Direitos do consumidor: o que fazer se uma empresa que te deve entra em falência
O caso da 123 Milhas serve de alerta; especialistas explicam quais são os primeiros passos para tentar reaver seu dinheiro em situações semelhantes
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O processo de recuperação judicial da 123 Milhas, que deixou milhares de clientes sem viagens e sem dinheiro, serve como um alerta importante para o consumidor. O alerta da Defensoria Pública de Minas Gerais para que os credores verifiquem seus dados na lista oficial da empresa acendeu novamente a luz sobre uma dúvida comum: o que fazer quando uma companhia da qual você comprou algo entra em falência ou processo semelhante?
Quando uma empresa pede recuperação judicial, ela busca renegociar suas dívidas sob proteção da Justiça para evitar a falência. Nesse momento, todos que têm valores a receber, incluindo clientes, tornam-se oficialmente credores. Para o consumidor, isso significa que o caminho para reaver o dinheiro muda completamente e passa a seguir regras legais específicas. No caso da 123 Milhas, considerado um dos maiores processos do tipo no país, são cerca de 800 mil credores envolvidos.
A participação ativa nesse processo é o que aumenta as chances de receber o valor devido. Ignorar as etapas pode fazer com que seu crédito não seja reconhecido, dificultando ou até mesmo impossibilitando o ressarcimento no futuro.
O que fazer para tentar reaver o dinheiro
O primeiro passo é verificar se seu nome e o valor correto da dívida estão na lista de credores divulgada pela empresa e pelo administrador judicial, profissional nomeado pela Justiça para fiscalizar o processo. Essa verificação deve ser feita exclusivamente pela plataforma oficial indicada pela administração judicial. No caso da 123 Milhas, a plataforma é o site rj123milhas.com.br.
Caso seu nome não apareça ou o valor esteja incorreto, é fundamental comunicar o erro formalmente ao administrador judicial. Esse procedimento, chamado de habilitação ou divergência de crédito, tem um prazo legal para ser feito. Perder essa data pode complicar o recebimento.
Mantenha todos os documentos que comprovam a compra e o pagamento muito bem organizados. Isso inclui:
E-mails de confirmação da compra;
Faturas do cartão de crédito;
Comprovantes de pagamento via Pix ou boleto;
Contratos de serviço;
Qualquer comunicação trocada com a empresa.
É importante entender que, em um processo de recuperação, existe uma ordem de prioridade para os pagamentos. Dívidas trabalhistas e tributárias, por exemplo, costumam ser quitadas primeiro. Os consumidores entram na categoria de credores quirografários, que não possuem garantia real, mas o Código de Defesa do Consumidor pode assegurar alguma preferência. Acompanhar cada etapa é a melhor estratégia para proteger seus direitos.
Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.