O documento, datado de 1513, foi assinado por Piri Reis, cartógrafo da Marinha do Império Otomano.
Desenhado em pele de gazela, o mapa chamou atenção por sua riqueza de detalhes e por reunir fontes diversas.
O conteúdo incluía mapas ptolomaicos, portugueses, árabes e até supostas ilustrações perdidas de Cristóvão Colombo.
O fragmento mostra partes da Europa, África e América do Sul com relativa precisão, embora o Caribe apareça distorcido.
O 'erro' pode refletir a insistência de Cristóvão Colombo de que Cuba era parte da Ásia.
Outro detalhe controverso é a representação de um grande continente no sul do mapa, interpretado por alguns como a Antártida.
A teoria foi popularizada por Charles Hapgood, em 1966. Na época, ele sugeriu que uma 'civilização avançada desconhecida' teria sido capaz de registrar a antártica quando ela ainda não estava coberta por gelo.
No entanto, a tese não tinha embasamento científico, uma vez que a Antártida está coberta de gelo há milhões de anos.
O mais provável é que essa região represente a Terra Australis Incognita, um pedaço de terra que era retratado com frequência em mapas do Renascimento.
O mapa combina técnicas islâmicas e europeias, rompendo com a visão medieval de um 'Oceano Encirculante' intransponível e sugerindo que os mares poderiam ser navegados.
Hoje, apenas um terço do documento original permanece intacto, com ilustrações de criaturas míticas e anotações em turco otomano.
O mapa está exposto no Palácio de Topkapi, que fica em Istambul, na Turquia.
Mustafa Kemal Atatürk, que foi presidente da Turquia de 1923 a 1938, promoveu o estudo do mapa como parte do legado científico otomano.
Nascido por volta de 1470, Piri Reis serviu na marinha otomana durante os reinados dos sultões Bayezid II, Selim I e Suleiman, o Magnífico, participando de várias campanhas navais.
Além do mapa, ele escreveu o Kitab-? Bahriye (Livro da Navegação), uma obra de grande valor científico e estratégico que descrevia portos, mares e rotas do Mediterrâneo.
Piri Reis foi também um reflexo do poder marítimo do Império Otomano no século 16, quando este se expandia não só por terra, mas também pelo mar.
Piri Reis foi executado em 1553, possivelmente por motivos políticos, mas seu legado permanece como testemunho da contribuição otomana à cartografia e à navegação.