O omeprazol, um dos medicamentos mais populares para aliviar a azia, o refluxo e outros desconfortos gástricos, está no centro de um debate crescente na comunidade médica. Utilizado por milhões de pessoas, muitas vezes sem prescrição, este fármaco agora acende um alerta devido aos riscos associados ao seu uso contínuo e prolongado, levando profissionais a repensar a maneira como ele é indicado.

A principal preocupação não está no uso pontual para tratar um sintoma agudo, mas na dependência que muitas pessoas desenvolvem ao longo de meses ou anos. Evidências associam o uso crônico a problemas renais, aumento do risco de fraturas ósseas e deficiências na absorção de nutrientes vitais. Por isso, a orientação médica está mudando de uma prescrição contínua para uma abordagem mais criteriosa e focada em alternativas.

Para entender por que o omeprazol se tornou tão comum, é preciso conhecer seu mecanismo de ação. Ele pertence a uma classe de medicamentos chamada inibidores da bomba de prótons (IBPs). De forma simplificada, ele atua bloqueando a produção de ácido no estômago. Essa ação é extremamente eficaz para tratar condições como a doença do refluxo gastroesofágico, gastrites e úlceras, proporcionando alívio rápido.

O problema é que o ácido gástrico, embora cause desconforto em situações de excesso ou no lugar errado, desempenha funções cruciais no organismo. Ele é fundamental para a digestão de alimentos e, principalmente, para a absorção de nutrientes essenciais. Além disso, funciona como uma barreira protetora contra bactérias e outros microrganismos que entram no corpo pela alimentação.

Os riscos que acenderam o alerta

Quando a produção de ácido é suprimida por longos períodos, o corpo pode enfrentar consequências significativas. Uma das mais estudadas é a dificuldade de absorver cálcio, mineral indispensável para a saúde dos ossos. Com menos cálcio disponível, os ossos podem se tornar mais frágeis, elevando o risco de osteoporose e fraturas.

Outra deficiência comum é a de vitamina B12, cuja absorção depende diretamente da acidez estomacal. A falta dessa vitamina pode levar à anemia, fadiga, fraqueza e até a problemas neurológicos. O magnésio é outro mineral afetado, e sua carência pode causar cãibras, arritmias cardíacas e espasmos musculares.

Os rins também entram na lista de preocupações. O uso prolongado de omeprazol tem sido associado a um maior risco de desenvolver nefrite intersticial aguda, uma inflamação renal que pode evoluir para doença renal crônica se não for identificada a tempo. A diminuição da barreira ácida no estômago também pode deixar o sistema digestivo mais vulnerável a infecções bacterianas, como a causada pela bactéria Clostridium difficile, que provoca diarreias graves.

Alternativas para controlar a azia e o refluxo

Diante desses riscos, a recomendação atual é buscar a causa do problema em vez de apenas mascarar os sintomas com medicação contínua. A boa notícia é que mudanças no estilo de vida e na alimentação são extremamente eficazes para controlar a maioria dos casos de azia e refluxo. Adotar novas práticas pode reduzir ou até eliminar a necessidade de medicamentos.

Veja um guia prático com passos que podem ser implementados no dia a dia:

  1. Ajuste sua alimentação: alguns alimentos são conhecidos por relaxar o esfíncter que separa o esôfago do estômago, facilitando o refluxo. Evite ou reduza o consumo de frituras, alimentos gordurosos, molhos de tomate, frutas cítricas, chocolate, café e bebidas alcoólicas e gaseificadas.

  2. Coma porções menores: fazer refeições volumosas aumenta a pressão dentro do estômago. Opte por comer porções menores e com mais frequência ao longo do dia, mastigando bem os alimentos para facilitar a digestão.

  3. Não se deite após comer: espere pelo menos duas horas após a última refeição antes de ir para a cama ou se deitar. Isso permite que o estômago se esvazie, diminuindo a chance de o conteúdo gástrico retornar para o esôfago.

  4. Eleve a cabeceira da cama: esar travesseiros extras não é suficiente. A melhor solução é colocar calços de 15 a 20 centímetros nos pés da cabeceira da cama. A inclinação ajuda a gravidade a manter o ácido no estômago durante a noite.

  5. Controle o peso corporal: o excesso de peso, principalmente na região abdominal, pressiona o estômago e pode agravar os sintomas de refluxo. Perder peso por meio de uma dieta equilibrada e exercícios físicos regulares pode trazer um alívio significativo.

  6. Pare de fumar: o tabagismo prejudica o funcionamento do esfíncter esofágico inferior, além de aumentar a produção de ácido. Abandonar o cigarro é uma das medidas mais importantes para a saúde digestiva e geral.

O Omeprazol é perigoso e devo parar de tomar imediatamente?

Nenhuma medicação deve ser interrompida sem a orientação de um profissional de saúde. O omeprazol continua sendo um medicamento importante e seguro quando usado corretamente, sob prescrição e por um período determinado.

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Os riscos estão associados principalmente ao uso crônico, indiscriminado e sem acompanhamento médico. A decisão de parar ou alterar o tratamento deve ser feita em conjunto com o seu médico, que avaliará seu quadro clínico e indicará a melhor abordagem.

Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.

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