RISCO DE HIPERTENSÃO

O desafio do sal: brasileiro consome mais que o dobro do recomendado

Médico alerta para a importância do controle do sódio e indica alternativas para reduzir o uso do condimento na alimentação

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A batalha contra a hipertensão, que atinge milhões de brasileiros, passa por um desafio comum na mesa do dia a dia: o controle do sal. Enquanto a recomendação diária de consumo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é de 5 gramas - o equivalente a uma colher de chá rasa -, a realidade é que o brasileiro consome cerca de 12 gramas por dia, de acordo com o Ministério da Saúde, mais do que o dobro do ideal.

Além disso, dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), de 2023, apontam que 27,9% dos brasileiros têm hipertensão arterial.

O nutrólogo e cardiologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Daniel Magnoni, ressalta que o sal de cozinha e outros produtos ricos em sódio não são apenas um "detalhe" na dieta, mas sim um dos principais fatores da pressão arterial alta. "O sódio em excesso faz com que o corpo retenha mais água, aumentando o volume de sangue nas veias e artérias. Esse aumento sobrecarrega o coração e os vasos sanguíneos, elevando a pressão arterial”, explica.

O perigo do sal oculto

O desafio de reduzir o sódio vai além de simplesmente diminuir a quantidade de sal que se adiciona aos alimentos. O sódio está presente de forma oculta em uma vasta gama de produtos industrializados que fazem parte da rotina alimentar.

Para quem busca controlar ou prevenir a hipertensão, Daniel alerta para a necessidade de evitar: alimentos processados como enlatados, embutidos e congelados; temperos prontos e caldos concentrados; molhos industrializados, como shoyu e ketchup; salgadinhos, biscoitos salgados, fast food, etc.

“A melhor alternativa é uma dieta focada em alimentos naturais e não processados. Frutas, verduras, legumes, grãos integrais, sementes e proteínas magras devem ser a base da alimentação. Para dar sabor, a dica é usar e abusar de temperos naturais como ervas, alho, cebola e especiarias”, reforça o nutrólogo.

Como substituir o sal?

Segundo o especialista, outra opção que vem ganhando destaque são os salgantes que substituem o sódio pelo potássio, conhecidos como "sais sem sódio" ou "sais de potássio". É preciso cautela ao consumir esse tipo de salgante, mas eles podem auxiliar na transição para uma alimentação mais saudável, pois permitem manter o sabor salgado nos alimentos.

“Apesar de parecerem uma solução milagrosa, é importante usar esses sais com cautela. Existem benefícios como a redução da ingestão de sódio e a presença do potássio, que tem um efeito protetor, pois ajuda a relaxar as paredes dos vasos sanguíneos e a eliminar o excesso de sódio do corpo”, comenta Daniel.

No entanto, o médico enfatiza que o uso desses salgantes precisa de orientação profissional, porque existem riscos no consumo excessivo de potássio para as pessoas com algumas condições de saúde ou que utilizam medicamentos específicos.

“O consumo excessivo de potássio pode ser prejudicial, especialmente para pessoas com problemas renais ou que usam certos medicamentos, como diuréticos poupadores de potássio e inibidores da ECA. Nessas situações, o acúmulo de potássio no sangue pode levar a uma condição perigosa chamada hipercalemia”, reforça.

A redução do sal continua sendo uma das medidas mais eficientes contra a hipertensão. Seja através da escolha de alimentos naturais ou do uso consciente de substitutos, a chave está na mudança de hábitos.

“Salgantes com potássio são uma alternativa na luta contra a hipertensão, mas não são uma solução livre para todos. Eles devem ser utilizados como parte de um plano alimentar bem estruturado e com acompanhamento profissional para garantir a segurança e a eficácia”, aponta Daniel.

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