Minas Gerais registrou mais uma morte em unidade prisional. Nayara Cristina de Lana Gonçalves, de 35 anos, estava no Presídio de Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, desde 2 de agosto. Seu óbito foi registrado no sábado (9/8), após ela ser encaminhada para uma unidade de pronto atendimento da cidade. 

De acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), no dia da ocorrência, as policiais penais da unidade foram acionadas por colegas de cela de Nayara. Ela estaria passando mal e foi atendida na enfermaria do presídio. 

Por não apresentar nenhuma melhora, a mulher foi encaminhada  até a unidade médica. Ainda conforme a pasta, a detenta fazia uso de insulina e outros medicamentos controlados, e estava sendo acompanhada pelo setor de saúde do local.

A causa da morte ainda não foi informada. Um procedimento interno foi instaurado para apurar administrativamente as circunstâncias. Já as investigações criminais ficarão a cargo da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG). 

Situação que se repete 

A morte de pessoas privadas de liberdade em Minas Gerais está sendo investigada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Na última sexta-feira (8/8) a 1ª Promotoria de Justiça de Ribeirão das Neves, também na Grande BH, instaurou um procedimento para apurar a causa de 20 mortes registradas na cidade, este ano, no presídio Inspetor José Martinho Drumond. 

Em 2025, até o fim da última semana, ao menos 63 óbitos foram registrados em unidades prisionais do estado. A Região Metropolitana de Belo Horizonte lidera a estatística. Segundo informações do Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG) e da Sejusp, repassadas à Assembléia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), durante audiência pública, a unidade em Ribeirão das Neves foi construída para abrigar 1.047 custodiados, mas já comporta 2.228 presos. 

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Os dados apresentados na ALMG ainda revelam uma carência de vagas no sistema penitenciário do estado. Conforme o Sindicato dos Policiais Penais, em 2024, Minas somava 61 mil presos, e agora já contabiliza 66.436. Além disso, existem, atualmente, 170 unidades prisionais, com cerca de 45 mil vagas ao todo, o que representa um déficit de 21.436 vagas. Enquanto isso, o número de policiais penais é de 16.566, algo que não atinge nem o número de 17.665 vagas, previsto em 2004, quando a categoria foi instituída.

*Estagiária sob supervisão da subeditora Juliana Lima 

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