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Estado de Minas DA ARQUIBANCADA

H� quem se iluda no Cruzeiro com 'milagres' do clube-empresa

Muitos enxergam a SAF como ant�doto a conselhos deliberativos e cartolas irrespons�veis. Mas onde entra a paix�o?


03/11/2021 04:00 - atualizado 03/11/2021 13:08

Torcida do Cruzeiro na arquibancada do Mineirão
A torcida do Cruzeiro, que n�o merece tanto sofrimento, espera ver um time digno em campo, assim como uma diretoria capaz (foto: RAMON LISBOA/EM/D.A PRESS - 20/8/21)
Dinheiro, no asqueroso futebol moderno, � capaz de comprar quase tudo. Mas traumas, por exemplo, muito raramente s�o liquidados, mesmo quando se tem recursos financeiros para tentar todo tipo de tratamento. Na �ltima semana, dois desses traumas provaram a pertin�ncia de se aplicar o adv�rbio “quase” � afirma��o inicial desses rabiscos semanais.

O primeiro trauma a justificar o “quase” foi revelado pelo frenesi da Turma do Sapat�nis (que certamente ser� campe� brasileira daqui a algumas rodadas, cumprindo a m�dia de uma conquista relevante a cada 50 anos de hist�ria). No �ltimo s�bado, ela queria, a qualquer custo, entrar no Maracan� para uma lun�tica vingan�a pela humilha��o de n�o ter ganho absolutamente nada de relev�ncia na d�cada de 1980, mesmo tendo um tima�o. Sabe-se, por falta de peso na camisa, mas eles insistem na fantasia de culpar o Flamengo.
 

N�o entraram no est�dio; perderam o jogo e assistiram – de salto alto –, mais uma vez, � torcida do time carioca n�o dar a m�nima pelota para a suposta rivalidade que, no fundo, novamente se provou ser apenas um trauma da agremia��o do bairro de Lourdes.

O segundo fato veio da declara��o do filho de um dos bilion�rios do Brasil Mis�ria ao reafirmar que a sua empresa jamais patrocinaria o Cruzeiro. Importante registrar, para ser justo, o quanto ele foi extremamente educado, maduro e respeitoso ao dar a declara��o num tom de brincadeira amena e sadia. Apesar disso, sem querer, acabou mostrando como a possibilidade de gerar mais dinheiro, via publicidade, n�o est� acima de superar o fantasma chamado “Cruzeiro”.

Esse pre�mbulo para chegar ao trauma que realmente cabe ao lombo cruzeirense. Na opini�o digna de um escriba de arquibancada, n�o haver� dinheiro no mundo capaz de nos livrar dos estragos de imagem, valores hist�ricos e trajet�ria que esses �ltimos quatro anos provocar�o no Cruzeiro.

A organiza��o criminosa composta por dirigentes, conselheiros, empres�rios e jogadores, instalada dentro do clube de 2018 a 2019, causou uma destrui��o incalcul�vel. O financiamento do caos, feito por pura vingan�a por personagens conhecidos da politicagem do clube (mas que, no momento, covardemente se mant�m nas sombras) minou qualquer possibilidade de pacto pela r�pida ressurrei��o.

E, por fim, a catastr�fica gest�o de imagem, de valores humanos e, principalmente, do futebol profissional que a ala de nerds, coaches e narcisistas da atual diretoria empreendeu. Ela completa a trilogia desse desastre inapag�vel que nos ser� eterno. Nem mesmo o in�dito profissionalismo (em 100 anos de hist�ria) empreendido por outra ala nas �reas administrativa, financeira e de controladoria ter� f�lego para nos livrar desse trauma por d�cadas a fio.
H� quem prefira n�o refletir sobre essa trilogia. Uns fazem vista grossa para a impunidade dos criminosos de 2018/2019. Outros fingem n�o fazerem parte do grupo canalha do “quanto pior, melhor”. E um tanto prefere jogar os erros do presente para atr�s do espelho.

A bola para a cegueira da vez � a tal SAF (Sociedade An�nima do Futebol). O abrasileiramento do “clube-empresa”. Para uns, o ant�doto contra os conselhos deliberativos incompetentes e os cartolas irrespons�veis. Para outros, apenas o pr�ximo cap�tulo de uma morte anunciada, pois veem nesse modelo a porta escancarada para a lavagem de dinheiro e para a volatilidade da especula��o financeira.

Para mim, a tal SAF � simplesmente a comprova��o de que o futebol-paix�o n�o existir� nunca mais, seja no Cruzeiro, no Atl�tico de Lourdes, no Flamengo ou em qualquer outro clube brasileiro. Porque assim como para os traumas, n�o h� dinheiro no mundo capaz de fazer esse esporte voltar a ser movido pelo melhor dos sentimentos, a paix�o.

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