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Fadiga � sinal de estresse, alerta neurocientista brasileiro

Elevada atividade cerebral, motivada pelo estresse, cria rela��o de depend�ncia de dopamina e desregula as fun��es neurais, gerando desequil�brio no organismo


03/12/2020 04:00


Amigos meus n�o acreditam na teoria que tenho, de que o medo de pegar a COVID-19 faz t�o mal � sa�de quanto a s�ndrome propriamente dita. Algumas pessoas s�o t�o obcecadas que s� conseguem ler os jornais usando luvas para impedir qualquer contato com o v�rus. Mesmo mantendo algumas restri��es razo�veis, sofro de um mal comum: a canseira de n�o ter algum dever fora de casa, a n�o ser a manuten��o da despensa dom�stica.

Mesmo assim, frequento o sal�o de Laura Nunes para fazer unhas, porque unha do p� doendo � pior do que qualquer coisa, mesmo n�o tendo que andar muito. E n�o fazer nada d� uma canseira danada, o que, para os leigos, � totalmente inexplic�vel. Gostei de saber, de quem entende, o que isso significa. Quem d� o caminho das pedras para n�s � Fabiano de Abreu Rodrigues, neurocientista com especializa��o em Harvard, cuja teoria � aprovada em revista cient�fica internacional. Ele explica que o estresse causa sintomas f�sicos – o principal � a fadiga f�sica e mental, como resultado da elevada atividade cerebral.

“Dores musculares, dificuldade para levantar da cama pela manh� e total falta de energia durante o dia podem indicar estresse”, alerta Fabiano de Abreu Rodrigues. O brasileiro afirma, em artigo publicado pelo Brazilian Journal of Development com o t�tulo “Rela��o entre a fadiga, depend�ncia de dopamina com as disfun��es neuronais”, publicado em 5 de novembro, que o corpo responde diretamente aos est�mulos mentais. “A elevada atividade cerebral motivada pelo estresse cria uma rela��o de depend�ncia de dopamina e desregula as fun��es neurais, isso gera desequil�brio no organismo”, explica.

O excesso de demandas e tecnologias tem agravado este quadro, inclusive nos pequenos. “Em outro estudo meu, publicado em 2018, mostrei inclusive como este cen�rio afeta o desenvolvimento cognitivo nas crian�as, que t�m tido um QI menor em rela��o a seus pais”, alerta. De acordo com seu artigo, Fabiano explica que a fadiga � um dos piores males vivenciados pelos seres humanos, fen�meno resultante da disfun��o entre a dopamina e o cortisol, segundo estudos da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS).

“A fadiga � dividida em etapas: fadiga adrenal e fadiga muscular. A primeira � a dificuldade do corpo em lidar com o estresse alto, resultando nas disfun��es das gl�ndulas. A segunda � causada pelo excesso de atividades f�sicas, s�o aquelas dores musculares”, explica Fabiano. Tamb�m existe a fadiga cr�nica, vinculada � alta carga de estresse decorrente da vida profissional e familiar, e a fadiga mental, quando a mente fica sobrecarregada de informa��es. “Ainda h� outros tipos menos conhecidos: a fadiga sensorial atinge a parte sensorial do corpo humano, nesse caso, ouvidos, olhos e paladar; e a fadiga de ver�o, que ocorre nos per�odos mais quentes, levando � desidrata��o do corpo.”

Fabiano revela que quando existe uma situa��o cont�nua, surge a fadiga cr�nica, que passa a ser considerada como S�ndrome da Fadiga Cr�nica (SFC). “N�o existe uma resposta concreta para como se d� essa doen�a, apesar do avan�o tecnol�gico. Por�m, alguns estudos apontam que a fadiga possa vir dos neurotransmissores.”

Os neurotransmissores s�o respons�veis por transmitir as informa��es por meio das pr�-sinapses e p�s-sinapses, ativando a intera��o com as c�lulas. Entre os neurotransmissores, uma das subst�ncias mais importantes � a dopamina, conhecida como a “c�lula do prazer”. Quando as libera��es s�o insuficientes, ela ativa o cortisol, que aumenta suas subst�ncias para imuniza��o contra doen�as, isso cria a sensa��o de fadiga, consequentemente existe uma disfuncionalidade dos neurotransmissores.

“Outros fatores importantes s�o os receptores, elementos importantes para capta��o de energia na qual esperam receber o suficientemente para transmiss�o de energia para as c�lulas, mantendo assim o bom funcionalismo org�nico do corpo”, detalha Fabiano.

Segundo o pesquisador, estar fadigado n�o significa estar cansado, mas que existe um dist�rbio neural daquilo que desregulamenta nosso sistema imunol�gico. Tais fen�menos podem ter causas gen�ticas e ambientais, que envolvem traumas, estresse e ansiedade. “A minha proposta � tra�ar h�bitos para comportamentos que geram fadigas, pois existem comportamentos diferenciados das pessoas que trazem consigo dist�rbios dos neurotransmissores.”

Existe solu��o? Sim. Fabiano aconselha h�bitos simples. “Dormir oito horas e ter atividades de lazer, como leitura de livros, e se afastar algumas horas por dia das telas. Caminhar, tomar sol, ter atividade f�sica e dieta balanceada. Gosto de recomendar a dieta mediterr�nea, que prioriza o consumo de gr�os, vegetais e � rica em azeite extravirgem”, afirma. 

N�o s�o metas dif�ceis, o problema � serem negligenciadas. “� necess�rio abrir espa�os no dia a dia para estes momentos, � uma quest�o de sa�de”, conclui.

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