DOENÇA CRÔNICA
Metade dos casos de diabetes segue sem diagnóstico; danos precedem sintomas
Endocrinologista alerta que danos da doença começam antes mesmo dos sintomas; exames simples e acompanhamento médico são essenciais para prevenir complicações
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18/11/2025 12:02
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O diabetes é uma das doenças crônicas mais prevalentes e, ao mesmo tempo, uma das mais silenciosas. Em muitos casos, a glicemia elevada progride por anos sem apresentar manifestações perceptíveis, até que surjam alterações em órgãos vitais.
“O perigo do diabetes está justamente na ausência de sinais. Enquanto a doença avança de forma discreta, o açúcar em excesso no sangue compromete gradualmente órgãos e tecidos. Quando o diagnóstico é feito tardiamente, o paciente pode já ter alterações em rins, visão, coração ou sistema nervoso”, explica a endocrinologista Flávia Pieroni, do São Marcos Saúde e Medicina Diagnóstica.
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Dados internacionais e nacionais reforçam a dimensão do problema. A Federação Internacional de Diabetes estima que 589 milhões de adultos vivem com a doença, e 43% ainda não sabem que têm diabetes, o equivalente a quase metade dos casos em todo o mundo. No Brasil, o Vigitel 2023, do Ministério da Saúde, indica que 10,1% das pessoas nas capitais já receberam diagnóstico médico.
Além dos fatores pessoais, o contexto urbano também pesa sobre o controle glicêmico. O estudo “Neighborhood green space and diabetes mellitus in Brazil”, publicado em 2025 na revista científica Cell Reports Medicine, observou maior taxa de internações por complicações do diabetes em áreas com menor cobertura de espaços verdes, apontando que ambiente, estresse e falta de oportunidades para se exercitar influenciam a adesão ao tratamento e os desfechos da doença.
“Tratar o diabetes não é apenas prescrever medicamentos. É estabelecer uma rotina de cuidado: alimentação equilibrada, prática regular de exercícios, acompanhamento periódico e controle clínico contínuo. Informação e constância fazem diferença no prognóstico”, avalia Flávia Pieroni.