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Mineiro integra liga internacional de fot�grafos a favor da conserva��o

Jo�o Marcos Rosa � o primeiro fot�grafo de Minas Gerais entre 190 colegas de 30 pa�ses


18/07/2022 04:00 - atualizado 17/07/2022 16:34

De camisa verde, de pé, em ambiente florestal, o fotógrafo João Marcos Rosa empunha câmera com lente de grande alcance
Jo�o Marcos Rosa se dedica h� 20 anos � fotografia da natureza (foto: Leo Drumond/Divulga��o)

 
O fot�grafo mineiro Jo�o Marcos Rosa � reconhecido pelo seu trabalho com o meio ambiente. Em 20 anos dedicados � fotografia ambiental, lan�ou seis publica��es.

"O livro ‘Harpia’, um document�rio fotogr�fico que come�ou como uma reportagem para a ‘National Geographic’ em 2004 e em 2010 se materializou nesta obra que conta a hist�ria dessa incr�vel �guia tropical. O livro ‘Jardins da Arara de Lear’, que publiquei junto com o escritor Gustavo Nolasco, em 2018, tamb�m foi um divisor de �guas na minha carreira", aponta.

"Conseguimos nessa obra reunir a hist�ria de homens e araras na mesma jornada, mostrando que um n�o existe sem o outro. Trabalhar esse tema em meio ao sert�o do Raso da Catarina me fez enxergar a natureza de uma maneira muito mais integrada", diz ele, que est� amadurecendo um projeto sobre as araras das Am�ricas. 
 
"Um livro que aborda a beleza e a representatividade dessas aves para esse sentimento tropical que une diversos pa�ses. Uma ode �s araras que colorem nossas florestas e cumprem pap�is muito importantes nos ecossistemas que habitam", antecipa o fot�grafo, que construiu a carreira ao lado dos s�cios na Nitro Hist�rias Visuais, ag�ncia de fotografia que hoje � uma produtora multim�dia.

Parte do acervo pode ser acessado pelo site da produtora. Trabalhos recentes de Jo�o est�o em seu perfil no Instagram (@ joaomarcosrosa). "Fica dif�cil contabilizar quantas fotos e horas de filmagem foram produzidos durante toda essa jornada. Foram centenas de expedi��es por mais de 20 pa�ses e incurs�es pelos quatro cantos do Brasil. � muita poeira no olho nessa caminhada."

Onça-pintada captura jacaré no Pantanal mato-grossense
Fot�grafo flagrou bote de on�a-pintada em jacar� no Pantanal mato-grossense (foto: Jo�o Marcos Rosa/Divulga��o)


O trabalho de Jo�o Marcos Rosa foi reconhecido, e ele acaba de ser escolhido para fazer parte da Liga Internacional dos Fot�grafos pela Conserva��o (ILCP). � o segundo brasileiro selecionado pelo grupo, que re�ne os principais nomes mundiais da fotografia e cinema de natureza. 

O que significa ser o primeiro fot�grafo mineiro entre 190 profissionais de 30 pa�ses que integram a ILCP? O que isso acrescenta � sua carreira?  

Primeiro, eu sinto uma enorme honra por estar ao lado de grandes fot�grafos que h� d�cadas contam a hist�ria natural do seu planeta e batalham por sua prote��o. E fico muito feliz pelo reconhecimento da minha trajet�ria de mais de 20 anos dedicados � comunica��o ligada � conserva��o do meio ambiente.

E com tudo isso vem agora a responsabilidade de representar Minas Gerais e nosso pa�s nessa entidade, lutando para que as quest�es ambientais do nosso estado e do Brasil possam ecoar por todo o mundo e trazer mudan�as positivas para a nossa realidade.

Como foi receber a aprova��o na Liga, quatro anos depois da sua primeira tentativa?

Foi uma grande emo��o. Estar ao lado dos profissionais que s�o as grandes refer�ncias para mim � uma honra imensa, assim como a responsabilidade que vem com ela.

