TRATAMENTO ONCOLÓGICO

Drica Moraes conta que teve menopausa aos 39 anos após câncer; entenda

A atriz recebeu o diagnóstico de leucemia em 2010 e passou, no mesmo ano, por um transplante de medula óssea

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A atriz Drica Moraes, hoje com 55 anos, revelou que entrou na menopausa precocemente. “Hoje, tenho um estilo de vida mais saudável, mais estabilizado, os hormônios se acalmaram, porque entrei na menopausa muito cedo, quando tive o câncer, com 39 anos. Quando ouço sobre esse assunto, para mim, parece que faz muito tempo, que não foi nem nessa encarnação”, relatou a artista em entrevista. 

A atriz recebeu o diagnóstico de leucemia em 2010 e passou, no mesmo ano, por um transplante de medula óssea. Relembre outros artistas que também passaram por um transplante: 

Mas por que isso acontece? 

Além do período caracterizado como climatério, a menopausa também pode ocorrer de forma precoce quando é induzida pelo câncer. O oncologista Ramon Andrade de Mello explica que os tratamentos oncológicos provocam mudanças abruptas no corpo e na mente e afeta milhares de mulheres. 

"Chamamos de menopausa induzida pelo câncer quando há uma interrupção de forma subida da função ovariana por causa de procedimentos como quimioterapia, radioterapia pélvica, bloqueio hormonal ou cirurgia para remoção dos ovários”, destaca.

Ana Paula Fabricio, ginecologista com Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia (Tego), afirma que o processo pode ocorrer em qualquer idade, mas os impactos são ainda mais significativos em mulheres jovens, nas quais o quadro é classificado como menopausa precoce. "Estudos apontam que a quimioterapia pode provocar menopausa em cerca de 50% das pacientes que ainda não haviam passado por essa fase da vida, chegando a quase 100% entre as que estão próximas dos 50 anos.”

Quais são os sintomas da menopausa induzida?

Os sintomas da menopausa induzida tendem a ser mais intensos do que na menopausa natural, já que a queda hormonal acontece de forma repentina. Dentre as queixas mais comuns estão:

  • Ondas de calor
  • Insônia
  • Ressecamento vaginal
  • Dor nas relações sexuais
  • Alterações de humor
  • Perda de massa óssea
  • Ganho de peso
  • Redução da libido

"Além das questões físicas, há um peso emocional considerável: muitas mulheres relatam sensação de envelhecimento precoce, luto pela perda da fertilidade e dificuldade para manter a vida sexual”, esclarece Ana Paula Fabricio.

“O impacto psicossocial é profundo e, muitas vezes, negligenciado. A prioridade do tratamento oncológico é eliminar o câncer, mas sintomas e efeitos colaterais em segundo plano também devem ser levados em consideração para que não afete de forma abrupta a qualidade de vida da mulher”, complementa Ramon Andrade.

Como tratar? 

O manejo dessa condição deve envolver uma abordagem multidisciplinar. O oncologista, junto ao paciente, pode identificar e escolher as terapias mais adequadas para o quadro. “Ele [oncologista] pode, por exemplo, falar sobre a possibilidade de preservação da fertilidade antes do início do tratamento do câncer, como o congelamento de óvulos ou o uso de bloqueadores ovarianos para tentar reduzir o impacto sobre a função reprodutiva”, explica.

“Já a ginecologista é responsável por acompanhar de perto a saúde sexual e reprodutiva da paciente, indicar tratamentos hormonais ou não hormonais para aliviar sintomas e prevenir complicações, além de orientar sobre cuidados com os ossos, o coração e a saúde mental. E, claro, melhorar o bem-estar dessa paciente em um momento que é delicado”, pontua Ana Paula Fabricio.

O tratamento também pode incluir terapia de reposição hormonal, que precisa ser avaliada caso a caso para evitar riscos adicionais, especialmente em pacientes com câncer hormônio-dependente. “Quando a reposição não é possível, existem alternativas não hormonais capazes de reduzir fogachos, melhorar o sono e aliviar a secura vaginal. Ajustes no estilo de vida, prática regular de exercícios, alimentação equilibrada e apoio psicológico também são medidas essenciais para garantir qualidade de vida”, diz Ana.

Monitorar a densidade óssea, prevenir doenças cardiovasculares e promover um diálogo aberto sobre sexualidade também fazem parte do cuidado integral no cuidado multidisciplinar. “A menopausa induzida pelo câncer é uma realidade que não deve ser invisível. Reconhecer seus impactos e investir em acompanhamento especializado significa oferecer não apenas mais anos de vida, mas também mais qualidade de vida para os anos que virão”,  afirma Ramon.

 

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