Em 2017, o cantor e compositor sofreu um acidente vascular cerebral hemorrágico e permaneceu internado por quase um ano e meio. O artista sofre desde então com sequelas da doença.
De acordo com a nota, Arlindo está “estável, acordado, sob os cuidados atentos da equipe médica e cercado pelo amor e presença constante da família”.
“As notícias mencionadas não condizem com a realidade atual do tratamento de Arlindo”, ressalta a nota.
A manifestação dos familiares do artista vem após a repercussão de trechos do livro 'O Sambista Perfeito', recém-lançada biografia de Arlindo Cruz escrita por Marcos Salles.
Na nota, a família diz que detalhes sobre a saúde do sambista explicitados na biografia são lembranças antigas. “As notícias mencionadas não condizem com a realidade atual do tratamento de Arlindo”, frisa o texto.
Recentemente, Arlindo Cruz precisou ficar internado por 50 dias para o tratamento de uma pneumonia.
Horas antes do comunicado, a filha do cantor, Flora Cruz, pronunciou-se nos stories do Instagram pedindo respeito à situação da família.
'Quantas matérias com inverdades proferidas, muitas falas são baseadas em trechos que dizem respeito de momento passados, que estão contidos na sua biografia 'O Sambista Perfeito'', disse ela, referindo-se ao noticiário.
Em trecho da biografia, Babi Cruz, esposa de Arlindo, diz que o artista não responde mais a estímulos.
'Tivemos momentos em que ele segurava um copo, segurava biscoito... Hoje isso não acontece mais. Ele está muito dentro do seu mundinho, bem distante', afirma Babi Cruz no livro.
Nascido em 14 de setembro de 1958 em Madureira, subúrbio do Rio de Janeiro, Arlindo Cruz é um dos nomes mais importantes da história recente do samba.
Multi-instrumentista, compositor e cantor, ele começou a tocar cavaquinho ainda na infância, incentivado por seu pai, Arlindão Cruz. Ele ganhou o instrumento com apenas seis anos de idade.
Na adolescência, ele já atuava como músico profissional e passou a integrar rodas de samba.
Ele é uma das crias do Cacique de Ramos, um dos mais conhecidos blocos carnavalescos do Rio de Janeiro, ao lado de nomes como Almir Guineto, Jorge Aragão, Sombrinha e Luiz Carlos da Vila.
Nos anos 1980, ele ganhou notoriedade ao integrar o grupo Fundo de Quintal, um dos expoentes da renovação do samba tradicional com rica instrumentação e levadas mais cadenciadas.
Durante 12 anos no Fundo de Quintal, Arlindo se destacou também como compositor. Ele saiu do grupo no inÃcio dos anos 1990 e seguiu carreira solo, firmando-se como um dos maiores sambistas de sua geração. Sombrinha foi um dos seus parceiros mais frequentes.
Seus discos solo, como “Pagode do Arlindo” e “Sambista Perfeito”, misturam lirismo, crítica social e celebração da cultura popular.
Ao longo da carreira, Arlindo Cruz compôs mais de 600 músicas — muitas em parceria com Sombrinha, Zeca Pagodinho, Jorge Aragão e outros ícones do gênero.
Clássicos como “O Show Tem Que Continuar”, “Meu Lugar” e “Ainda É Tempo Pra Ser Feliz” fazem parte da memória afetiva de milhões de brasileiros.
Além da carreira solo, Arlindo participou de projetos especiais, como o Sambabook, e de turnês com o filho Arlindinho, com quem vinha dividindo os palcos antes de sofrer o AVC que o afastou da vida pública.
Mesmo longe dos palcos, Arlindo Cruz permanece como símbolo do samba autêntico, do talento generoso e da resistência da cultura afro-brasileira. Sua obra continua sendo reverenciada e interpretada por novas gerações de artistas.
Arlindo Cruz é casado com Babi Cruz desde 2012. Dessa união, nasceram os filhos Arlindinho e Flora. Além disso, o sambista tem outro filho, Kauan Felipe, de um relacionamento anterior.