Associação de Psiquiatria lança guia de como abordar saúde mental para influenciadores digitais
A campanha faz parte do Setembro Amarelo, mês de ações de conscientização e prevenção do suicídio
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) elaborou uma cartilha educativa explicando como os influenciadores digitais podem falar sobre suicídio online da melhor maneira. A campanha faz parte do Setembro Amarelo, mês de ações de conscientização e prevenção do suicídio.
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"Começamos a ver muitas pessoas falando para chamar privadamente para poder ajudar com a saúde mental", afirma o presidente da ABP, Antônio Geraldo da Silva. "Então vamos pelo menos mostrar que é muito grave falar absurdos, falar coisas que não conhece e prometer ajuda.
Ele reforça que é imprescindível indicar e procurar um especialista, e que a suicidologia, estudo do suicídio, é uma questão muito série e deve ser tratada como tal. Para o psiquiatra, o mote da campanha é agir e conscientizar, quebrar os estigmas e mostrar saídas para as pessoas.
O guia, elaborado especificamente para influenciadores digitais e criadores de conteúdo, traz exemplos de postagens e explicita o que se deve ou não fazer ao falar sobre suicídio, a fim de não prejudicar ou desenvolver gatilhos em quem está com ideações suicidas ou sofrimento psicológico.
O que não deve ser feito
- Divulgar detalhes das histórias de suicídio ou citar métodos utilizados; isso pode gerar gatilhos
- Romantizar o sofrimento da pessoa que cometeu suicídio
- Repostar imagens, bilhetes ou áudios sensacionalistas
- Oferecer ajuda via mensagens diretas, como se fosse um terapeuta
- Postar testes de autodiagnóstico online
- Dizer coisas superficiais como "vai passar" ou "pense positivo"
- Evitar termos como "louco", "depressivo" ou "pirado"; troque por "pessoa com depressão", "vivendo um momento difícil" e "em sofrimento"
- Sugerir tratamentos sem embasamento científico
- Estimular uso de álcool e drogas
- Divulgar jogos de azar
O que você pode e deve falar
- Incentivar a busca por ajuda profissional: psiquiatras, psicólogos, e locais que fazem atendimento de saúde mental, como Caps (Centro de Atenção Psicossocial) e projetos específicos de diferentes regiões
- Falar sobre praticar autocuidado, a importância da saúde mental e do apoio entre amigos e família
- Compartilhar conteúdos confiáveis, de fontes institucionais como a OMS (Organização Mundial de Saúde), a ABP e o Ministério da Saúde
- É válido dar espaço para histórias de superação, mas com respeito e ética, sem romantizar momentos difíceis
- Dizer que cada tratamento é único, e não existe receita pronta de internet para cuidado em saúde mental
- Ajudar a combater o preconceito contra pessoas com transtornos mentais
- Usar uma linguagem acolhedora, gentil e sem julgamentos, combinando informação e afeto
ONDE BUSCAR AJUDA
- CVV (Centro de Valorização da Vida)
- Voluntários atendem ligações gratuitas 24 horas por dia no número 188 ou pelo site www.cvv.org.br
- Mapa Saúde Mental
- Site mapeia diversos tipos de atendimento: www.mapasaudemental.com.br