Economista Maia vira o contraponto

Indiciado (PF). Denunciado (MPMG). Exonerado (Funai). Escoltado (Depol). Tem mais sopas de letrinhas, mas bastam essas como resumo de boa parte do que aconteceu na semana que passou. Vamos a elas: a Pol�cia Federal indiciou o ministro do Turismo, Marcelo �lvaro Ant�nio, e depois o Minist�rio P�blico de Minas Gerais o denunciou. A exonera��o � de Bruno Pereira, indigenista da Funda��o Nacional do �ndio. E a escolta � para o deputado David Miranda (Psol-RJ).

Se tudo isso j� dispensa relembrar, vale ressaltar que o presidente da Rep�blica, Jair Bolsonaro (PSL), nem saiu de casa como costuma fazer aos s�bados. E, pelo jeito, pretende descansar mesmo. Afinal, amanh�, a sua agenda oficial informa que: “Ao meio-dia, ele recebe o general Luiz Eduardo Ramos, ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presid�ncia da Rep�blica, e o deputado F�bio Faria (PSD-RN)”. Marcado para 14h, � a vez de Paulo Guedes, ministro da Economia.

J� que citamos Paulo Guedes, a semana come�a com a queda de bra�o entre o Congresso e o governo federal. Se navegar � preciso, quem vai viver em mares revoltos � a equipe econ�mica. Tudo por causa da cria��o da NAV Brasil Servi�os de Navega��o A�rea.

� provavelmente causa perdida para a equipe econ�mica. Se o senador Fl�vio Bolsonaro (PSL-RJ) foi o relator da mat�ria e autor do PLC, leia-se Projeto de Lei de Convers�o, ser� uma verdadeira surpresa. Papai presidente certamente j� chegou a aben�oar. O ministro Guedes vai insistir?

 

Embora Maia n�o tenha se formado na Universidade C�ndido Mendes - isso mesmo, n�o concluiu o curso mas trabalhou em bancos antes de se meter na pol�tica

 

Bem, na verdade, quem tem se metido em assuntos econ�micos � o presidente da C�mara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Em duas r�pidas declara��es, tratou da reforma da Previd�ncia e da PEC paralela da reforma da Previd�ncia. Em seu perfil oficial da C�mara, n�o consta em que ele se formou.

Nem precisava. Ele � “economista” assim mesmo. Embora Maia n�o tenha se formado na Universidade C�ndido Mendes – isso mesmo, n�o concluiu o curso. S� que ele trabalhou em bancos antes de se meter na pol�tica. � aprendizado suficiente. Da� a credibilidade em plen�rio nessa �rea.

Afinal, ele disse ontem, em pleno s�bado, “pela primeira vez, os governadores assinaram uma �nica reforma”. J� bastaria, mas acrescentou ainda que “o texto do Senado na PEC paralela em rela��o a estados e munic�pios � muito positivo”.

Se como foi o pr�prio Maia quem conduziu os dois casos, mostrou conhecer bem da economia necess�ria para incentivar investidores, tanto brasileiros quanto estrangeiros. Diplomado tamb�m em pol�tica, ele sabe que economicamente as duas reformas s�o essenciais. Isso basta.

Quem esteve, sexta-feira, com o governador Romeu Zema (Novo) foi o deputado estadual Antonio Carlos Arantes (PSDB), acompanhado dos prefeitos de S�o Sebasti�o do Para�so, Walker de Oliveira; de Jacu�, Geraldo Magela; de Passos, Renato Ourives; de Ouro Fino, Maur�cio Lemes; de Bueno Brand�o, Silvio F�lix; de Bom Despacho, Fernando Cabral; e do ex-prefeito de S�o Jos� da Barra Jo�o Passos. Eles foram mostrar ao governador como � poss�vel fazer obras mais baratas e de qualidade. “O custo para executar obras no estado � muito elevado, como, por exemplo, para construir rodovias ou fazer tratamento de esgoto. Planilhas p�blicas do governo t�m pre�o muito alto. Prefeitos fazem uma rodovia hoje gastando R$ 300 mil, o governo gasta R$ 1 milh�o”, revela Arantes.

