A taxa de desemprego, apurada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), caiu no segundo trimestre do ano, para 7,9% ante 8,5% do trimestre anterior e 1,2 ponto percentual abaixo do mesmo período do ano passado, que havia atingido 9,1%. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esse é a menor taxa de desocupação desde o trimestre móvel terminado em fevereiro de 2015.
“Esse recuo no trimestre encerrado em julho ocorreu principalmente pela expansão do número de pessoas trabalhando”, explica Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílio. Já a população desocupada ficou em 8,5 milhões de pessoas, uma queda de 6,3% em relação ao trimestre anterior e de -3,8% se comparado ao mesmo período de 2022.
Na comparação trimestral, o número de pessoas ocupadas voltou a crescer após dois trimestres em queda, chegando a 99,3 milhões, um aumento de 1,3% em relação ao período de fevereiro a abril, com 1,3 milhão de pessoas a mais. Na comparação anual, o crescimento foi de 0,7% (mais 669 mil pessoas), o menor dos últimos 9 trimestres consecutivos de alta.
“Após a pandemia, tivemos um período de recuperação da população ocupada onde registramos aumentos intensos disseminados pelas atividades. À medida que esse processo de recuperação se consolida, os acréscimos voltam a ser mais influenciados pelas características econômicas e sazonais de cada atividade. Com isso, na perspectiva anual, o crescimento passa a ser menos intenso”, analisa a coordenadora.
A pesquisa mostrou ainda que a população ocupada (em 99,3 milhões) cresceu 1,3% no trimestre – ou seja, um acréscimo de 1,3 milhão de pessoas – e acumula alta de 0,7% (mais 669 mil pessoas) no ano. O nível da ocupação, que é o percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, foi estimado em 56,8%, crescendo 0,6 ponto percentual frente ao trimestre de fevereiro a abril (56,2%) e ficando estável no ano.
Taxa de desemprego: população desalentada fica estável em 3,7 milhões de pessoas
A população desalentada, que são as pessoas que estão sem emprego e também não têm esperanças de conseguir, permaneceu em 3,7 milhões de pessoas, ficando estável ante o trimestre anterior e caiu 13,4% (menos 568 mil pessoas) no ano. O percentual de desalentados na força de trabalho ou desalentada (3,3%) ficou estável no trimestre e caiu 0,5 p.p. no ano.
Enquanto isso, o número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado, com exceção de trabalhadores domésticos, foi de 37,0 milhões, ficando estável frente ao trimestre anterior e crescendo 3,4% (mais 1,2 milhão de pessoas) na comparação anual.
O número de trabalhadores sem carteira assinada no setor privado, em 13,2 milhões, cresceu 4,0% em relação ao trimestre anterior (mais 503 mil pessoas) e ficou estável no ano. Por outro lado, o número de trabalhadores por conta própria (25,2 milhões de pessoas) ficou estável frente ao trimestre anterior e caiu 2,5% no ano (menos 637 mil pessoas).
Rendimento
Em relação ao rendimento real habitual (R$ 2.935), houve estabilidade frente ao trimestre anterior e crescimento de 5,1% no ano. A massa de rendimento real habitual (R$ 286,9 bilhões) cresceu 2,0% frente ao trimestre anterior e 6,2% na comparação anual.
“Apesar do rendimento ter ficado estável, com o aumento no contingente de pessoas ocupadas, a massa de rendimento cresceu”, observa Beringuy.
Por atividade econômicas e entre as categorias do emprego, o cenário foi de estabilidade no trimestre, de acordo com a pesquisa do IBGE que mostrou a taxa de desemprego.