A paix�o pela cozinha come�ou aos 17 anos em Barbacena, sua cidade natal. Trinta e seis anos depois, o amor ainda � o mesmo. A novidade, que nem mesmo Edson Puiati esperava, � participar como consultor do primeiro longa brasileiro de anima��o produzido em Minas Gerais.
“Chef Jack: O cozinheiro aventureiro”, em cartaz nos cinemas de BH, conta a hist�ria de um chef de cozinha preocupado em oferecer pratos com extrema qualidade que comete um erro que o transforma em piada. Para dar a volta por cima e provar que ainda � bom, Jack encara um reality, no qual aprende com o sonhador Leonard a import�ncia do trabalho em equipe e do respeito aos colegas – ingredientes essenciais �s rela��es humanas.
Puiati foi chamado para colaborar no in�cio do projeto, h� cerca de tr�s anos, explicando aspectos t�cnicos da gastronomia – das terminologias � postura do chef na cozinha. “A ideia era construir a aventura do chef que n�s, cozinheiros, vivemos todos os dias”, observa. “Estamos sempre em busca dos ingredientes para fazer o melhor prato. � uma busca di�ria. Eu, por exemplo, sempre quero fazer algo que voc� nunca comeu.”
O chef mineiro come�ou no Grande Hotel Grogot�, em Barbacena, onde era aluno e chegou ao posto de gerente-geral. Tamb�m foi respons�vel pela implanta��o do curso de gastronomia da UNA e trabalhou at� o ano passado como consultor de gastronomia. Este ano, voltou a trabalhar no Senac, “uma escola de vida”, nas palavras dele.
O longa de Guilherme Zenha fugiu do �bvio e n�o colocou na tela um chef de Minas executando del�cias da cozinha mineira. “Jack � um chef brasileiro, bairrismo n�o faria sentido”, diz Puiati. O prato apresentado no reality que muda a vida do chef tem como ingredientes �cones da cozinha brasileira. “Fechei os olhos e pensei: qual � o prato que o brasileiro mais come?”, brinca Edson. “Arroz com feij�o deixa todo mundo com muita saudade durante as viagens pelo exterior. Mexido n�o vale. Mexido surge com a limpeza da geladeira. E bai�o-de-dois independe do tipo de feij�o. Pode ser feij�o-de-corda, o roxinho.”
Puiati elogia a qualidade do longa, sobretudo por discutir temas como diversidade e inclus�o. “� um filme did�tico, que deve ser levado para as salas de aula”, sugere. Ao comentar o que h� em comum entre ele e Jack, aponta o esp�rito de competi��o e o empenho em fazer o melhor. “Sempre olho para o meu auxiliar e ou�o se ele tem uma boa ideia. Busco a humildade de ouvir o parceiro. Sei muito bem ouvir meus pares”, afirma.