Você está em uma bolha? Entenda como os algoritmos moldam o que é visto
As redes sociais e buscadores criam filtros de informação; saiba como essa personalização funciona e como ela pode reforçar a polarização
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Será que que todo mundo nas redes sociais pensa da mesma forma? Os resultados de uma busca parecem confirmar exatamente aquilo que o internauta já acreditava? Esse fenômeno não é coincidência e tem um nome: bolha informativa. Ela é criada por algoritmos que personalizam o conteúdo que chega até você, moldando sua percepção da realidade.
Plataformas como Instagram, Facebook, TikTok e até o Google usam sistemas inteligentes para decidir o que mostrar. Esses algoritmos analisam tudo o que você faz: os vídeos que assiste, as fotos que curte, as notícias que lê e os links em que clica. O objetivo é manter sua atenção pelo maior tempo possível, oferecendo conteúdos que provavelmente vão agradar.
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O resultado é um feed de notícias e resultados de pesquisa que funciona como um espelho. Ele reflete seus próprios interesses e visões de mundo, criando um ambiente digital confortável e familiar. Aos poucos, informações e opiniões divergentes deixam de aparecer, isolando o usuário em um universo de ideias semelhantes às suas.
O risco do reforço de ideias
Embora a personalização pareça algo positivo, ela pode limitar sua exposição a diferentes perspectivas. Ao consumir apenas conteúdo que reforça suas crenças, a tendência é que elas se tornem mais rígidas. Isso dificulta o diálogo e alimenta a polarização em debates sobre política, sociedade e outros temas sensíveis.
A bolha informativa pode levar à disseminação de desinformação, já que fatos que contradizem a visão do grupo são frequentemente ignorados ou desacreditados. Com o tempo, a percepção de que “todo mundo pensa assim” se fortalece, o que nem sempre corresponde à realidade fora do ambiente digital.
Como reduzir o efeito do filtro?
Sair completamente da bolha é um desafio, mas é possível tomar algumas atitudes para ampliar sua visão. Uma estratégia eficaz é diversificar as fontes de informação e seguir perfis e páginas com pontos de vista diferentes dos seus, mesmo que você não concorde com eles.
Outras dicas práticas incluem:
Use a navegação anônima: ao fazer buscas em uma janela privativa do navegador, os resultados são menos influenciados pelo seu histórico de navegação.
Limpe seus dados: apagar o histórico de buscas e de vídeos assistidos em plataformas como o YouTube ajuda a “resetar” as recomendações do algoritmo.
Questione o conteúdo: antes de compartilhar uma notícia, verifique a fonte e procure saber o que outros veículos dizem sobre o mesmo assunto.
Interaja de forma consciente: lembre-se de que cada curtida e comentário ensina ao algoritmo o que você quer ver mais. Varie suas interações para receber um conteúdo mais diversificado.
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Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.