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Estado de Minas COLUNA

Minist�rio do Turismo: a p�ssima escolha do novo governo

Mais uma vez, o turismo no Brasil � preterido


30/12/2022 11:38

Daniela do Waguinho
Daniela do Waguinho vai ocupar a cadeira mais importante do turismo no Brasil (foto: Divulga��o/C�mara)

Este texto n�o � sobre pol�tica. Ali�s, muito pelo contr�rio. Ontem, foi a anunciada aquela que vai ocupar a cadeira mais importante do turismo no Brasil. A nova ministra do Turismo, Daniela do Waguinho.

Sim, o "sobrenome" � o nome do marido, prefeito de Belford Roxo. Uma das cidades nada tur�sticas do estado do Rio de Janeiro. O curr�culo dela passa por Secretaria Municipal de Educa��o, Secretaria de Assist�ncia Social e Cidadania, com forma��o em pedagogia.

E, na pol�tica, como deputada federal pelo Rio de Janeiro, desde 2018. Este ano, Daniela do Waguinho, foi a candidata mais votada � C�mara dos Deputados do Rio de Janeiro, defendendo a pauta de defesa da mulher, da crian�a - com �nfase nos autistas - e do idoso.

Neste breve resumo da carreira da nova ministra, qualquer leigo pode perceber a p�ssima escolha do novo
governo para o Minist�rio do Turismo, para os pr�ximos anos. Mas convido a uma reflex�o mais profunda sobre os riscos para o setor do turismo, que muitos dizem ser o futuro, o mais promissor e, tamb�m, o mais afetado pela pandemia do corona v�rus.

Se, na semana passada, eu escrevia sobre as expectativas para o setor em 2023, hoje vejo um futuro mais incerto. Pode ser uma grata surpresa? Pode. Mas, sinceramente, e tecnicamente, temos tantos "se", que o futuro do turismo como setor de desenvolvimento social e econ�mico do pa�s, parece mais uma vez ter sido preterido.

Se a nova Ministra do Turismo montar uma equipe t�cnica competente, se criar uma boa interlocu��o com o trade, com os estados e munic�pios, se entender de maneira quase instant�nea o que acontece com as pol�ticas p�blicas do turismo pelo menos nos �ltimos 20 anos, se ela n�o for apenas uma pessoa que viaja e acha que opini�es s�o suficientes para transformar o setor.

E por fim, se ela souber articular n�o apenas no congresso, mas no mercado com os principais players. Porque turismo � atividade de mercado, e quem n�o sai do gabinete para saber o que acontece nas transa��es comerciais, n�o h� pol�tica p�blica que sustente o setor.

O fato � que, existem muitos, mas muitos nomes que poderiam ocupar a cadeira dando mais seguran�a para o setor, e at� mesmo garantindo as necessidades pol�ticas do novo governo. Pol�ticos que defendem a pauta do turismo ou gestores p�blicos que j� possuem uma carreira no turismo, seriam capazes de dar resultado e esperan�a ao setor. Falamos regularmente dos n�meros que o turismo � capaz de movimentar no mundo.

Repetimos, a cada ano, os 89 milh�es de turistas que visitam a Fran�a, sendo 33 milh�es s� em Paris, contra os parcos 6 milh�es anuais do Brasil inteiro. Repetimos a pouca concorr�ncia a�rea, repetimos que temos potencial de crescimento no turismo, que temos as melhores praias, as mais lindas cidades hist�ricas, e o povo mais acolhedor. Mas n�o conseguimos fazer isso tudo virar desenvolvimento em grande
escala. E assim, n�o crescemos. Continuamos a ser apenas, o pa�s das commodities.

A cada ano vemos estrangeiros investindo no setor privado do turismo no Brasil, e os pr�prios brasileiros cada vez com mais dificuldade de empreender.

A informalidade que pouco melhora, e a carreira no turismo sendo apenas um degrau para alguma profiss�o mais glamorosa. E quando achamos que, ap�s a pandemia, o turismo seria visto com mais seriedade e profissionalismo, recebemos a troca de um "sanfoneiro" que n�o tinha ideia do que acontecia no turismo brasileiro, pela moeda pol�tica mais rasa e que mais prejudica o desenvolvimento de um pa�s.

Nos resta rezar para a economia caminhar bem, pois assim, pelo menos as pessoas continuam viajando, os
investimentos privados acontecem e estados e munic�pios com gest�o competente conseguem "tocar o barco".

Ser� que, no fim das contas, na melhor das hip�teses, vamos nos contentar com uma ministra que tem uma excelente equipe t�cnica, e que assina o que tem que assinar e sorri nas fotos? Ficam �rf�os os eleitores dela que acreditaram numa plataforma voltada para a defesa da mulher, da crian�a - com �nfase nos autistas - e do idoso, e fica o setor do turismo com a madrasta, que pelo menos na maioria dos contos de fadas, chega ocupando o lugar da m�e, que resolveria todos os nossos problemas.

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