Com a chegada da primavera, os dias mais ensolarados e o aumento da umidade trazem não apenas a beleza das flores, mas também desafios para a saúde. A estação está associada a um crescimento expressivo nos casos de crises respiratórias e, ao mesmo tempo, exige maior cuidado com a pele devido à intensificação da radiação solar e da oleosidade cutânea.

De acordo com a pneumologista Michele Andreata, da Saúde no Lar, a primavera é um período de alerta para quem sofre de alergias respiratórias e asma. “Neste período, há um aumento significativo da polinização das plantas, o que eleva a concentração de pólen no ar. Esse fator, associado à maior circulação de poeira e ácaros em ambientes fechados, favorece a exacerbação de doenças respiratórias, como rinite alérgica e asma”, explica a médica.

Os sintomas mais comuns incluem espirros repetidos, congestão nasal, coriza, tosse persistente, coceira nos olhos e chiado no peito. Em pessoas com asma, pode haver ainda sensação de aperto torácico e falta de ar, principalmente à noite ou após esforços.

Além do pólen, outros fatores ambientais intensificam os quadros. “A poluição atmosférica, a variação da umidade relativa do ar e as mudanças bruscas de temperatura irritam a mucosa das vias aéreas, facilitando inflamações e infecções virais, que são gatilhos frequentes para crises de asma e bronquite”, destaca Michele.

Crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas estão entre os mais vulneráveis. Nesses grupos, complicações são mais frequentes e podem exigir internação. Por isso, o acompanhamento médico e a manutenção correta das medicações são fundamentais.

Entre as medidas de prevenção recomendadas, estão: manter a casa arejada, mas livre de acúmulo de poeira; evitar tapetes e cortinas pesadas; lavar roupas de cama semanalmente em água quente; e evitar exposição em horários de maior concentração de pólen, geralmente pela manhã. A hidratação adequada, o uso de umidificadores e a lavagem nasal também ajudam a reduzir crises.

Pele exige reforço na proteção solar

Assim como o sistema respiratório sofre com a primavera, a pele também precisa de cuidados redobrados. O dermatologista Lucas Miranda ressalta que o aumento da temperatura e da radiação UV nesta estação pede reforço na fotoproteção.

“É essencial o uso diário de filtros solares com FPS adequado, reaplicação frequente e o emprego de barreiras físicas, como chapéus e óculos. A limpeza da pele deve ser adaptada ao aumento da oleosidade, com produtos que respeitem o equilíbrio da barreira cutânea. A hidratação também deve ser mantida, mesmo em peles oleosas, com fórmulas leves e não comedogênicas”, orienta o especialista.

Segundo o médico, a exposição solar sem proteção acelera o envelhecimento cutâneo, favorece manchas - como o melasma - e aumenta o risco de câncer de pele. Além do protetor solar, antioxidantes tópicos e orais podem auxiliar na neutralização dos radicais livres produzidos pela radiação UV.

A primavera também é um bom momento para iniciar alguns tratamentos dermatológicos, como bioestimuladores de colágeno, peelings químicos superficiais e tecnologias de radiofrequência e ultrassom microfocado. “São procedimentos bem tolerados nesta época.”

Entre as queixas dermatológicas mais comuns da estação estão o agravamento da acne, da dermatite seborréica e do melasma. O calor e a umidade favorecem a produção de sebo e a obstrução dos poros, aumentando inflamações e manchas.

A alimentação também desempenha papel relevante. Uma dieta rica em frutas, vegetais, ômega-3 e antioxidantes naturais contribui para uma pele mais saudável e resistente às agressões externas. Beber água em quantidade adequada ajuda a manter a hidratação cutânea e a evitar desequilíbrios, como ressecamento ou oleosidade excessiva.

Ajustes simples na rotina

Para adaptar os cuidados diários à primavera, Lucas recomenda substituir hidratantes densos por fórmulas leves, oil-free e de rápida absorção; usar sabonetes levemente adstringentes; incluir antioxidantes como a vitamina C; e escolher protetores solares adequados ao tipo de pele, com textura toque seco para as mais oleosas.

"Pequenas mudanças de hábito e acompanhamento médico podem fazer diferença para que a estação seja aproveitada com saúde e bem-estar."

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