TUMOR BENIGNO

Influenciadora Duda Guerra não vai retirar tumor do joelho. É perigoso?

Osteocondroma não é câncer, mas sua localização no joelho pode causar dor, limitar a mobilidade e até provocar deformidade óssea

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A influenciadora Duda Guerra, ex-namorada de Benício Huck, relatou recentemente que descobriu um tumor ósseo benigno no joelho, mas que decidiu não retirá-lo com cirurgia. "Hoje, meu tumor (benigno) está doendo muito, às vezes fica latejando. É meu osteocondroma. Optei por não tirar. Toda cirurgia tem um risco, a cicatriz fica muito feia e eu consigo conviver com ele. Meu médico falou que se a dor fosse suportável para mim eu poderia não tirar. Tem dias que vem uma dor bem forte, mas logo passa", disse a influenciadora.

Mas, afinal, quais os riscos? “O osteocondroma é um tipo de tumor ósseo benigno, ou seja, não é câncer. Ele é formado por uma saliência de osso e cartilagem que cresce próximo às extremidades dos ossos longos, como o fêmur (coxa) ou a tíbia (perna). Esse tumor se forma durante o crescimento do esqueleto, geralmente na infância ou adolescência, e tende a parar de crescer quando a pessoa atinge a idade adulta”, explica o ortopedista Fernando Jorge, especialista em intervenção em dor pelo Hospital Albert Einstein e em medicina intervencionista em dor pela Faculdade de Medicina da USP - Ribeirão Preto.

De acordo com Fernando Jorge, o osteocondroma costuma aparecer nas regiões proximais das articulações, especialmente onde o osso ainda está em desenvolvimento. “As localizações mais comuns são: joelho (fêmur distal ou tíbia proximal); úmero (osso do braço, próximo ao ombro); quadril (fêmur proximal); tornozelo e pé, em alguns casos. Em geral, ele nasce nas extremidades dos ossos longos, nas chamadas fases de crescimento”, destaca o ortopedista.

Se o osteocondroma estiver localizado próximo ao joelho e não for removido, isso realmente pode afetar a qualidade de vida. “De maneira geral, ele pode causar dor com o movimento ou esforço físico, comprimir tendões, nervos ou vasos, gerando formigamentos, fraqueza ou inchaço, além de limitar a mobilidade da perna, dificultando atividades simples como andar ou correr. Com o passar do tempo, também há um risco do osteocondroma provocar deformidade óssea”, comenta Fernando. “Embora seja raro, em casos isolados, um osteocondroma pode sofrer transformação maligna (virar um câncer chamado condrossarcoma), especialmente em adultos, por isso o acompanhamento médico é essencial”, garante o ortopedista.

A cirurgia não é a única forma de tratamento. “Na maioria dos casos, o tratamento cirúrgico só é necessário se o osteocondroma estiver causando sintomas. Se ele for assintomático, ou seja, não causa dor nem limitações, pode ser apenas acompanhado com exames periódicos. Porém, quando há dor, limitação funcional, crescimento progressivo ou suspeita de transformação maligna, a remoção cirúrgica é recomendada”, destaca o médico. “Essa cirurgia costuma ser segura e com bons resultados, especialmente quando realizada por especialista em ortopedia oncológica”, acrescenta.

A cicatriz da cirurgia não necessariamente provocará um efeito estético significativo. “A cicatriz pode ser pequena ou moderada, dependendo de alguns fatores, como tamanho e localização do tumor, técnica cirúrgica utilizada e características individuais do paciente (como cicatrização). Em muitos casos, a cirurgia é feita com acesso direto ao local do tumor, utilizando técnicas que preservam músculos e estruturas ao redor. Com os avanços atuais, os cirurgiões conseguem minimizar o tamanho da cicatriz e preservar a estética e a função do joelho”, destaca Fernando.

Após a cirurgia de remoção do osteocondroma, os principais cuidados incluem repouso relativo, evitando esforço no joelho nas primeiras semanas e uso de muletas ou apoio parcial, se indicado. “Cuidados com o curativo e a cicatriz para prevenir infecções também são recomendados, juntamente com sessões de fisioterapia para recuperar a força, mobilidade e função da perna. O acompanhamento médico deve ser regular, com exames de imagem, para garantir a completa recuperação. A maioria dos pacientes tem uma recuperação excelente, podendo retomar suas atividades normais, inclusive esportes, após algumas semanas ou meses, conforme a orientação do especialista”, comenta o ortopedista.

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