Novos dados da fase 2 do estudo Impact CKD, que inclui o Brasil, revelam que o rastreamento direcionado, o diagnóstico oportuno e o melhor acesso aos tratamentos recomendados podem transformar significativamente o panorama da doença renal crônica (DRC).
As projeções do estudo apontam benefícios substanciais, não apenas em termos de saúde, mas também na produtividade econômica e na sustentabilidade ambiental. Esse é o primeiro estudo a examinar e prever o vasto impacto da DRC em um horizonte de 25 anos. Faz parte do programa Accelerating Change Together (ACT) for CKD, da AstraZeneca.
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Quase 850 milhões de pessoas no mundo e aproximadamente 10 milhões de pessoas no Brasil são afetadas pela doença, sendo que a maioria permanece sem diagnóstico. As causas mais comuns da DRC incluem diabetes e hipertensão. A condição está associada a uma alta morbidade e a um risco aumentado de eventos cardiovasculares, como infarto do miocárdio e insuficiência cardíaca, principais causas de morte precoce.
Em sua forma mais grave, conhecida como falência renal, os danos aos rins e a perda progressiva da função renal atingem um ponto em que a diálise ou o transplante renal se tornam necessários. Pacientes com DRC têm maior probabilidade de morrer por doenças cardiovasculares do que de evoluir para doença renal terminal.
À medida que o Brasil se prepara para sediar a COP30 em 2025, o estudo também demonstra claramente como saúde e sustentabilidade ambiental estão profundamente interconectadas.
A diálise, um dos tratamentos com maior consumo de água e energia, está entre os principais fatores de impacto ambiental na área da saúde. A implementação das intervenções recomendadas pode reduzir o consumo de água em até 45%, o uso de combustíveis fósseis em 44,5% e as emissões de CO2 em 44,6%. Esses dados reforçam a urgência de integrar a saúde à agenda mais ampla de sustentabilidade ambiental.
Projeções com diagnóstico precoce
A modelagem do estudo simulou os efeitos de um programa nacional de rastreamento anual para indivíduos de alto risco, incluindo pacientes com mais de 45 anos e com diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares, combinado com aumento da adesão ao tratamento baseado em diretrizes (GDMT) para 75% dos níveis recomendados, em comparação à prática atual.
Os resultados são expressivos:
- Redução de 47,5% na necessidade de diálise em 25 anos (2022–2047), evitando aproximadamente 4,8 milhões de procedimentos
- Queda de 46% em eventos cardiovasculares importantes (infartos, AVCs, insuficiência cardíaca)
- Redução de 8,5% na mortalidade, o que representa 1,6 milhão de vidas salvas
“O diagnóstico precoce pode oferecer aos pacientes a oportunidade de controlar sua condição, manter-se bem por mais tempo e evitar, ou menos retardar, a necessidade da diálise. No entanto, muitas vezes a DRC só é diagnosticada em estágios avançados, quando os sintomas estão mais evidentes. Precisamos mudar isso e garantir que as pessoas tenham acesso ao cuidado necessário. Se agirmos agora, podemos salvar vidas e manter as pessoas ativas em suas famílias, comunidades e na sociedade”, explica a autora do estudo Impact CKD, Ana Flavia Moura.
Impacto econômico e social positivo
Além dos benefícios à saúde, o estudo também projeta ganhos socioeconômicos em 25 anos:
- Economia de R$189,6 bilhões em custos com TRS para o sistema de saúde
- Aumento de R$2,7 trilhões no PIB líquido, com 13,5 milhões de pessoas a mais na força de trabalho graças à redução de mortes precoces e à melhor gestão da doença
Presidente da AstraZeneca Brasil, Olavo Corrêa diz que os resultados reforçam a urgência da ação precoce na DRC, não apenas para melhorar a vida dos pacientes, mas também para fortalecer um sistema de saúde mais sustentável.
"A modelagem mostra que o diagnóstico antecipado e o melhor acesso ao tratamento mantêm as pessoas saudáveis por mais tempo. Com as políticas corretas, podemos transformar esse potencial em impacto real e ganhos duradouros para os pacientes, a sociedade e o planeta. Isso é o que significa um sistema de saúde sustentável e centrado no paciente”, destaca.
As descobertas surgem dias após a Assembleia Mundial da Saúde aprovar uma nova resolução que reconhece a DRC como prioridade global de saúde pública, um marco que eleva a doença ao mesmo patamar de outras doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) como câncer, doenças cardiovasculares e diabetes.
Em parceria com a Global Patient Alliance for Kidney Health (GloPAKH), a AstraZeneca lançou a campanha Make the Change for Kidney Health, para elevar a DRC na agenda de políticas públicas e defender estratégias abrangentes e eficazes de manejo da doença.
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