S� quem n�o avalia muito bem o temperamento do brasileiro acredita que essa pandemia est� a ponto de estourar com todas as recomenda��es para ficar em casa. Ningu�m aguenta mais e se somarmos a essa tens�o a loucura total do Minist�rio da Sa�de, que n�o tem rumo certo na programa��o da vacina��o, sente-se logo que est� cada vez mais dif�cil prender o povo em casa. Quem v� pela TV o que acontece nas ruas em S�o Paulo, repletas, lotadas de gente que est� pouco se importando com o n�mero de mortes divulgadas diariamente por causa da COVID-19, n�o percebe o estado de tens�o que estamos enfrentando.
A feira de artesanato dominical da capital mineira tem recebido p�blico recorde, mesmo com a dificuldade de locomo��o entre as barracas. J� a 31ª edi��o da Feira Nacional de Artesanato, que durou seis dias, foi realizada no Expominas e terminou dias atr�s, recebendo cerca de 30 mil pessoas que visitaram quase 500 estandes com produtos de todas as regi�es do pa�s, movimentando mais de R$ 10 milh�es. Tudo seguindo rigorosos protocolos sanit�rios neste que foi o primeiro grande evento no Brasil desde o in�cio da pandemia – e agradou, em cheio, aos expositores e ao p�blico.
Miss�o cumprida mais uma vez pela tenacidade de T�nia Machado, organizadora e idealizadora da Feira Nacional de Artesanato: “Contra tudo e contra todos, decidimos que ir�amos conseguir realizar o evento no qual as pessoas pudessem comparecer com seguran�a e os artes�os pudessem fazer bons neg�cios. Durante oito meses, quando diz�amos que a feira iria acontecer, que teria uma feira virtual e que o p�blico poderia visit�-la sem susto, as pessoas olhavam com descren�a. Achavam que era um sonho imposs�vel. Mas provamos que n�o. Com persist�ncia, seriedade e compromisso com a sa�de, demonstramos que � poss�vel dar continuidade � realiza��o de eventos com p�blico, atendendo a todos os protocolos sanit�rios”.
Satisfa��o compartilhada por expositores como a artes� Daniele Drumond, de Belo Horizonte, que participa do evento h� 12 anos. “No primeiro dia, vendi a mesma quantidade que tinha vendido em todas as outras edi��es juntas”, revelou. Este ano, ela encantou o p�blico com cer�micas lindas e muito coloridas. O estande dela, bem no corredor central, estava sempre movimentado. Dele, toda hora sa�a algu�m carregando sacolas. Precisou pegar mais pe�as no ateli� para atender � demanda.
Outro que precisou renovar o estoque foi Ednilton da Silva Costa, do Acre, representante da marchetaria – arte milenar de incrementar com cores contrastantes imagens em pe�as de madeira. As pe�as trazidas para BH foram feitas pelo artista pl�stico Maqueson Pereira da Silva, inspiradas na floresta amaz�nica, seus costumes e sua gente. “No primeiro dia da feira, foram vendidos praticamente 80% das carteiras que eu trouxe. Tive de mandar vir mais do Acre, de avi�o”, conta. As pe�as mais vendidas foram as carteiras, com pre�o entre R$ 1,4 mil e R$ 1,5 mil.
Do Mato Grosso do Sul vieram lindas pe�as em cer�mica e madeira, utilit�rias e decorativas. Kantienk� Klain, gerente de artesanato da Funda��o de Cultura daquele estado, destacou as boas vendas para lojistas, especialmente no primeiro dia. Nem mesmo as restri��es causadas pela pandemia, que fizeram com que o p�blico fosse menor este ano, impediram que o estoque se reduzisse dia ap�s dia.
“N�o teve um p�blico grande circulando, mas todo mundo que veio era para comprar. Toda as vezes que passava algu�m no nosso estande, n�o sa�a de m�o vazia. A gente sempre vendeu bem nos anos anteriores. Este ano, est�vamos com receio por causa da pandemia, mas, como foi a primeira feira presencial, as pessoas acabaram vindo e comprando mesmo. Superou as nossas expectativas”, comemorou.
Para os apreciadores de artesanato, aqui vai uma �tima not�cia: a 32ª Feira Nacional de Artesanato j� est� confirmada. Ser� entre 7 e 12 de dezembro de 2021. Seguramente, esperamos em Deus, livres das restri��es deste ano.