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Estado de Minas COLUNA DO JAECI

Os perigos do "amor" cego pelo time

"A cada ano, com mais integrantes e bandidos infiltrados, as torcidas organizadas se tornaram um terror, sin�nimo de guerra e morte"


30/03/2023 04:00

Briga entre torcedores do Vasco
A briga entre torcedores do Vasco e do ent�o Atl�tico paranaense, pelo Brasileiro de 2013, � triste exemplo da guerra entre clubes rivais (foto: Albari Rosa / Ag�ncia de Not�cias Gazeta do Povo - 8/12/13)


Os tempos mudaram e, infelizmente, para pior. Garanto que quando o saudoso Boror� fundou a “Charanga Atleticana”, a saudosa Dulce Rosalina criou a torcida do Vasco e tantos outros l�deres, dos bons tempos, fundaram torcidas organizadas, n�o imaginavam que viver�amos dias de caos, terror e morte provocados justamente por integrantes de torcidas. Como era bonito ver o Mineir�o lotado, com 120 mil atleticanos e cruzeirenses dividindo o est�dio, com c�nticos e coreografias maravilhosos. O resultado do jogo n�o significava briga ou morte, no m�ximo um mau humor de um ou de outro perdedor. Por�m, a cada ano, com mais integrantes e v�rios bandidos infiltrados, as torcidas organizadas se tornaram um terror, sin�nimo de guerra e morte, de norte a sul do Brasil. As autoridades perderam o controle sobre elas e os dirigentes se tornaram ref�ns, haja vista que hoje s�o obrigados a receber os l�deres dessas fac��es, assim como os jogadores e t�cnicos, que s�o agredidos e afrontados nas portas dos CTs, locais de trabalho deles.

No dia em que li uma mensagem de um torcedor, dizendo que amava mais o clube do que a fam�lia dele, passei a entender o qu�o doente est� a humanidade. Outros dizem que seus clubes s�o sua religi�o. Os c�nticos provocadores como aquele que diz “viemos para matar ou para morrer, e ningu�m vai me segurar, nem a PM” s�o realmente tenebrosos. Vivemos um mundo doente, onde a vida n�o vale nada, onde um menor, assassino, � apenas “apreendido” e n�o pode ter seu rosto mostrado. No mundo inteiro os assassinos, seja de que idade for, t�m a identidade revelada, mostrada na TV e sofrem as puni��es que um adulto sofreria. Al�m, � claro, dos que s�o abatidos, e a popula��o d� raz�o aos policiais no cumprimento do dever de defender o povo. No Brasil, os policiais s�o confrontados e os menores, assassinos, tratados como crian�as, que s�o internadas na Funda��o Casa para cumprir medida s�cio-educativa. Um assassino cumprindo esse tipo de medida, quando deveria estar na cadeia, com pris�o perp�tua. Ser� que o mundo est� errado e o Brasil � o �nico certo?

S� para citar um exemplo recente, aqui dos Estados Unidos, o assassino Nikolas Cruz matou 17 pessoas num dos piores massacres ocorridos na Florida. Ele foi condenado a pris�o perp�tua, mas a popula��o, inconformada, luta para que ele seja executado e tenha decretada a pena de morte. No Brasil, n�o temos pena de morte e muito menos pris�o perp�tua. Quando a gente v� a assassina dos pais, Suzane Ritchtofen, que cumpriu 15 anos de cadeia, na rua, fazendo universidade, a gente percebe que o Estado falhou. Ela � um dos milhares de exemplos de assassinos, condenados, que t�m os benef�cios da fraca lei brasileira.

Voltando ao futebol e a viol�ncia entre torcidas, temos centenas de mortes, ao longo dos �ltimos anos, sem solu��o. Domingo, vimos uma cena das mais lament�veis no jogo entre Internacional e Caxias. Um pai (se � que esse sujeito pode ser chamado de pai), invadiu o campo, com a filha no colo, para agredir um jogador do Caxias e um jornalista. Uma cena das mais terr�veis que j� vimos. Tudo em nome do “amor” ao clube. Isso n�o � amor e esse cara n�o � torcedor. � apenas mais um desequilibrado, agressivo, que n�o respeitou sequer a filha de colo. Imaginem o que ele n�o faria se n�o estivesse com a crian�a? Um cara desses n�o pode conviver com a sociedade de bem. Ele corre o risco de perder a guarda da filha e j� est� proibido de frequentar o est�dio. Algu�m acredita mesmo nisso? N�o se assustem se em breve ele for visto frequentando os est�dios, pois n�o existe puni��o no Brasil, infelizmente.

O amor que eles dizem ter pelo clube n�o passa de um �dio, guardado, que n�o admite que o outro tor�a pelo time rival. Eles v�o para “matar ou morrer”, como dizem nos C�nticos e, quando a Pol�cia co�be a viol�ncia nas imedia��es ou dentro do est�dio, eles marcam pontos de encontro para a guerra. Isso vem acontecendo h� d�cadas, sem uma solu��o vis�vel. A� eu pergunto: n�o h� uma autoridade nesse pa�s, capaz de acabar com essa guerra no futebol? Com a resposta, as autoridades brasileiras. A sociedade de bem exige provid�ncias urgentes, antes que mais gente morra nas m�os desses odiosos, que s�o tudo, menos torcedores de verdade dos clubes.

Skank e o �ltimo show

Como eu gostaria de ter ido ao �ltimo show do Skank, no Mineir�o, domingo. Infelizmente, por quest�es financeiras e de sa�de, n�o pude estar l�. Mas estava de cora��o, pois o grupo faz parte da minha hist�ria em BH. Ali�s, fui a um show deles, no caminho para Sete Lagoas, em 1987, quando o grupo ainda se chamava Pouso Alto. N�o havia mais que 100 pessoas. No �ltimo concerto, tocaram para mais de 60 mil vozes, no Gigante da Pampulha. Me contentei em mandar mensagens para meus amigos, Samuel, Henrique, Haroldo e Lelo, al�m, � claro, de Fernando Furtado, produtor e empres�rio da banda. Esses caras estar�o em nossos cora��es e mem�ria, eternamente. O Skank n�o acabou, apenas vai dar um tempo para que cada um siga a carreira solo. Ser�o bem-sucedidos em tudo o que fizerem. S�o os nossos “Beatles”. S� posso dizer muito obrigado pelas bel�ssimas can��es, pelos inesquec�veis shows e pela obra eterna do Skank.


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