Intitulado 'An Authentic and Faithful History of the Mysterious Murder of Maria Marten', o livro narra o crime, que ficou conhecido como 'Assassinato do Celeiro Vermelho'.
Corder foi capturado, julgado e executado em 1828. Depois de sua morte, sua pele foi usada para encadernar livros que contam sua história.
O exemplar foi doado por descendentes de um cirurgião que participou da dissecação do assassino e tem pele apenas na lombada e nos cantos da capa.
A prática, chamada bibliopegia antropodérmica, foi comum no século 19, especialmente ligada a punições ou para registros médicos.
Terry Deary, autor do livro 'Horrible Histories', destacou que criminosos do passado temiam mais a dissecção pós-morte do que a própria execução.
Além dos livros, o caso de Corder inspirou filmes, como 'Maria Marten, or The Murder in the Red Barn', de 1935.
Apesar de seu valor histórico, a natureza macabra do objeto divide opiniões. Enquanto o museu defende sua importância, alguns escritores consideram os livros 'repugnantes' e criticam sua exposição.
Instituições como Harvard (foto) optaram por remover pele humana de suas coleções, mas o museu britânico defende a preservação como parte da história.
Segundo o agente de patrimônio histórico do museu, Dan Clarke, até o momento a exibição dos livros não gerou queixas por parte dos visitantes.
'Se você não soubesse do que se trata, pensaria que é só um livro comum. É estranho, mas também fascinante ter algo assim na coleção', disse Abbie Smith, assistente de patrimônio do museu, em entrevista à BBC.
Moyse's Hall é um dos museus mais antigos e históricos da cidade de Bury St Edmunds, no condado de Suffolk.
O edifício em si é uma estrutura medieval impressionante, datada do século 12, e é considerado um dos melhores exemplos de arquitetura secular normanda na região.
Originalmente construído como uma casa de comerciantes, Moyse's Hall já teve diversos usos ao longo do tempo — serviu de moradia, pousada e até de posto policial antes de ser convertido em museu em 1899.
O acervo do museu é bastante diversificado, abrangendo desde artefatos arqueológicos e relÃquias da Idade Média até peças que ilustram o cotidiano da cidade ao longo dos séculos.
Um dos destaques é a coleção de relíquias relacionadas à infame história de bruxaria de Suffolk, incluindo objetos e documentos que remetem aos julgamentos e crenças populares da época.