos de estresse diário;
- Apenas 42% dos participantes estão com o IMC dentro da faixa saudável;
- 53% têm risco aumentado de acúmulo de gordura abdominal;
- 80% estão em faixa de baixo risco para o consumo de álcool, mas 3% já apresentam sinais de dependência.
Como o sono interfere no risco de alcoolismo
Segundo os pesquisadores, pessoas com padrões de sono irregulares ou insatisfatórios tendem a recorrer ao álcool como tentativa de “desligar” o cérebro — o que, a médio prazo, agrava ainda mais os distúrbios do sono e eleva o risco de dependência. A mesma lógica vale para o estresse crônico, que pode funcionar como gatilho para o uso abusivo de substâncias em indivíduos predispostos.
"O futuro da saúde está na prevenção personalizada. O que propomos com este estudo é um novo olhar: entender os gatilhos que levam ao uso nocivo do álcool e oferecer caminhos concretos e individualizados para transformar hábitos e evitar danos permanentes”, reforça Mateucchi.
Além de mapear riscos, o projeto prevê o envio de sugestões personalizadas para melhoria de hábitos, baseadas em um algoritmo exclusivo desenvolvido pelo time de bioinformática do DNA Club.