Durante as férias, as mudanças nos hábitos alimentares e de rotina podem favorecer o surgimento ou agravamento da disbiose intestinal, um desequilíbrio na flora intestinal que compromete a saúde do sistema digestivo e do organismo como um todo. O alerta é dos coloproctologistas Danilo Munhoz e Aline Amaro, que explicam porque é preciso atenção redobrada para os cuidados durante esse período.
“A disbiose ocorre quando há uma alteração na composição da microbiota intestinal, com redução das bactérias benéficas e aumento das patogênicas. Isso pode desencadear diversos sintomas gastrointestinais e até impactar na imunidade”, explica Danilo Munhoz.
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O que é disbiose e quais os sintomas?
A disbiose intestinal é caracterizada pelo desequilíbrio entre micro-organismos que habitam o intestino, essenciais para o bom funcionamento digestivo e para a defesa do organismo. Entre os principais sintomas estão: distensão e dor abdominal, gases em excesso, diarreia ou constipação, náuseas, cansaço e indisposição.
“Muitas vezes as pessoas não percebem que esses sintomas podem estar relacionados ao intestino e acabam buscando soluções rápidas por conta própria, com a utilização de medicamentos para enjoo, antiácidos, antigases e laxantes, o que pode piorar a situação”, complementa Aline Amaro.
No geral, as causas mais comuns da disbiose incluem a dieta rica em gorduras, açúcares e ultraprocessados, consumo excessivo de álcool, uso indiscriminado de antibióticos e outros medicamentos, infecções intestinais, estresse e privação de sono.
Porém durante as férias, os episódios de disbiose podem se tornar mais frequentes devido a mudanças bruscas na alimentação (excesso de fast-food, doces e bebidas alcoólicas), irregularidade nos horários das refeições, alteração na rotina de sono e aumento no consumo de medicamentos sem orientação.
Segundo os especialistas, a disbiose pode trazer riscos maiores para crianças e idosos, já que nesses grupos o sistema imunológico tende a ser mais sensível e as alterações na flora intestinal podem ter consequências mais graves.
“Em crianças e idosos, o desequilíbrio da microbiota pode favorecer infecções e desidratação com mais facilidade. Por isso, o cuidado deve ser redobrado nessas faixas etárias”, reforça Danilo Munhoz.
O tratamento da disbiose depende da causa e da intensidade do desequilíbrio. Normalmente, envolve ajustes na alimentação, uso de probióticos e, quando necessário, medicação específica.
“A automedicação é um grande risco, porque muitos remédios podem piorar o quadro ou mascarar os sintomas, dificultando o diagnóstico correto”, alerta Aline Amaro. “Sempre recomendamos procurar um especialista para avaliação antes de iniciar qualquer medicamento ou suplemento.”
Os especialistas salientam que qualquer uso de medicamentos deve ser feito somente com indicação médica, já que cada caso de disbiose exige uma abordagem individualizada.
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