Com pinturas e desenhos em paredes e muros, o grafite é considerado uma expressão de arte contemporânea. A sua origem moderna aparece vinculada ao hip-hop e também à chamada contra-cultura no fim dos anos 60 do século XX.
No início de 2024, Araraquara, no interior de São Paulo, ganhou murais em grafite para destacar artistas e esportistas famosos que nasceram na cidade.
As estampas compõem o projeto “Páginas de Concreto - Memórias Araraquarenses” e são de autoria do artista urbano Aracê.
O escritor Ignácio de Loyola Brandão, membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), foi o primeiro grafite feito para o projeto. O painel encontra-se na Biblioteca Municipal Mário de Andrade.
O dramaturgo Zé Celso Martinez Corrêa, fundador do Teatro Oficina e que morreu em 2023, é um dos filhos ilustres de Araraquara retratados pelas mãos de Aracê. Seu rosto estampa um espaço na Avenida José Bonifácio.
O rosto da cantora e compositora Liniker ilustra o Núcleo de Educação de Jovens e Adultos de Araraquara.
Aracê também grafitou os semblantes das jogadoras de futebol Bia Zaneratto e Luciana. O desenho das atletas foi feito no muro da Escola Técnica Estadual (ETEC) da cidade paulista.
O Centro Cultural Martim Cererê, em Goiânia, é outro espaço urbano que contemplou recentemente a arte feita com tintas em spray.
Ponto tradicional da cena alternativa da capital de Goiás, o Martim Cererê ganhou murais pintados por 14 artistas da região, em projeto da Secretaria Estadual de Cultura.
Em setembro de 2023, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, apresentou o projeto Cores do Brasil, maior galeria de arte urbana a céu aberto da América Latina.
Com inspiração nas obras do Profeta Gentileza, viadutos, terminais e passarelas do corredor Transbrasil envolvem grafites ao longo dos seus 26 km de extensão.
No Rio, a Zona Portuária do Rio já tem um grafite longo na avenida que margeia os armazéns do Porto, perto da Praça Mauá, área recentemente revitalizada onde fica o famoso Museu do Amanhã. Por ali passa o VLT, o veículo leve sobre trilhos.
A cantora Elza Soares tem desde 2017 o rosto estampado no muro da escadaria da estação central do metrô de Belo Horizonte. No início de 2022, quando a artista morreu aos 91 anos, os autores publicaram um vídeo para mostrar o processo de produção da obra.
O artista plástico Paulo Terra rendeu tributo a Gugu Liberato com grafite em muro do bairro da Barra Funda, zona oeste de São Paulo. Os desenhos retratam fases diversas da carreira do apresentador, morto em novembro de 2019.
O artista tem painéis espalhados por todas as regiões da cidade de São Paulo, sua terra natal.
Os Gêmeos (como são conhecidos os artistas Otávio e Gustavo Pandolfo) são referências nessa expressão artística, contribuindo na criação de um estilo brasileiro de grafite.
Com produção vasta, os irmãos já organizaram exposições de suas obras em locais como a Pinacoteca, em São Paulo, e o Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro.
O artista visual Fabio de Oliveira Parnaiba, mais conhecido como Cranio, criou um personagem que virou sua marca registrada no grafite: os índios azuis.
Os índios azuis de Cranio são representados em muros de São Paulo e também já foram representados com esculturas em exposições e até em uma estação de metrô da capital paulista.
Representante da geração de artistas grafiteiros dos anos 90, Nina Pandolfo já teve suas criações expostas em galerias e museus pelo mundo. Ela é conhecida pelas pinturas singulares de meninas com olhos grandes e de forte expressão.
Nina Pandolfo, nascida em Tupã, no interior de São Paulo, também faz grafite com estética similar representando animais, como gatos e peixes.