Durante as conversas na Cidade Administrativa, o tucano fez um apelo ao governador Zema. “Mexa nas planilhas e d� autonomia aos prefeitos para executarem obras de acordo com a capacidade dos munic�pios e n�o exigindo que eles gastem mais. Quando fui prefeito de Jacu�, no in�cio de 2000, a planilha de pre�os por quil�metro do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) era R$ 300 mil por quil�metro, e fiz obras por R$ 120 mil por quil�metro. � um ter�o do pre�o e de melhor qualidade. � poss�vel.” Os prefeitos que acompanharam o deputado s�o de associa��es que representam mais de 100 outros prefeitos.

“US Democratic lawmakers have demanded documents from the White House as part of their impeachment inquiry into president Donald Trump. The documents relate to a call between Mr Trump and Ukrainian president Volodymyr Zelensky on 25 July. In the call, Trump pushed Zelensky to investigate his leading Democratic political rival, Joe Biden.” D� para entender, � o resumo da �pera pol�tica nos Estados Unidos e a investiga��o pedida por Trump ao presidente ucraniano sobre Joe Biden. The impeachment inquiry stems from the call, o telefonema, which was flagged up by a whistleblower. Whistleblower? Denunciante. Em portugu�s, leia-se delator. Se � premiada como aqui, sei l�.

Por fim…

Tem ainda novela global, mesmo sendo domingo, dia que n�o costuma ter. Antes de ligar a TV, melhor explicar de uma vez. “Algu�m acha que o povo vai votar no pau- mandado da Globo, mas n�o estamos aqui fazendo campanha.” Uai, ent�o mudou de nome. A declara��o do presidente Jair Bolsonaro � em refer�ncia a uma poss�vel candidatura do apresentador Luciano Huck. E antes, claro, atacou com uma indaga��o: “Algu�m quer um dinheiro do BNDES pagando 4% a�?”.

Com direito a mais uma not�cia sobre Rodrigo Maia (DEM-RJ). “� �bvio que o Michel operou o processo de impeachment politicamente.” Ele se referia ao processo que tirou a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) do cargo. Mas o democrata presidente da C�mara dos Deputados, pelo jeito, assumiu o jeito tucano de ser. “Acho que ele errou porque a Dilma ia cair de qualquer jeito diante de todas as situa��es de governar.” Teve mais algumas declara��es sobre o caso, mas bastam as duas frases de Maia.

Em tempo: ainda sobre a compara��o do deputado Antonio Carlos Arantes: no tratamento de esgoto em cidades de S�o Paulo, a Sabesp executa projetos alternativos e de melhor qualidade gastando um d�cimo do valor em rela��o aos executados pela Copasa em Minas.

“� chata essa vida porque a esquerda empilha voc� de processos e voc� tem que responder o tempo todo. Por exemplo, chegou mais um processo na minha mesa.” Foi no finzinho e pelo Twitter no 3º Simp�sio Nacional Conservador.

E explicou o presidente Bolsonaro o motivo: “Vou ter que suspender, junto com o S�rgio Moro, a propaganda da Lei Anticrime. Quem � que promove isso da�? O pessoal da esquerda”. Sem entrar na briga pol�tica, a propaganda anticrime no pa�s � necess�ria. N�o d� para atirar contra ela.

Em pleno s�bado, o governador Romeu Zema (Novo) concedeu o t�tulo de cidad�o honor�rio de Minas Gerais ao governador de S�o Paulo, Jo�o Doria (PSDB). H� dois anos, o ex-deputado Gustavo Corr�a (DEM) tentou homenagear Doria (na �poca prefeito de S�o Paulo), mas n�o deu certo.

E era o mesmo t�tulo de cidad�o honor�rio, mas o requerimento foi rejeitado por quatro votos a dois na Comiss�o de Administra��o P�blica da Assembleia. Contra: Agostinho Patrus (PV), Cristiano Silveira (PT), Jo�o Magalh�es (PMDB) e Arnaldo Silva (PR). A favor: Sargento Rodrigues (PDT) e Dirceu Ribeiro (PHS).alquer jeito diante de todas as situa��es de governar.” Teve mais algumas declara��es sobre o caso, mas bastam as duas frases de Maia.