Viajar é um dos maiores prazeres da vida, mas para milhões de brasileiros que convivem com doenças crônicas como hipertensão, diabetes ou problemas cardíacos, o planejamento de uma viagem exige uma atenção redobrada. A mudança de rotina, fuso horário e alimentação pode desestabilizar quadros de saúde que estão sob controle no dia a dia.

Um planejamento cuidadoso transforma a preocupação em tranquilidade. Pequenas atitudes tomadas antes de fazer as malas são capazes de prevenir emergências médicas e garantir que o único foco seja aproveitar o destino. Organizar medicamentos, consultar um médico e entender as particularidades do local a ser visitado são passos fundamentais para uma experiência segura e inesquecível.

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1. Converse com seu médico antes de tudo

A primeira parada antes de qualquer viagem deve ser o consultório médico. Essa conversa não é uma formalidade, mas o passo mais importante para garantir sua segurança longe de casa. É o momento de alinhar todos os detalhes da viagem com seu estado de saúde atual.

Leve informações sobre o destino, a duração da estadia e o tipo de atividades que pretende realizar. O profissional poderá fazer ajustes na medicação, especialmente se houver mudança de fuso horário, e orientar sobre vacinas necessárias ou cuidados específicos com o clima e a altitude do local.

Peça ao seu médico um relatório detalhado sobre sua condição de saúde. O ideal é que este documento esteja em português e também em inglês, contendo informações sobre seu diagnóstico, medicamentos em uso e dosagens. Ter uma cópia das receitas médicas também é essencial para evitar problemas com fiscalização em aeroportos ou para comprar algum remédio, se necessário.

2. Organize um kit de medicamentos completo

Nunca despache seus medicamentos. A mala pode ser extraviada e conseguir novas receitas em outra cidade ou país pode ser um processo complicado e demorado. Todo o seu tratamento deve estar na bagagem de mão, em um local de fácil acesso.

Leve uma quantidade de remédios superior à necessária para os dias da viagem. Calcule uma margem de segurança para cobrir possíveis imprevistos, como voos cancelados ou atrasos no retorno. Manter os medicamentos em suas embalagens originais ajuda na identificação e evita questionamentos.

Para quem tem diabetes e usa insulina, é fundamental transportá-la em uma bolsa térmica adequada para manter a temperatura. Além da medicação, o kit deve incluir aparelhos de medição, como glicosímetros e medidores de pressão, com baterias extras. Levar lanches saudáveis também ajuda a controlar os níveis de açúcar no sangue durante longos percursos.

3. Pesquise sobre o destino e a viagem

Conhecer o destino vai além de escolher os pontos turísticos. Faça uma pesquisa sobre a infraestrutura de saúde local. Mapeie hospitais, farmácias e clínicas próximas à sua hospedagem e salve os endereços no celular. Anote também os números de emergência do local, que podem ser diferentes do que você está acostumado.

Durante voos longos, o risco de trombose venosa profunda aumenta, principalmente para pessoas com problemas circulatórios. Para minimizar o perigo, use roupas confortáveis, beba bastante água, evite bebidas alcoólicas e tente se levantar para caminhar pelo corredor do avião a cada duas horas. Meias de compressão também podem ser recomendadas.

A alimentação é outro ponto de atenção. Informe-se sobre a culinária local e identifique pratos que se encaixam na sua dieta. Em muitos países, o acesso à água potável pode ser limitado. Opte sempre por água mineral engarrafada para evitar problemas gastrointestinais que podem agravar sua condição de saúde.

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Um planejamento cuidadoso transforma a preocupação em tranquilidadeJoshuaWoroniecki de pixabay

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4. Contrate um seguro de viagem adequado

O seguro de viagem não é um gasto, mas um investimento na sua segurança. Para quem tem uma doença crônica, ele se torna indispensável. Contratar o plano mais básico sem ler os detalhes do contrato é um erro que pode gerar grandes transtornos em uma emergência.

Ao contratar o serviço, é obrigatório declarar suas condições de saúde preexistentes. Omitir essa informação pode levar à negação da cobertura justamente quando você mais precisar. Verifique se o plano escolhido cobre despesas médicas e hospitalares para crises relacionadas à sua doença crônica.

Além da cobertura para emergências, analise se o seguro oferece serviços como repatriação médica, que garante seu transporte de volta para casa em um avião adaptado, se necessário. Leia atentamente a apólice e certifique-se de que os valores de cobertura são suficientes para os custos médicos do país de destino.

5. Cuide da alimentação e hidratação

Sair da rotina é um dos atrativos de uma viagem, mas o corpo de quem tem uma doença crônica precisa de um mínimo de regularidade. Tente manter os horários das refeições o mais próximo possível do seu habitual, mesmo com as mudanças de fuso.

Evite excessos. Experimentar a gastronomia local faz parte da experiência, mas faça isso com moderação. O consumo elevado de sal, açúcar, gorduras e álcool pode descompensar a pressão arterial ou a glicemia. Dê preferência a alimentos frescos e preparações mais leves.

A hidratação é crucial, especialmente em climas quentes ou durante voos, onde o ar é mais seco. Tenha sempre uma garrafa de água por perto. Estar bem hidratado ajuda na circulação sanguínea, no controle da pressão e no bom funcionamento de todo o organismo, contribuindo para que sua única preocupação seja criar boas memórias.

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