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Estado de Minas

Muitos anos de vida!


postado em 15/03/2020 04:00 / atualizado em 11/03/2020 19:05



''Em nome dos m�dicos que t�m o dom da cura e a sabedoria para ouvir muitas e muitas vezes a mesma hist�ria''



Em nome dos m�dicos que ainda olham nos olhos do paciente e conseguem enxergar al�m da dor f�sica. Sabem que quando d�i tudo, a dor � na alma. Em nome dos m�dicos que n�o v�m pessoas mais velhas como motor usado e sem conserto de um fusca velho.

Em nome dos m�dicos que unem ci�ncia e espiritualidade, que sabem que f� tem a ver com sa�de, com a cura de males que detonam o corpo por motivos alheios aos protocolos m�dicos. Desses que t�m certeza que ci�ncia e f� comungam, est�o de m�os dadas. Em nome dos m�dicos que reconhecem: cuidar de pessoas mais velhas exige paci�ncia, responsabilidade e amor.

Desses m�dicos que praticam o envelhecimento ativo e saud�vel pregado pela Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS). Em nome dos m�dicos que t�m o dom da cura e a sabedoria para ouvir muitas e muitas vezes a mesma hist�ria. Em nome dos m�dicos que t�m toda paci�ncia do mundo com os lapsos de mem�ria que anunciam a devasta��o da doen�a de Alzheimer.

Em nome dos m�dicos que curam mais do que rem�dios nas prateleiras das drogarias. Em nome dos m�dicos que cumprem a miss�o que lhes foi outorgada em outras dimens�es. Dos m�dicos sem contraindica��es. Dos m�dicos que t�m sempre serenidade quando a vida do outro � um caos ou est� por um fio. Daqueles que anunciam o ver�o mesmo quando a pr�xima esta��o j� deixa calafrios no corpo e na alma. Daqueles que curam com poemas e mensagens de levantar qualquer astral. Dos anjos que vieram a Terra sem asas, mas com a miss�o de valorizar a vida e o ser humano.

Em nome de um m�dico em especial, que sempre esteve presente na minha vida, de um modo ou de outro. Um m�dico que me encantou desde o primeiro momento como geriatra, especialidade que ainda estava engatinhando. Em nome de um m�dico que falou pela primeira vez de um mal ainda pouco conhecido, mas que devasta o c�rebro –  a doen�a de Alzheimer. Criador e presidente da Associa��o Mineira de Alzheimer por diversas vezes, ele antevia que essa dem�ncia senil afetaria hoje 35,6 milh�es de pessoas no mundo, das quais 1,2 milh�o no Brasil. Com o aumento da longevidade, ele previa que o n�mero de pacientes iria dobrar at� 2030 e triplicar em 2050.

Em nome desse m�dico que tenta cuidar de mim at� hoje, que me pede com gentileza para deixar o tabagismo, mas mesmo assim continua me dando informa��es sobre sa�de, vacinas, alertas sobre o coranav�rus, dicas de envelhecer bem. Em nome do doutor Fl�vio Alu�zio Xavier Can�ado (ilustra��o), que completa 80 anos em 24 deste m�s e que continua ativo, forte e nunca deixou morrer os seus sonhos e projetos de vida. Em nome do doutor Fl�vio Can�ado que acaba de lan�ar o livro de poemas O elo invis�vel, pela editora 3i, em homenagem � mulher com a quem est� casado h� 45 anos, eu digo: ainda h� encanto e sabedoria em tudo que esse m�dico faz, como, por exemplo, ensinar a uma de suas duas netas a fazer caf�. Maria Beatriz tem 7 anos, mas sabe que o caf� do av� � o mais gostoso que j� tomou.

Entre as in�meras consultas e retornos aos pacientes, o av� separa um tempo para chamar a aten��o da neta para os riscos de ligar o g�s, a �gua e lidar com o caf� quente. Maria Beatriz � irm� de Maria Luiza, de 10, filhas de Maria de Lourdes. Esse m�dico ainda tem tempo de ir � missa aos domingos na Igreja de Santana, no Bairro Serra. Tempo de se deliciar com o nascimento do neto Luca em dezembro do ano passado. De acolher os tr�s filhos quando necess�rio, Maria de Lourdes, Ana Carolina e Mateus, que voltam ao ninho do casal Fl�vio Can�ado e Maria Vict�ria Flecha de Lima sempre que se esquecem de voar.

Em nome de um m�dico que atende chamadas de pacientes a qualquer hora do dia ou da noite, que � doce, mas preserva a inquieta��o de registrar em livros acad�micos ou de prosa seus conhecimentos e vis�o de mundo. Em nome de um m�dico elegante em seus jalecos brancos como as nuvens de seus cabelos, das longas conversas por telefone ou no consult�rio, que ele se disp�e a ter comigo, eu comemoro e brindo: “Parab�ns, vida longa e saud�vel, doutor Fl�vio Can�ado. Acho que Deus fez esse ser humano peculiar e, em seguida, jogou a f�rma fora”.


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