Esses pequenos roedores costumam roer fios, invadir transformadores e andar pelas linhas elétricas, causando curtos-circuitos e danos.
Segundo registros de empresas elétricas, os esquilos são uma das principais causas não climáticas de apagões, superando até ataques cibernéticos em número de ocorrências. Pessoas acendem velas nas residências até que o reabastecimento seja feito.
Isso ocorre especialmente em áreas suburbanas ou com muitas árvores próximas à rede elétrica. Entre as cidades mais afetadas estão as seguintes.
Atlanta (Geórgia) – A cidade é cercada por vegetação, e os esquilos frequentemente causam curtos em transformadores, segundo a empresa de energia Georgia Power.
Seattle (Washington) – Muito arborizada, registra quedas frequentes atribuídas a animais, especialmente esquilos, segundo a responsável pela distribuição de energia, Seattle City Light.
Portland (Oregon) – Conhecida por suas árvores urbanas, tem relatado interrupções causadas por esquilos que entram em subestações e causam danos.
Chicago (Illinois) – Mesmo sendo uma grande metrópole, bairros residenciais com árvores têm registros constantes de panes provocadas por esquilos.
Austin (Texas) – Com muitas áreas verdes, tem enfrentado problemas recorrentes com roedores na rede elétrica, segundo a Austin Energy.
Nashville (Tennessee) – A NES (Nashville Electric Service) já declarou que esquilos são uma das principais causas de interrupções locais.
Geralmente, o esquilo não leva choque ao andar pelos fios elétricos porque ele toca apenas um fio por vez, o que não completa um circuito elétrico. Além disso, ele não encosta no poste ou no solo ao mesmo tempo.
No entanto, quando o esquilo toca dois fios diferentes ao mesmo tempo (com voltagens distintas) ou um fio e alguma parte metálica aterrada do transformador, ele fecha o circuito e leva um choque fatal — o que, de fato, acontece com frequência e causa apagões.
Os esquilos pertencem à família Sciuridae, que inclui mais de 270 espécies distribuídas entre esquilos arborícolas, terrestres e voadores. Eles habitam florestas, parques e áreas urbanas em vários continentes, exceto a Antártida e a Austrália.
A espécie mais comum na América do Norte é o esquilo-cinzento (Sciurus carolinensis), que se adaptou bem a ambientes urbanos. Ele é ágil, curioso e conhecido por armazenar nozes e sementes para o inverno.
No Brasil, a espécie nativa mais conhecida é o caxinguelê (Guerlinguetus brasiliensis), encontrado na Mata Atlântica e em partes da Amazônia. É menor e mais discreto que os esquilos norte-americanos, mas igualmente ativo.
Esses animais têm dentes incisivos que crescem continuamente, o que os obriga a roer com frequência. Por isso, além de alimentos, roem cascas, madeira e até fios elétricos, o que pode causar prejuízos.
A dieta dos esquilos é variada: inclui sementes, frutas, brotos, cogumelos e até insetos. Eles têm o hábito de esconder comida no solo, o que ajuda na regeneração de florestas ao esquecerem parte dos estoques.
Apesar de simpáticos, esquilos podem transmitir doenças, como leptospirose ou tifo, por meio de fezes e pulgas. Em alguns lugares, são tratados como pragas urbanas justamente quando se aproximam demais de casas e fios.