Transplantes capilares: 10% dos procedimentos são de reparo
Aumento não reflete apenas busca por resultados estéticos, mas também por correções de cirurgias anteriores; erros podem gerar falhas irreversíveis
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Um número crescente de cirurgias de transplante capilar tem sido realizado não para promover novos resultados estéticos, mas para reparar danos causados por procedimentos mal feitos.
Segundo dados da International Society of Hair Restoration Surgery (ISHRS), cerca de 10% dos transplantes realizados atualmente no mundo são correções de cirurgias anteriores — muitas delas feitas em clínicas internacionais de baixo custo, que operam sem a devida supervisão médica ou estrutura adequada.
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De acordo com a Associação Brasileira de Cirurgia da Restauração Capilar (ABCRC), essa tendência preocupa profissionais e pacientes, já que os erros cometidos em intervenções desse tipo podem comprometer permanentemente a área doadora, gerar cicatrizes extensas, falhas irreversíveis e resultados artificiais.
“A restauração capilar é um procedimento cirúrgico que exige conhecimento técnico, planejamento e ética médica. A busca por soluções rápidas ou mais baratas tem levado muitas pessoas a clínicas que não seguem protocolos de segurança, expondo os pacientes a riscos graves”, alerta a dermatologista e presidente da ABCRC, Anna Cecília Andriolo.
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A associação reforça que os transplantes capilares devem ser conduzidos exclusivamente por médicos capacitados, com domínio das técnicas e compreensão anatômica da área doadora, região de onde são retirados os fios para o implante. Quando há superextração dessa área, por exemplo, não é possível fazer novos transplantes, tornando as cirurgias reparadoras complexas e, em alguns casos, inviáveis.
Diante desse cenário, a ABCRC reforça a importância da informação e da escolha consciente antes de realizar um transplante capilar. A entidade disponibiliza em seu site oficial e nas redes sociais recomendações para orientar pacientes sobre critérios de segurança, qualificação profissional e boas práticas médicas na especialidade.
Entre os principais pontos, a ABCRC destaca a necessidade de verificar as credenciais do cirurgião responsável, confirmar o registro e o credenciamento da clínica, observar condições adequadas de higiene e segurança e garantir um acompanhamento pós-operatório médico e contínuo. “Nosso papel é garantir que a restauração capilar seja vista como um procedimento médico, e não apenas estético. O paciente precisa ser orientado e atendido com responsabilidade”, complementa a dermatologista.
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