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Estado de Minas COLUNA

P�o, o melhor alimento inventado pela humanidade

Surgido h� 6 mil anos, ele foi servido por Jesus, era moeda de troca no Egito e ajudou a derrubar Lu�s XVI na Fran�a. Quentinho, continua imbat�vel


16/10/2021 04:00 - atualizado 16/10/2021 07:16

Pães produzidos em padaria de Belo Horizonte
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

Deus que me perdoe, mas tenho uma implic�ncia danada com essa campanha nacional que quer fazer com que o governo seja fornecedor de absorventes para mulheres pobres, quando outras coisas muito mais urgentes atingem essa popula��o. Desse jeito, mais dia, menos dia vai aparecer a campanha para obrigar o governo a fornecer fraldas geri�tricas para os idosos, j� pensaram nisso?

Minha implic�ncia aumentou quando li que mulheres est�o usando miolo de p�o como absorvente – p�o que, no geral, n�o t�m para colocar na boca. Como � que fica? Implico ainda mais com essa not�cia hoje, Dia Internacional do P�o. E sei que Minas Gerais foi a primeira regi�o brasileira a produzir o alimento.

As primeiras padarias no Brasil foram abertas em Minas Gerais, logo depois em S�o Paulo e no Rio de Janeiro. No entanto, os primeiros p�es eram escuros, apesar de feitos com fermento.

P�o e vinho foi o que Jesus colocou em sua �ltima ceia com os ap�stolos – o p�o �, mesmo, o melhor alimento que o homem inventou. Quem entende de coisa boa n�o troca por nada o p�o quentinho, daqueles bem torradinhos por fora, com muita manteiga derretendo e uma boa x�cara de caf�.

Adoro p�o, n�o posso acreditar em quem n�o goste. Os leitores habituais desta coluna sabem que gosto tanto que resolvi trazer v�rias baguetes do aeroporto de Paris. Viajei pensando no bom que seria degust�-las de manh�, com caf� forte e muita manteiga. Como cheguei tarde, deixei os p�es em cima da mesa da sala. Quando acordei, a empregada diligente havia transformado todos em torradinhas...

No Brasil, o p�o franc�s parece ter surgido no in�cio do s�culo 20, quando burgueses adotaram a cultura da Belle �poque da Fran�a como padr�o. As padarias, que ainda faziam o produto escuro, come�aram a produzir p�ezinhos alongados com miolo branco e crosta dourada.

O p�o foi criado h� cerca de 6 mil anos, na regi�o da Mesopot�mia, onde fica o Iraque. A origem daquela mistura seca, dura e amarga, � base de farinha de trigo, est� intimamente ligada ao processo de sedentariza��o do homem, quando se iniciou o desenvolvimento da agricultura. O trigo foi um dos cereais resultantes dessa atividade.

O processo de fermenta��o foi desenvolvido pelos eg�pcios por volta de 4000 a.C., dando ao p�o o aspecto que conhecemos hoje em dia. Em Roma, havia a pol�tica do panis et circenses (p�o e circo), utilizada pelos imperadores para manter a satisfa��o aparente da popula��o, desviando a aten��o das disputas de poder e das condi��es de vida a que o povo estava submetido.

Na Idade M�dia, o produto era feito artesanalmente pelos camponeses. A limita��o agr�cola e t�cnica dessa classe social inviabilizava o p�o fermentado, enquanto os senhores feudais consumiam o alimento de maior qualidade produzido nas padarias dos castelos.

O p�o, inclusive, foi um dos motivos da eclos�o da Revolu��o Francesa. A severa queda da produ��o do trigo tornou o alimento caro e escasso, levando � revolta e � queda do rei Lu�s XVI.

Hoje em dia, o p�o est� disseminado pelo mundo. Por�m, boa parcela da popula��o ainda n�o tem acesso a esse alimento cotidianamente. A R�ssia � o pa�s que mais consome o produto: 120kg/pessoa por ano.

Peguei o tempo em que entregar p�o do dia em todas as portas, bem cedo, era uma ocupa��o �tima – o caf� da manh� contava com esse prazer. Quando a profiss�o de entregador acabou, passei a comprar quantidades maiores para congelar. O fornecimento era da Bonissima. Como a vida come�ou a ficar complicada, adquirir apenas quantidade de p�o necess�ria n�o era suficiente, passou-se a se exigir a compra de determinado valor. Mesmo com a entrega sendo cobrada.

Depois disso, a Bonissima cortou o telefone fixo para encomendar, s� pelo celular. Ent�o, deixei de lado uma tradi��o – compro nas mercearias, quando posso. Em algumas, o p�o � p�ssimo, em outras, muito mais caro. Com isso, al�m de ser alimento obrigatoriamente di�rio, ele se tornou uma complica��o.

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