(none) || (none)

Continue lendo os seus conte�dos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e seguran�a do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/m�s. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas

O risco do isolamento social se estender por muito tempo

Artigo publicado no The New York Times, escrito por Thomas Friedman, um dos colunistas mais influentes do mundo, diz que pol�ticos est�o tendo que tomar 'decis�es enormes de vida ou morte'


postado em 31/03/2020 04:00

Homem pulveriza desinfetante para conter a propagação do coronavírus em Cretail, nos arredores de Paris (foto: BERTRAND GUAY/AFP)
Homem pulveriza desinfetante para conter a propaga��o do coronav�rus em Cretail, nos arredores de Paris (foto: BERTRAND GUAY/AFP)
Semana passada, a popula��o do pa�s ficou indignada com a declara��o do presidente Jair Bolsonaro quando disse que o isolamento deveria ser apenas para maiores de 60 anos. Que crian�as deveriam voltar �s aulas e que pessoas com menos de 60 anos deveriam retornar � rotina.

Sua fala foi contr�ria ao discurso de seu ministro da Sa�de e de tudo que o governo vinha pedindo. Acredito que at� os bolsonaristas  tenham ficado indignados. Mas ele foi realmente na contram�o do mundo? No dia seguinte, recebi artigo dos jornalistas Geraldo Samor e Pedro Arbex, do site Brazil Journal, na qual comentam um artigo publicado no The New York Times, escrito por um dos colunistas mais influentes do mundo, Thomas Friedman. O colunista ouviu tr�s m�dicos e escreveu sobre o risco de o isolamento social se estender por muito tempo.

“Friedman nota que os pol�ticos est�o tendo que tomar decis�es enormes de vida ou morte, enquanto atravessam uma neblina com informa��o imperfeita e todo mundo no banco de tr�s gritando com eles. Eles est�o fazendo o melhor que podem.” Mas com o desemprego se alastrando pelo mundo t�o r�pido quanto o v�rus, “alguns especialistas est�o come�ando a questionar: ‘Espera um minuto! O que estamos fazendo com n�s mesmos? Com nossa economia? Com a pr�xima gera��o? Ser� que essa cura  – mesmo que por um per�odo curto – ser� pior que a doen�a?’”. Friedman diz que as lideran�as pol�ticas est�o ouvindo o conselho de epidemiologistas s�rios e especialistas em sa�de p�blica. Ainda assim, ele diz que o mundo tem que ter cuidado com o “pensamento de grupo” e que at� “pequenas escolhas erradas podem ter grandes consequ�ncias”.

Semana passada, o epidemiologista e codiretor do Centro de Inova��o em Meta-Pesta-Pesquisa de Stanford, John P. A. Ioannidis, publicou artigo no qual diz que a comunidade cient�fica ainda n�o sabe exatamente qual � a taxa de mortalidade do coronav�rus. Segundo ele, “as evid�ncias dispon�veis hoje indicam que a letalidade pode ser de 1% ou ainda menor.” “Se essa for a taxa verdadeira, paralisar o mundo todo com implica��es financeiras e sociais potencialmente tremendas pode ser totalmente irracional. � como um elefante sendo atacado por um gato dom�stico. Frustrado e tentando fugir do gato, o elefante acidentalmente pula do penhasco e morre.”

O doutor Steven Woolf, diretor em�rito do Centro Sobre a Sociedade e Sa�de da Universidade da Virg�nia, diz que o lockdown “pode ser necess�rio para conter a transmiss�o comunit�ria, mas pode prejudicar a sa�de de outras formas, custando vidas. Imagine um paciente de c�ncer tendo que adiar sua quimioterapia porque a cl�nica est� fechada”. Ainda no artigo do site, para Friedman, a melhor ideia at� agora veio do Dr. David Katz, diretor do Centro de Preven��o e Pesquisa da Universidade de Yale e especialista em sa�de p�blica e medicina preventiva. Num artigo publicado no The New York Times, Katz diz que h� tr�s objetivos neste momento: salvar tantas vidas quanto poss�veis, garantindo que o sistema de sa�de n�o entre em colapso, “mas tamb�m garantir que no processo de atingir os dois primeiros objetivos n�o destruamos nossa economia e, como resultado disso, ainda mais vidas.” Como fazer isso? Katz diz que o mundo tem que pivotar da estrat�gia de “interdi��o horizontal” que estamos empregando agora – restringindo o movimento e o com�rcio de toda a popula��o, sem considerar a vari�ncia no risco de infec��o severa – para uma estrat�gia mais “cir�rgica” ou de “interdi��o vertical”.

“A abordagem cir�rgica e vertical focaria em proteger e isolar os que correm maior risco de morrer ou sofrer danos de longo prazo – isto �, os idosos, pessoas com doen�as cr�nicas e com baixa imunidade – e tratar o resto da sociedade basicamente da mesma forma que sempre lidamos com amea�as mais familiares, como a gripe.”

Katz sugere que o isolamento atual dure duas semanas, em vez de um per�odo indefinido. Para os infectados, os sintomas aparecer�o nesse per�odo. “Quem n�o estiver sintom�tico e fizer parte da popula��o de baixo risco deveria voltar ao trabalho ou � escola depois daquelas duas semanas. O efeito rejuvenescedor na alma humana e na economia — de saber que existe luz no fim do t�nel — � dif�cil de superestimar. O risco n�o ser� zero, mas o risco de acontecer algo ruim com qualquer um de n�s em qualquer dia da nossa vida nunca � zero.”

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)