Cirurgia pl�stica virou mania entre os adolescentes

O mundo realmente muda, n�o h� como resistir. Mas algumas mudan�as s�o t�o radicais que � dif�cil concordar com elas. Essa moda de adolescentes se vestirem com roupas muito reveladoras, que as deixam praticamente desnudas, � um detalhe que incomoda muita gente. Debutante de antigamente usava seu primeiro decote tomara que caia. Nos dias de hoje, � preciso descobrir onde come�a o vestido que deveria deixar o corpo ser adivinhado. Dizem que � moda. Mesmo acompanhando a �rea, acho um verdadeiro disparate. Tend�ncia que, ali�s, est� valendo tamb�m para as noivas, que v�o para o altar com vestidos que seriam ousados at� para bailes e boates. Mas deixa isso pra l�. Tem coisas mais importantes acontecendo com adolescentes brasileiros, que se submetem cada vez mais a cirurgias pl�sticas.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Pl�stica (SBCP), nos �ltimos 10 anos houve aumento de 141% no n�mero de procedimentos realizados em jovens de 13 a 18 anos. Em 2016, data do �ltimo censo realizado pela entidade, foram feitas 1.472.435 cirurgias est�ticas ou reparadoras no pa�s, 6,6% delas em pacientes com at� 18 anos, o equivalente a 97 mil procedimentos. Os n�meros colocam o Brasil na lideran�a do ranking de jovens que passam por esse tipo de opera��o. Nos Estados Unidos, 4% das pessoas que se submetem � cirurgia est�tica s�o adolescentes. S� no ano passado foram realizadas cerca de 66 mil cirurgias est�ticas. No Brasil, o n�mero j� ultrapassou 90 mil.

A Sociedade Internacional de Cirurgia Pl�stica Est�tica (Isaps), em seu mais recente censo, realizado em 2017, dedicou um cap�tulo espec�fico a procedimentos de aumento de seios entre mulheres de at� 18 anos. Foram entrevistados 1.329 cirurgi�es de todo o mundo – entre os brasileiros, 18,6% responderam j� ter feito o procedimento em menores de idade. � o segundo pa�s em que os m�dicos mais fizeram esse tipo espec�fico de cirurgia, perdendo apenas para o M�xico, onde um em cada cinco cirurgi�es afirmou ter operado pessoas nessa faixa et�ria.

A diferen�a para os demais pa�ses � enorme: nos Estados Unidos, o terceiro colocado, apenas 7% dos entrevistados realizaram esse procedimento. Segundo a Isaps, em 28,8% dos casos a motiva��o para colocar o implante � “puramente cosm�tica, para aumentar os seios”. Em 20,8% o objetivo � corrigir “assimetrias graves”.

A cirurgia mais procurada por adolescentes � a rinoplastia – interven��o para remodelar o nariz –, que contabilizou 70.800 procedimentos em 2017, em compara��o a 44.600 procedimentos de aumento de mamas feitos em adolescentes em todo o mundo.

Entre as diversas op��es de pl�sticas, t�m crescido as cirurgias �ntimas. A labioplastia ou ninfoplastia consiste na remo��o de pele dos l�bios vaginais para corre��o est�tica. Em 2017, foi feita por 138 mil mulheres em todo o mundo, de todas as idades. J� o rejuvenescimento vaginal – interno ou externo – foi feito por 98 mil mulheres naquele ano. O Brasil � l�der mundial em interven��es �ntimas. De 2015 a 2017, o n�mero dessas cirurgias passou de 12.800 para 28.300, segundo a Isaps.

A populariza��o da cirurgia pl�stica e a distor��o est�tica do corpo ideal, massificadas pelos meios de comunica��o, principalmente televis�o e internet, tornaram a busca da perfei��o um objetivo a ser alcan�ado por adolescentes, que procuram melhorar a autoestima e a autoimagem visando � melhor aceita��o social. Por�m, esse objeto de desejo n�o deve ser adotado com facilidade, pois pede alguns cuidados, como a discuss�o do problema com os respons�veis.

O procedimento � aceit�vel no caso de problemas f�sicos, como a assimetria mam�ria, pois a diferen�a influi no aspecto f�sico. Por�m, o retoque do nariz deveria esperar os 15 anos, quando a conforma��o do rosto fica definida.