Acidentes domésticos: o que evitar e como agir?
Em emergências domésticas a aplicação rápida e correta dos primeiros socorros pode ser decisiva
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Siga noAgir rapidamente em casos de acidentes domésticos pode ser determinante para preservar vidas e reduzir sequelas. A professora Jussara Lisboa, coordenadora do curso de Enfermagem da Cruzeiro do Sul Virtual, reforça a importância de ter noções básicas de primeiros socorros e orienta sobre como se preparar para os incidentes mais comuns.
"Ter conhecimento inicial de primeiros socorros é essencial, pois saber como agir diante de uma emergência pode evitar complicações graves, reduzir riscos de morte e minimizar possíveis sequelas. Esse preparo básico oferece mais segurança para lidar com situações inesperadas dentro de casa", afirma a docente.
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Os três acidentes domésticos mais comuns
Segundo a especialista, as famílias devem estar preparadas para lidar imediatamente com três tipos de acidentes domésticos frequentes:
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Queimaduras: podem ocorrer com líquidos quentes, vapores ou objetos térmicos. A ação imediata é resfriar a área com água corrente fria.
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Hemorragias: geralmente provocadas por cortes com objetos afiados. A prioridade é estancar o sangramento por meio de compressão direta.
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Engasgos: especialmente perigosos em crianças e idosos. A manobra de Heimlich é crucial para desobstruir as vias aéreas.
"Estar preparado para lidar com essas situações pode fazer toda a diferença até que o socorro profissional chegue", ressalta Jussara.
Kit de primeiros socorros: o que ter e o que evitar?
Para montar um kit doméstico eficiente, a docente recomenda incluir:
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Higiene e Antissepsia: soro fisiológico, álcool 70%, antissépticos tópicos e água oxigenada.
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Curativos: adesivos de vários tamanhos, gazes estéreis, esparadrapo, ataduras e faixas elásticas.
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Instrumentos: tesoura sem ponta, pinça, termômetro, luvas descartáveis, máscaras, bolsa térmica de gel e um manual de primeiros socorros.
Em contrapartida, a especialista alerta sobre erros comuns. "É fundamental evitar o uso de produtos não esterilizados, medicamentos sem orientação médica ou a aplicação de substâncias caseiras em ferimentos, pois isso pode agravar a situação", adverte.
Quando chamar a emergência?
A especialista enfatiza que, em emergências domésticas, a aplicação rápida e correta dos primeiros socorros pode ser decisiva. Isso inclui casos como quedas com fraturas, cortes profundos, queimaduras, engasgos, crises alérgicas, convulsões e paradas cardiorrespiratórias.
No entanto, é igualmente importante reconhecer o momento de acionar o serviço de emergência: Samu (192) ou Bombeiros (193). A ligação deve ser feita imediatamente quando:
- A vítima está inconsciente ou não responde aos estímulos
- Há dificuldade respiratória intensa ou sinais de asfixia
- O sangramento é abundante e não estanca com compressão
- A queimadura é extensa, profunda ou envolve face/genitais
- Há suspeita de fratura exposta ou trauma craniano
- A pessoa apresenta dor intensa no peito, sinais de infarto ou AVC (como paralisia facial, dificuldade de fala ou perda de força)
- A vítima está em convulsão prolongada ou repetitiva
- Há reação alérgica grave com inchaço, falta de ar ou queda de pressão
"Nessas situações, tentar resolver sozinho pode colocar a vida da pessoa em risco. O ideal é manter a calma, aplicar os primeiros socorros básicos e chamar ajuda profissional imediatamente, informando com clareza o que está acontecendo e seguindo as orientações dos atendentes."