A informação foi divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, no dia 27/06.
A taxa de fecundidade no Brasil vem em queda década após década. Nos anos 1980, esse Ãndice era de 4,4 filhos por mulher em idade reprodutiva, número que caiu para 2,4 em 2000 e, agora, atingiu 1,6.
O índice é inferior ao mínimo necessário para que o tamanho da população brasileira siga estável na próxima geração - 2,1 filhos por mulher.
Esse índice de 2,1 filhos por mulher compõe a chamada “taxa de reposição populacional”, estipulado por organizações internacionais.
A taxa de reposição populacional do Brasil está abaixo da de países desenvolvidos, como a França, que registra 1,8 filho por mulher, e Estados Unidos, de 1,7.
Porém, o índice de fecundidade brasileiro supera outros países sul-americanos, como o da vizinha Argentina, que é de 1,5, e o do Chile, que registra 1,3.
Entre as cinco regiões brasileiras, o Sudeste é o que tem a menor taxa de reposição populacional: 1,41 filho por mulher.
Já a região Norte lidera com a taxa de 1,89 filho por mulher, de acordo com o Censo de 2022.
Em relação às faixas de escolaridade, as mulheres que possuem ensino superior completo têm menor taxa de fecundidade - 1,2 filho por mulher nesse estrato.
Por outro lado, mulheres com menor escolaridade tem média mais alta de fecundidade - 2 filhos por mulher nesse estrato.
Já entre grupos sociais, as indígenas são as que têm a maior média, com 2,8 filhos por mulher.
Na sequência, vem as mulheres pardas, com 1,7, as pretas com 1,6, as brancas, com 1,4, e as amarelas, com 1,2.
Nos grupos religiosos, as evangélicas lideram com 1,7 filho por mulher. As católicas registram média de 1,5, as sem religião, 1,4, as adeptas de religiões de matriz africana, 1.2, e as espíritas, 1.
O levantamento do IBGE mostra ainda que 16% das mulheres brasileiras entre 50 e 59 não tiveram filhos.
Esse Ãndice representa um aumento considerável nas últimas décadas na proporção de mulheres que chegaram ao fim da vida reprodutiva sem ter filhos - em 2010, ele era de 12%.
Outra conclusão do censo nesse quesito é que as mulheres brasileiras passaram a ter filhos cada vez mais tarde.
A faixa etária entre 25 e 29 concentrou 24,4% das taxas de fecundidade, o que faz do grupo o líder no quesito - em 2010, a primeira colocação era o grupo de 20 a 24 anos, responsável à época por 26,5% do total de nascimentos.
Em 2022, a idade média em que as mulheres brasileiras tiveram filho foi 28,1 anos. Em 2010, essa média era aos 26,8 anos.
Vale lembrar que em maio, o IBGE divulgou que em 2023 o Brasil registrou o menor número de nascimentos em quase 50 anos. Com 2,52 milhões de nascimentos, foi o quinto ano seguido de queda, de acordo com a pesquisa Estatísticas do Registro Civil.