
A “crise sem precedentes” tem nome e sobrenome. Vem diretamente do procurador-geral da Rep�blica, Augusto Aras, aquele que teve o disparate de defender que cabe ao presidente Jair Bolsonaro, exclusivamente, tra�ar a estrat�gia para permitir que as pessoas saiam do isolamento dom�stico e voltem ao trabalho.
Vale a transcri��o literal: “As incertezas que cercam o enfrentamento, por todos os pa�ses, da epidemia de COVID-19 n�o permitem um ju�zo seguro quanto ao acerto ou desacerto de maior ou menor medida de isolamento social, certo que dependem de diversos cen�rios n�o s� faticamente inst�veis, mas geograficamente distintos, tendo em conta a dimens�o continental do Brasil”.
“There's huge pressure on people to go back to work to go back to school to participate in daily life. I don't want to be the person at home with a fever, and with a job to go to where I can make a calculation that instead of picking up the phone and phoning my health provider or phoning the public health authorities and asking for a test and a diagnosis that I think that putting a mask on, is an adequate response to that situation. And that is something we really have to be careful about”.
O diretor-executivo do programa de emerg�ncias da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), Mike Ryan (o nome � Michael, mas vale o diminutivo), alertou ontem que as m�scaras n�o s�o uma alternativa � quarentena no combate � COVID-19, doen�a causada pelo novo coronav�rus.
Ele mesmo deixa claro: “Existem coisas que precisam ser feitas. Voc� n�o pode substituir a quarentena por nada. Voc� precisa substituir a quarentena por uma comunidade profundamente educada, comprometida, engajada e empoderada. N�s precisaremos mudar nosso comportamento pelo futuro previs�vel”.
J� que Mike Ryan fez previs�es, vale um registro econ�mico, com mais not�cias desagrad�veis. A curva do gr�fico sobre o crescimento do pa�s continua descendo de acordo com o Banco Central. A previs�o era de uma queda de 1,18% e passou para uma contra��o maior: de 1,96%. Mesmo assim, continua abaixo da previs�o do Banco Mundial (Bird), que estima um tombo de 5%.
Melhor ent�o dar outros n�meros. Para o presidente Jair Bolsonaro refletir: ficar em quarentena at� a hora que os profissionais da �rea da sa�de indicarem. Essa � a postura de metade (52%) da popula��o brasileira em meio ao avan�o da COVID-19 pelo pa�s.
Para outros 29%, a quarentena s� deve acabar quando diminu�rem os casos de contamina��o pelo v�rus. E apenas 4% da popula��o acredita que a quarentena n�o deveria ter sido colocada, enquanto 2% dizem seguir orienta��es dos economistas. Para registro, tudo isso vem da pesquisa do Instituto QualiBest divulgada ontem.
“Silegis”
Enquanto o poder p�blico ainda se adapta �s restri��es impostas pela pandemia do coronav�rus, inicia-se mais uma semana de pauta cheia na Assembleia Legislativa (ALMG). Pelo Twitter, o presidente do Legislativo estadual, deputado Agostinho Patrus (PV), anunciou que, entre outros projetos dos parlamentares, ser�o reconhecidos decretos municipais de calamidade p�blica ao longo da semana. As vota��es remotas prometem ser ainda mais c�leres e seguras, j� que ser� usada a ferramenta interna conhecida como “Silegis”.A sabatina
Em reuni�o especial, marcada para amanh�, a secret�ria de Estado de Educa��o, Julia Sant'Anna, ir� pessoalmente � sede do Legislativo mineiro esclarecer quest�es pertinentes � atua��o da pasta, o que inclui a situa��o dos servidores, a realiza��o de aulas remotas e os meios para garantir acesso � internet aos alunos carentes. Julia � a terceira integrante do primeiro escal�o do governo Zema a ser sabatinada na Assembleia desde o in�cio da pandemia.

Acolhedora
O P�tria Volunt�ria � coordenado pela Casa Civil da Presid�ncia da Rep�blica e seu conselho � presidido pela primeira-dama, Michelle Bolsonaro (foto). “Para vencermos precisamos permanecer no caminho do acolhimento, do voluntariado e do amor”, disse ela, ao discursar em uma cerim�nia ontem, em Bras�lia. “O Brasil Acolhedor � mais uma grande demonstra��o de solidariedade, humanidade, carinho, respeito e amor ao pr�ximo”, ressaltou o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, que tamb�m participou da cerim�nia, no Pal�cio do Planalto.
Crise do caf�
Presidente do PDT mineiro, o deputado M�rio Heringer preocupa-se com uma das principais atividades econ�micas do estado: a cafeicultura. Ele alerta sobre a crise que se torna mais aguda diante da retra��o geral com a pandemia da COVID-19. “Al�m de perder recursos com o mercado consumidor encolhido, os cafeicultores t�m ainda que arcar com despesas n�o previstas, como a aquisi��o de equipamentos de prote��o individual para os trabalhadores, esteriliza��o dos �nibus que fazem o transporte, separa��o entre as poltronas e dist�ncia nos cafezais”, ressalta Heringer.
Voltar no tempo
O liberalismo collorido, isso mesmo, aquele do impeachment e hoje senador da Rep�blica, Fernando Collor, � pauta econ�mica. “Todo dia lemos que d�vidas p�blicas s�o prorrogadas, confiscos est�o sendo executados, e, pasmem, aumento de impostos j� caminham pelo Congresso. Pior, at� estatiza��es j� s�o autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal.” Tudo isso vem de Ant�nio Cabrera Mano Filho, veterin�rio e pol�tico brasileiro. Ant�nio foi ministro da Agricultura no governo Fernando Collor, entre 3 de abril de 1990 e 2 de outubro de 1992.
PINGA FOGO
Na chegada ao Minist�rio da Defesa, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) n�o falou com a imprensa. Na sa�da da reuni�o, tamb�m n�o enfrentou os rep�rteres. Ele estava acompanhado do ministro-chefe do Gabinete de Seguran�a Institucional (GSI), Augusto Heleno.
Quem o presidente acompanhou foi o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo, na reuni�o di�ria por videoconfer�ncia com os dez comandos conjuntos e o Comando Aeroespacial, que atuam na Opera��o COVID-19, das For�as Armadas.
E quem ouviu foi o ministro de Ci�ncia, Tecnologia e Comunica��es, Marcos Pontes (foto). Bolsonaro pediu a ele “prud�ncia” no monitoramento sobre o deslocamento das pessoas durante a pandemia do coronav�rus.
Em tempo, sobre as notas Silegis e A sabatina: antes de J�lia Sant'Anna , os titulares da Sa�de e do Desenvolvimento Social, Carlos Eduardo Amaral e Elizabeth Juc�, respectivamente, tamb�m estiveram na Assembleia Legislativa.
Mais um, s� que da crise do caf�: ainda do deputado M�rio Heringer e presidente estadual do PDT. Como o estado � grande produtor de caf�, toda a ajuda necess�ria deve ser feita para manter o cafezinho mineiro, que tanta agrada aos brasileiros