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Estado de Minas DAD SQUARISI

Confira os trope�os que podem tirar pontos no concurso

Fique esperto, pois as armadilhas s�o muitas: 'v�timas fatais', pacientes 'de 0 a 18 anos', 'face ao exposto', expediente entre '12 e 14h'...


21/08/2022 04:00 - atualizado 21/08/2022 08:03

Ilustração mostra jovem segurando folha de apostila

Voc� vai fazer concurso?  Redige of�cios, memorando, relat�rios, exposi��o de motivos? Candidata-se a vaga na universidade? Est� de olho em promo��o no emprego? Escreve e-mails? Participa de redes sociais? Abra os olhos. N�o caia nas ciladas que roubam pontos e prest�gio. As armadilhas s�o muitas. A seguir, desmontamos algumas.

O hospital atende pacientes de “0” a 18 anos.

Zero ano? Nem com m�gica. S� depois de 365 dias, completam-se os 12 meses necess�rios pra chegar l�. Melhor dar tempo ao tempo: O hospital atende pacientes de at� 18 anos.

“Duas” milh�es de mulheres.

Ops! Milh�o � masculino e n�o abre. Numerais, artigos e pronomes t�m de concordar com ele: dois milh�es de mulheres, os milh�es de crian�as, muitos milh�es de declara��es.

O diretor manter� a “mesma” assessoria.

Ora, se vai manter, s� pode ser a mesma. Se n�o for, o verbo � outro. Pode ser mudar. Ou alterar. X�, pleonasmo: O diretor manter� a assessoria.

O acidente deixou cinco “v�timas fatais”.

Fatal quer dizer que mata. O acidente mata. � fatal. A v�tima, coitada n�o matou. Morreu. Em bom portugu�s: O acidente deixou cinco mortos.

Quem aposentou-“se”?

Olho na gangue do qu. Que, quem, quando, quanto, qual, porque atraem os pronomes �tonos: Quem se aposentou?

“H�” dois meses da Copa, muitas obras est�o no papel.

Olha a confus�o! O h� indica tempo passado. O a, futuro. N�o vale trocar as bolas: Chegou h� pouco. Entrou na universidade h� dois anos. Paulo chega daqui a pouco. A dois meses da Copa, muitas obras est�o no papel.

“Face ao” exposto, pouco se pode fazer.

Aten��o, marinheiro de poucas viagens. Face a n�o existe em portugu�s. A forma 100% nacional � em face de: Em face do exposto, pouco se pode fazer.

Educa��o deve ser prioridade “independente” do vencedor.

Epa! Independente � adjetivo. Quer dizer livre. Independentemente � adv�rbio. Significa sem levar em conta: O Brasil ficou independente de Portugal em 1822. Educa��o deve ser prioridade independentemente do vencedor.

Lia estava com a m�e quando o ladr�o encostou a arma na “sua” cabe�a.

Sua de quem? Pode ser da m�e ou da filha. O sua responde pela ambiguidade. Melhor livrar-se dele: ...encostou a arma na cabe�a da crian�a. Ou da m�e.

Expediente entre “12h e 14h”.

Na indica��o de horas, o n�mero vem sempre (sempre mesmo) acompanhado de artigo: Expediente entre as 12h e as 14h.

Ele “aposentou” aos 60 anos.

Olho no verbo pronominal. Aposentar quem? O INSS aposenta o trabalhador. Mas o trabalhador se aposenta. Eu me aposento, ele se aposenta, n�s nos aposentamos, eles se aposentam.

Haver� elei��es presidenciais “esse” ano.

Que ano? Se � o ano em curso, o este pede passagem. A regra vale para semana e m�s: este ano (2022), este m�s (agosto), esta semana (a semana em curso).

1,3 “milh�es”

Nas fra��es, o substantivo concorda com o n�mero inteiro: 1,35 milh�o, 0,45 bilh�o, 2,3 trilh�es.

A lei est� "vigindo".

Vigir n�o existe. A forma � viger. Intolerante, o diss�labo detesta o a e o o. Por isso s� se conjuga nas formas em que essas vogais n�o aprecem depois do g. A 1ª pessoa do singular do presente do indicativo (eu vigo) ou o presente do subjuntivo (que eu viga)? Uhhhh! Fora! Nas demais, viger � regular. Conjuga-se como viver: vives (viges), vive (vige), vivemos (vigemos), vivi (vigi), viveu (vigeu), vivemos (vigemos), viveram (vigeram); vivia (vigia); viveriam (vigeriam). E por a� vai. Na d�vida, deixe o viger pra l�. Que tal vigorar? Ou entrar em vigor?

O fiscal extorquiu o “comerciante”.

Que susto! Fiscal extorquir comerciante? � dif�cil. Extorquir n�o � l� coisa boa. Significa obter por viol�ncia, amea�as ou ardis. O verbo tem uma manha. Seu objeto direto tem de ser coisa. Nunca pessoa. Extorque-se alguma coisa. N�o algu�m: Fiscal extorquiu dinheiro de comerciante. A pol�cia tentou extorquir o segredo. Extorquiram a f�rmula ao cientista.

Lula "se" sobressai nas pesquisas.

Sobressair n�o � pronominal. Altivo, ele dispensa objeto. Reina sozinho, absoluto: Lula sobressai nas pesquisas. Os baianos sobressaem na m�sica. O CIEE sobressai nos est�gios.

"Aluga-se" casas.

A passiva sint�tica (constru�da com o pronome se) � trope�o certo. Sobram placas com "vende-se frutas" ou "aluga-se casas". Nada feito. Para n�o dar esbarr�es na l�ngua, lembre-se do macete: construa a frase com o verbo ser. Se o danadinho ficar no plural, o da passiva sint�tica vai atr�s. Se no singular, idem: vendem-se frutas (frutas s�o vendidas), alugam-se casas (casas s�o alugadas), constr�i-se muro de pedra (muro de pedra � constru�do).

Jo�o ou Rafa "ser�o" presidente do clube.

O ou joga em dois times. Ora inclui. Ora exclui. Olho vivo! Se mais de um sujeito pode praticar a a��o, � a vez do plural: Um ou outro artista compareceram � festa (nada impede que mais de um artista apare�a). O perigo mora na exclus�o. A�, s� um pode reinar. O verbo tem de concordar com ele. � o caso de "Jo�o ou Rafa ser� presidente do clube". S� h� uma vaga? O singular pede passagem. 

Leitor pergunta

A maioria do pessoal sumiu ou sumiram?
. Carlos Marcelo, BH

Partitivo � parte de um todo. H� express�es partitivas – parte de, uma por��o de, grupo de, o resto de, a metade de, a maioria de. Com elas, o verbo pode concordar com o sujeito ou complemento. Quando os dois s�o singular, o verbo fica no singular (a maioria do pessoal saiu). Quando seguidas de complemento plural, o verbo se esbalda. Pode concordar com o sujeito ou com o complemento: A maioria dos brasileiros lamentou (lamentaram) a morte do J�. Metade das crian�as saiu (sa�ram).

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