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Estado de Minas PADECENDO

Transi��o: o processo � longo e sofrido

Muitas crian�as e jovens s�o violentados por n�o se enquadrarem em um padr�o de comportamento visto como 'normal'


20/02/2022 04:00 - atualizado 16/02/2022 16:17

transição de gênero
O processo � longo. Voc�, seus pais, seus amigos, todos vamos aprender muito nesse seu percurso (foto: depositphotos)

 
Era uma crian�a de 6 anos. Apaixonante, cheia de personalidade.  Uma menina de 6 anos, muito viva, falante, inteligente que tinha muitos amigos e adorava jogar futebol. Variava o corte de cabelo e gostava de usar meias com pares trocados.
 
Adolesc�ncia chegando, tantas descobertas, o processo de autoconhecimento, as mudan�as no corpo. Foi nessa �poca que ela entendeu que n�o se identificava como menina. No meio da pandemia, cumprindo isolamento social � risca, assistindo �s aulas on-line e interagindo com os amigos s� pelas redes sociais.

E, por um bate-papo virtual, foi assim que contou para os amigos mais pr�ximos sobre sua identidade e seu novo nome. Os amigos passaram a usar o pronome masculino sem questionar.
 
Demorou para conseguir contar para os pais. Quando conseguiu, chorou aliviado e foi acolhido. Nesse momento, eles sentiram o amor enorme por aquela pessoinha que estava se descobrindo. Ao mesmo tempo, veio o medo. Eles j� sabiam muito bem como � a vida de uma pessoa transexual no Brasil.

A cada dois dias, em m�dia, uma pessoa trans � assassinada no Brasil. Isso leva a expectativa de vida dessa comunidade para apenas 35 anos. A expectativa de vida da popula��o cisg�nero � de 75 anos. Todos os dias, a popula��o trans � agredida e invisibilizada, expulsa dos espa�os sociais.

Nenhum pai, nenhuma m�e quer que seus filhos passem por isso. Muitas crian�as e jovens s�o violentados por n�o se enquadrarem em um padr�o de comportamento visto como “normal”. Muitas vezes, a viol�ncia come�a em casa por falta de conhecimento.
 
“A express�o g�nero social possui respaldo cient�fico. Surgiu atrav�s de estudos antropol�gicos que provaram que seres humanos, ao longo do tempo, atribuem pap�is sociais distintos a homens e mulheres. Assim, a categoria homem e mulher, diferentemente do sexo biol�gico (macho e f�mea), � uma constru��o social, que muda com o passar do tempo e est� ligada ao contexto cultural em que os indiv�duos est�o inseridos.
 
A quest�o de g�nero gerou pesquisas sobre a condi��o de pessoas que possuem uma identidade de g�nero que n�o coincide com a sua biologia, ou seja, pessoas que mesmo tendo uma anatomia que lhe vincula a um sexo biol�gico (macho ou f�mea) se identificam, desde a sua primeira inf�ncia, com os pap�is sociais atribu�dos ao sexo oposto – os transexuais.” – Larissa Figueiredo Gomes psic�loga

Filhos s�o caixinhas de surpresas. A gente os ama como eles s�o. � numa situa��o como essa que a gente entende o que � aceitar o pacote completo, e se d� a oportunidade de conhecer aquela pessoa que est� se conhecendo tamb�m.
 
Aquela garotinha n�o existe mais. Escolheu outro nome. A gente chama por outro pronome. Continua sendo uma pessoa apaixonante. Ontem, eu o encontrei na rua, meu filho o abra�ou como sempre fez. Ele me chamou de tia como de costume. N�o sou tia de sangue, mas sou tia de cora��o.

Dei-lhe um abra�o. Estava com saudades. Senti o amor transbordar. E a minha vontade de mudar o mundo cresceu. Desejei poder proteg�-lo do mundo, das pessoas. O mundo precisa acolh�-lo como seus pais fizeram.
 
O processo � longo. Voc�, seus pais, seus amigos, todos vamos aprender muito nesse seu percurso.  Eu o vejo como voc� se v�. Eu o vejo como eu sempre vi, n�o importa o nome, n�o importa o pronome. Importa o amor que sentimos por voc�.

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