Participar dessa entidade ao lado de fot�grafos como Frans Lanting, Cristina Mittermeier, David Doubilet, Luciano Candisani, entre outros, fortalece o sentimento de que estou no caminho certo e que minha voz e minhas imagens est�o atingindo seus objetivos.
 
Seus primeiros trabalhos foram publicados aqui no Estado de Minas, com a s�rie “Parques de Minas”. De l� pra c�, qual a evolu��o do seu olhar como fot�grafo para o meio ambiente? O que mudou em voc� e na rela��o da sociedade civil com o meio ambiente?

Sim, meus primeiros trabalhos publicados ligados ao meio ambiente foram publicados no antigo Estado Ecol�gico e foram muito importantes para que eu pudesse perceber que estava trilhando o caminho certo.

Desde ent�o, acredito que esse tempo todo de estrada e que ter conhecido tantas hist�rias pelo caminho me fizeram enxergar o mundo de uma forma integrada, fazendo com que minha abordagem sobre os assuntos ambientais tivesse uma pegada que mostra como estamos todos conectados aos impactos ao meio ambiente.

Nos anos 2000, havia muitas publica��es especializadas. Hoje, nem tanto. Qual o caminho para um fot�grafo como voc�, com seu trabalho de apoio � conserva��o do meio ambiente?

Houve uma transforma��o brutal na nossa forma de nos comunicar e na forma como consumimos a informa��o. O fato de eu ter vivido no in�cio da minha carreira a transi��o, tanto para a fotografia digital como para os meios de comunica��o tamb�m digitais, me mostrou que ambos t�m sua import�ncia e que atuam de forma complementar.

Ent�o, mesmo estando conectado a ve�culos de comunica��o exclusivamente digitais e �s redes sociais, ainda sigo acreditando e constatando a for�a de um trabalho impresso, seja num livro, numa revista ou mesmo em uma exposi��o.

Aos 15 anos, inspirado pelo seu av�, Jo�o Rosa, que � de Itabira, voc� come�ou a fotografar. Ao longo dessa trajet�ria, o que voc� lembra de marcante e especial? 

Acho que o momento em que tive o primeiro contato com a c�mera fotogr�fica foi muito marcante. Aprender a enxergar e reparar no mundo olhando por aquele visor mudou a minha vida.

E, com os olhos no visor da c�mera, pude viajar pelo mundo, registrando e dividindo hist�rias. Num dos document�rios mais densos que produzi sobre as harpias, maiores �guias das Am�ricas, pude acompanhar, numa plataforma a 35 metros de altura no alto de uma castanheira, o primeiro dia de um filhote ap�s sair do ovo. Observar e fotografar esse momento no meio da floresta amaz�nica foi um imenso privil�gio.

Outro momento marcante foi presenciar o ataque de uma on�a-pintada a um jacar� no Pantanal mato-grossense. Fotografei desde o momento em que ela avistou o jacar�, sua aproxima��o, o salto para a �gua e o momento quando ela emergiu com as presas em meio ao pesco�o de sua presa. Presenciar uma cena como essa mostra para a gente a for�a da natureza de uma forma muito evidente.
 
Como voc� v� o futuro do planeta, que cada vez mais sofre com a destrui��o do meio ambiente? Voc� tem esperan�a ou acredita que s� um milagre pode nos salvar?

Eu ainda acredito em uma mudan�a, em um n�vel de conviv�ncia mais harm�nica com a natureza. Mas, vivendo em Minas Gerais, mais especificamente no Quadril�tero Ferr�fero, fica dif�cil crer que teremos uma mudan�a.

A ind�stria da minera��o, por exemplo, poderia ser feita de forma muito menos impactante em todos os sentidos, e o estado poderia e deveria estar ao lado de sua popula��o, n�o de interesses econ�micos de curt�ssimo prazo.

Hoje, essas grandes corpora��es, ligadas � leni�ncia dos governos, n�o conseguem enxergar que o mal que est�o fazendo os atinge e a todos os que eles amam. Mas a minha escolha � a de seguir lutando para mostrar que podemos alterar essa rota de destrui��o que vivemos atualmente.

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