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A rota do diamante em Minas: um roteiro histórico para visitar

Explore cidades como Diamantina e Serro, que preservam a rica história da extração de diamantes no Brasil e oferecem passeios incríveis

Casario histórico de Diamatina
Casario histórico de Diamatina
Crédito: Sérgio Mourão/SeturMG

A recente disputa judicial por um diamante de proporções raras, encontrado em Minas Gerais, reacendeu a curiosidade sobre a riqueza mineral do estado. Essa busca por pedras preciosas, no entanto, não é novidade e remonta ao século 18, quando a região se tornou o maior centro de extração de diamantes do mundo, moldando a história do Brasil e a cobiça da Coroa Portuguesa.

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Essa herança está preservada em um roteiro histórico conhecido como o Caminho dos Diamantes, um trecho da Estrada Real. Percorrer essa rota é como fazer uma viagem no tempo, explorando cidades coloniais que parecem ter parado no tempo, com suas ruas de pedra, casarões coloridos e igrejas barrocas que guardam segredos de um passado opulento e, muitas vezes, brutal.

O epicentro dessa história é o antigo Arraial do Tijuco, hoje a cidade de Diamantina. Fundada por volta de 1722, a localidade rapidamente se transformou em um polo de riqueza e poder. A exploração era controlada com mão de ferro por Portugal através da Demarcação Diamantina, uma área vigiada para evitar o contrabando e garantir que toda a produção chegasse aos cofres reais.

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A vida na região era marcada por contrastes. De um lado, a opulência dos contratadores de diamantes, como João Fernandes de Oliveira. Do outro, o trabalho extenuante de milhares de pessoas escravizadas, que eram a força motriz da mineração. Essa dinâmica social complexa deixou marcas profundas na cultura e na arquitetura local, visíveis até hoje.

Diamantina: o coração da rota

Visitar Diamantina, Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco, é mergulhar nesse universo. A cidade oferece um roteiro a pé por seu centro histórico, onde cada esquina revela uma nova descoberta. A arquitetura colonial se destaca em construções icônicas que valem a visita.

O Mercado Velho, também conhecido como Mercado dos Tropeiros, é um dos pontos de encontro da cidade. Construído em 1835, o espaço com sua charmosa estrutura de madeira e arcos abriga feiras de artesanato e gastronomia, mantendo viva a tradição comercial da região.

Outro ponto fundamental é a Casa de Chica da Silva. A história da mulher escravizada que se tornou uma das figuras mais poderosas e ricas da colônia fascina visitantes. Embora a construção original não exista mais, o local onde ela viveu abriga hoje a sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Para entender a vida religiosa e a organização social da época, a Igreja de Nossa Senhora do Carmo é uma parada obrigatória. Sua construção, financiada por João Fernandes de Oliveira, possui uma peculiaridade: a torre do sino foi erguida nos fundos do templo, um suposto pedido de Chica da Silva para que o som não a incomodasse.

Serro e outros tesouros do caminho

Seguindo a rota, a cidade do Serro é outra joia colonial. Seu centro histórico também é tombado pelo Iphan e preserva um conjunto arquitetônico de grande valor. A cidade é famosa não apenas por sua participação no ciclo do diamante, mas também por ser o berço do Queijo do Serro, um patrimônio imaterial brasileiro.

As ladeiras íngremes do Serro levam a igrejas barrocas impressionantes, como a Matriz de Nossa Senhora da Conceição e a Igreja de Santa Rita, que do alto de uma escadaria oferece uma vista panorâmica da cidade. Caminhar por suas ruas é uma experiência que conecta o visitante à simplicidade e à riqueza cultural da região.

Além de Diamantina e Serro, o Caminho dos Diamantes inclui outras localidades menores, como Milho Verde e São Gonçalo do Rio das Pedras. Esses distritos oferecem uma imersão ainda maior na natureza, com cachoeiras e paisagens deslumbrantes que serviam de cenário para a busca incansável por pedras preciosas.

O que é a Rota do Diamante em Minas Gerais?

A Rota do Diamante é um trecho da histórica Estrada Real. Ela conecta cidades mineiras que foram o centro da extração de diamantes no século 18.

Quais são as principais cidades desse roteiro?

As cidades mais conhecidas da rota são Diamantina e Serro. O caminho também inclui distritos charmosos como Milho Verde e São Gonçalo do Rio das Pedras.

Qual a importância histórica do Caminho dos Diamantes?

A rota foi fundamental para a economia do Brasil Colônia e de Portugal. A extração de diamantes na região transformou o cenário econômico mundial no século 18.

O que ver em Diamantina?

O centro histórico, tombado pela Unesco, é a principal atração. Pontos como o Mercado Velho, a Casa de Chica da Silva e as igrejas barrocas são imperdíveis.

Além da história, o que o Serro oferece?

A cidade é famosa pela produção do Queijo do Serro, patrimônio cultural do Brasil. Seu conjunto arquitetônico colonial e as igrejas históricas também são grandes atrativos.

Qual a melhor forma de percorrer essa rota?

O ideal é fazer o percurso de carro para ter liberdade de explorar cada localidade. O roteiro pode ser iniciado a partir de Belo Horizonte, capital do estado.

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