Ao se ver de perfil em uma foto de família, a assistente administrativa Thaynan Hastenreiter, de 37 anos, sentiu um desconforto que até então não conhecia. “Me senti para baixo, incomodada mesmo”, conta. Aquela imagem revelou algo que ela nunca tinha reparado com tanta clareza: a presença de uma papada marcante, que passou a influenciar diretamente sua autoestima. “Eu evitava tirar fotos, especialmente de perfil, e me sentia insegura até em situações simples do dia a dia".
A papada - nome popular para o acúmulo de volume sob o queixo - é frequentemente associada ao excesso de peso, mas, como explica o dermatologista Lucas Miranda, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, a realidade é bem mais complexa.
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“A papada deve ser analisada como um complexo multifatorial. Além da gordura, fatores como flacidez cutânea, retração óssea, fraqueza muscular e predisposição genética influenciam diretamente na sua formação.”
Segundo o especialista, até mesmo pessoas magras podem apresentar o problema, principalmente quando há perda de elasticidade da pele, ângulo mandibular menos definido ou histórico familiar. Doenças que afetam os tecidos conectivos, como o hipotireoidismo, também podem contribuir para o aspecto flácido da região submentoniana.
Outro vilão inesperado, alerta o dermatologista, é o uso excessivo de dispositivos eletrônicos com a cabeça inclinada — o chamado text neck. Essa postura recorrente pode enfraquecer a musculatura do pescoço e favorecer a formação da papada, inclusive em pacientes mais jovens.
Diagnóstico preciso, tratamento personalizado
A avaliação clínica é fundamental para definir a melhor abordagem. “Exames como análise facial 3D, ultrassonografia de tecidos moles e fotografias clínicas nos ajudam a entender se a papada está relacionada à gordura, flacidez, estrutura óssea ou musculatura”, explica Lucas.
Com base nesse diagnóstico, o tratamento é personalizado. Em casos de flacidez leve a moderada, tecnologias como radiofrequência e ultrassom microfocado podem estimular a produção de colágeno e melhorar o contorno do rosto.
Para casos mais avançados, bioestimuladores de colágeno, fios de sustentação ou até procedimentos cirúrgicos, como lipoaspiração submentoniana ou lifting cervical, são indicados.
Foi exatamente essa abordagem individualizada que fez a diferença para Thaynan. Depois de tentar dietas e outras soluções sem sucesso, ela procurou o dermatologista. “Ele me explicou que, no meu caso, a gordura não era o único fator. Fiz o procedimento de lipoenzimática na papada e, já no primeiro mês, notei uma grande diferença.”
A melhora visível da firmeza da pele e a redução da papada impactaram diretamente a autoestima de Thaynan. “Voltei a me olhar no espelho com mais confiança. Me sinto mais segura até para socializar. Foi transformador.”
Beleza e bem-estar andam juntos
Para o dermatologista, mais do que uma questão estética, o tratamento da papada é também uma forma de promover bem-estar. “Quando a abordagem é feita com responsabilidade, baseada em diagnóstico preciso e respeitando as características individuais, os resultados impactam positivamente a vida do paciente.”
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