Os assassinatos foram cometidos na casa de Sharon, localizada na Cielo Drive, e ficaram conhecidos como os Assassinatos Tate-LaBianca. Além de Sharon, perderam a vida naquela noite o cabeleireiro Jay Sebring, o roteirista Wojciech Frykowski, a milionária Abigail Folger e o vigia Steven Parent, que estavam na residência de Tate.
Todos foram brutalmente espancados, esfaqueados e baleados, com o sangue das vítimas usado para escrever palavras como 'Pig' (porco) e 'Helter Skelter (sem tradução exata)' nas paredes da casa.
O líder da seita, Charles Manson, convenceu seus seguidores de que ele era uma figura messiânica e pregava uma teoria distorcida sobre uma guerra racial iminente. Manson acreditava que os assassinatos iriam desencadear um conflito entre brancos e negros, o que ele chamou de 'Helter Skelter', nome de uma música famosa dos Beatles.
Ele usou a música dos Beatles, de 1968 (do 'Álbum Branco'), para justificar sua visão apocalíptica, manipulando psicologicamente seus seguidores. Para Manson, matar os inocentes era uma maneira de incitar esse caos, e ele acreditava que, ao fazer isso, poderia ascender ao poder.
Os responsáveis pelas mortes eram jovens seguidores de Manson, entre eles Tex Watson, Susan Atkins, Patricia Krenwinkel e Leslie Van Houten (foto). Eles eram parte de uma seita maior, com mais de 100 membros, que viviam em um rancho nos arredores de Los Angeles.
O rancho, de propriedade de um homem idoso, George Spahn, foi o cenário de muitas das pregações e práticas de Manson, que envolviam drogas como LSD e orgias, além de ensinamentos de caráter messiânico e distorcido.
Manson controlava suas seguidoras com promessas de sobrevivência durante a guerra racial que ele acreditava estar por vir.
Este crime, aliás, serviu de inspiração para o filme 'Era uma vez em Hollywood' (2019), do diretor Quentin Tarantino. O longa, porém, reconstruiu a história de maneira ficcional, alterando inclusive o desfecho do caso. Brad Pitt e Leonardo DiCaprio estrelam o filme.
O assassinato de Sharon Tate e amigos não foi o único crime cometido pela seita. No dia seguinte, Leno e Rosemary LaBianca também foram assassinados com 41 facadas, em uma tentativa de continuar com o plano de Manson.
Os LaBianca foram amarrados pelo próprio Manson, mas as facadas foram dadas por seus seguidores. Manson queria criar um cenário de caos e violência para colocar em prática sua visão apocalíptica e, ao mesmo tempo, fazer com que os crimes parecessem ser cometidos por afro-americanos.
O caso foi investigado com grande repercussão midiática. Manson e seus seguidores foram julgados e, inicialmente, condenados à morte.
Seus seguidores, como Leslie Van Houten, Tex Watson e Susan Atkins, também foram sentenciados à prisão perpétua por sua participação ativa nos assassinatos.
O caso de Manson foi um marco na história criminal dos Estados Unidos e trouxe à tona os perigos do extremismo e da manipulação psicológica.
Manson morreu na prisão em 2017, mas seu nome e os horrores que ele e seus seguidores causaram continuam sendo uma lembrança sombria da capacidade humana para o mal quando combinada com ideologias distorcidas e manipulação.
Já Leslie Van Houten, uma das seguidoras de Manson, deixou a prisão em julho de 2023. Foram mais de 50 anos de cadeia para ela.
Ela se encontrava presa na Califórnia por seu envolvimento em dois homicídios. O Departamento de Correções e Reabilitação da Califórnia emitiu uma declaração informando que Van Houten 'foi liberada para supervisão de liberdade condicional'.
Leslie foi liberada em uma cidade próxima de Los Angeles e encaminhada para um alojamento provisório, uma instituição de reabilitação, onde reaprendeu tarefas básicas como dirigir, fazer compras em um supermercado e usar um cartão de débito.
A história de Sharon Tate, uma atriz promissora, e das outras vítimas é um lembrete trágico dos danos que cultos como o de Manson podem causar e dos horrores que o fanatismo pode gerar.