A cada data especial, nossas caixas de e-mail s�o inundadas por sugest�es de pautas e por coisas que as empresas est�o fazendo em rela��o �quela comemora��o, especificamente. Natal, f�rias, ver�o, carnaval, etc. A mais recente foi o Dia Internacional da Mulher, que ser� comemorado amanh�, 8 de mar�o.
Al�m das in�meras propagandas, sugest�es de presentes e de restaurantes para as comemora��es, vem uma dezena de sugest�es de nomes de mulheres que s�o sucesso, que venceram na vida, que deram conta do recado. Uau. Vamos nos espelhar nas Mulheres-Maravilhas! E quem n�o faz parte deste grupo? Quem luta o dia a dia com sacrif�cio e n�o consegue chegar l�? Vai se sentir mais fracassada ainda? Claro que n�o. Chega de exigir de si mesma uma perfei��o, porque isso n�o existe e, portanto, � um alvo inalcan��vel.
N�o sei de todos os leitores j� ouviram falar de Bren� Brown, professora e pesquisadora na Universidade de Houston, que estuda h� duas d�cadas a coragem, a vulnerabilidade, a vergonha e a empatia. Ela escreveu os livros A coragem de ser imperfeito e Mais forte do que nunca, que ocuparam o primeiro lugar na lista do The New York Times, lan�ados pela Editora Sextante. � fundadora e CEO da organiza��o Brave Leaders, que leva a equipes, l�deres, empreendedores e promotores de mudan�as programas baseados em evid�ncias para fomentar a coragem. � palestrante das boas, tem v�rias palestras no YouTube e “O poder da vulnerabilidade” � uma das mais vistas da s�rie de Confer�ncias TED (Tecnologia, Entretenimento, Planejamento) – confer�ncias realizadas na Europa, �sia e Am�ricas pela Funda��o Sapling, dos Estados Unidos, sem fins lucrativos, destinadas � dissemina��o de ideias, que j� foi assistida por mais de
45 milh�es de pessoas.
O grande sucesso de Bren� se deu exatamente por ela dizer que podemos, que temos o direito e temos que ter a coragem de sermos imperfeitos. � maravilhoso, porque ela fala exatamente do que a maioria de n�s tem vergonha de mostrar que s�o nossas imperfei��es, nossas vergonhas e vulnerabilidades, ou seja, n�s como ser humano que somos. Segundo a especialista em desenvolvimento humano, Vivian Wolf, que destaca alguns t�picos da fala de Brown, “a quantidade de coisas que a mulher exige dela mesma, atualmente, vai al�m do que se pode aguentar. E quando n�o d� conta de tudo, se sente frustrada. Acorda no dia seguinte j� se programando para fazer ainda mais e melhor. E a simples ideia de uma pausa se torna cada vez mais impens�vel. Como seria se a mulher se permitisse fazer menos e incluir momentos de descanso em sua jornada? Per�odos de desconex�o s�o essenciais para o bem-estar. Esquecer um pouco o check-list, olhar para si mesma e fazer algo que n�o esteja vinculado a responsabilidades, mas ao prazer, ao conforto que tanto lhe falta”.
Segundo a psic�loga Elaine Di Sarno, � preciso que a mulher entenda seu espa�o no mundo desde pequena. “� fundamental passar valores de m�e para filha, como autoestima, seguran�a, respeito, confian�a e empatia. Valores que ressaltam o feminino e, ao mesmo tempo, formam uma base s�lida para que uma menina possa crescer acreditando em si mesma e no poder de suas escolhas. Ao chegar � universidade e aos primeiros postos de trabalho, essas jovens precisam de refer�ncias e mentoras, algu�m que venceu no meio de um mar de desencorajamento e testosterona, e que pode servir de modelo para as pr�ximas gera��es. O poder feminino � transformador e n�o deve faltar em nenhuma �rea promissora do futuro.”
Atualmente, nos cobramos uma perfei��o imposs�vel, achando de somos a Mulher-Maravilha, que temos que dar conta de tudo e ainda estarmos lindas, plenas e sempre dispon�veis para sair, alegres e descansadas. Temos que nos dar o direito de errar, de cansar, de querer ficar em casa algum dia da semana, desacelerar. Wolf questiona que se voc� sente que est� presa no piloto autom�tico da rotina e com sintomas da s�ndrome da Mulher-Maravilha, est� na hora de avaliar como est� lidando com cada um dos pontos da vida. “Quem sabe, com pequenos ajustes, consiga ser mais ponderada, equilibrada, serena e, consequentemente, mais feliz”, finaliza a coach.
(Isabela Teixeira da Costa / Interina)