
Essa semana fiz uma enquete no meu perfil no Instagram
, com rela��o � recente inciativa da cidade de Veneza, divulgada pela revista Viagem e Turismo. A cidade pretende implantar at� 2022 um sistema de acesso pago ao centro hist�rico. Ser� necess�rio reservar, pagar uma taxa de entrada e passar por catracas posicionadas nos principais pontos de acesso ao centro hist�rico. Como se fosse um procedimento de entrada num museu.
Entretanto, apesar do nosso desejo pela (quase) exclusividade, muitas vezes nos deparamos com iniciativas ineficazes, ou at� mesmo grosseiras para a conten��o do avan�o do turismo de massa.
A medida visa principalmente atingir os turistas que passam apenas um dia na cidade, uma vez que esse tipo de turista movimenta menos a economia local, afinal n�o se hospeda em hot�is e muitas vezes nem utiliza os restaurantes. Claro que a tal enquete dividiu as opini�es. Pois se de um lado n�o parece fazer muito sentido cobrar para a utiliza��o de espa�os p�blicos, por outro h� de se entender que o turismo de massa, sem (ou com pouca) movimenta��o da economia em rela��o � carga de pessoas que o destino recebe, pode comprometer a qualidade de vida de quem mora ali e depredar, ou gerar um custo muito alto de manuten��o de pr�dios hist�ricos, al�m de danos ambientais.
Outra iniciativa que gerou burburinho na internet, foi a tentativa da ilha de Fernando de Noronha implantar pulseirinhas eletr�nicas para facilitar os entraves de pagamento na ilha, uma vez que o sinal de internet e telefone � inst�vel na regi�o. Entretanto, a administra��o local em parceria com a empresa desenvolvedora resolveu inovar de uma maneira muito infeliz. Seriam distribu�das cinco cores de pulseiras, organizadas por cores, que apontariam o status social e financeiro do usu�rio. A cor roxa seria distribu�da para artistas e influencers, a preta para pessoas que depositassem mais de R$10 mil no sistema de pagamento, a azul para dep�sitos de at� R$10 mil.
E ainda, haveriam as cinzas exclusivas para moradores da ilha e a verde, que deveria ser devolvida na sa�da da ilha. Claro que a iniciativa gerou muitas cr�ticas, onde muitas pessoas entenderam que o destino estava se transformando em uma grande �rea vip e segregando moradores e visitantes, de acordo com a renda e status. N�o deu outra, o destino voltou atr�s e desistiu da estrat�gia, que agora, ao que parece, trabalhar� com apenas duas cores: verde para consumidores e cinza para comerciantes. A ades�o n�o ser� obrigat�ria, mas acho que tamb�m ser� necess�rio um esfor�o extra para trabalhar um pouco a imagem da gest�o do destino. Afinal s� a ideia j� pegou muito mal.
O fato � que iniciativas neste sentido, precisam ser amplamente pensadas, discutidas e implementadas em fases piloto. Veneza, por exemplo, j� realizou o teste das catracas em diversos eventos.
O munic�pio de Bonito, que sempre cito, vem ao logo de mais de 20 anos implementando a��es
de melhoria da experi�ncia tur�stica e sustentabilidade ambiental, econ�mica e social em suas estrat�gias, como � o caso do voucher �nico e a limita��o di�ria de n�mero de visitantes por atrativo.
N�o � uma equa��o f�cil, pois � uma matem�tica que envolve a subjetividade das rela��es humanas, que deve ter como premissa ser positiva tanto para as comunidades locais, como para as pessoas que querem conhecer os destinos. Como positivo, j� vejo popula��es e turistas opinando sobres as iniciativas, ainda que informalmente. Cabe aos destinos ouvir e propor estrat�gias que agradem �s pessoas e contribuam para o desenvolvimento local e regional a partir da atividade tur�stica.
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