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Estado de Minas TIRO LIVRE

Cl�ssico sem segredos

Para Rodrigo Santana e Mano Menezes, vale o racioc�nio: n�o h� o que inventar. Ou h�?


postado em 02/08/2019 04:00 / atualizado em 02/08/2019 17:32

Pressionado pelos resultados, Mano Menezes deve mandar a campo o que tem de melhor contra o Atlético(foto: Ramon Lisboa/EM/ D.A Press)
Pressionado pelos resultados, Mano Menezes deve mandar a campo o que tem de melhor contra o Atl�tico (foto: Ramon Lisboa/EM/ D.A Press)
O mist�rio costuma ser a t�nica em v�spera de cl�ssicos. Como se isso fizesse de fato uma grande diferen�a, os treinadores teimam em fazer segredo da escala��o, fechar treinos, literalmente, esconder o jogo. Basta puxar um pouquinho na mem�ria para perceber que essa t�tica quase nunca resulta em algo surpreendente ou extraordin�rio em campo. Parece mais charminho dos comandantes mesmo. Para o Atl�tico x Cruzeiro de domingo, por exemplo, h� muito pouco a ocultar – por mais que a gente j� saiba que os treinadores lan�ar�o m�o de tal estrat�gia novamente.
 
No Atl�tico, a quest�o � t�tica. O t�cnico Rodrigo Santana precisa que o time ganhe consist�ncia coletiva, ainda mais agora que a Copa Sul-Americana se afunila e, corretamente, est� sendo encarada com seriedade pela equipe. Se continua n�o sendo a menina dos olhos do presidente S�rgio Sette C�mara, pelo menos quem est� envolvido diretamente nas quatro linhas compreende a import�ncia do torneio para o Galo, financeira e esportivamente falando, por dar, ao campe�o, vaga na fase de grupos da pr�xima Copa Libertadores. Menosprez�-la seria um desprop�sito.
 
No Brasileiro, o alvinegro tem feito boa campanha (acima das expectativas, inclusive) e mostrado certa regularidade, mas ainda sem convencer. Fica sempre a impress�o de faltar algo. � preciso uma sequ�ncia de apresenta��es mais encorpadas para abrir um horizonte mais positivo � frente, e o momento n�o seria mais prop�cio. Triunfo no cl�ssico tamb�m seria importante para Rodrigo Santana se afirmar perante � torcida, sobretudo depois da elimina��o para o arquirrival na Copa do Brasil.
 
Nesse cen�rio, diante das op��es no grupo atleticano, dif�cil imaginar forma��o diferente da que entrou em campo contra o Botafogo, na quarta-feira, no Independ�ncia. Fazer o time, com esses jogadores, atuar bem contra a Raposa � a miss�o de Rodrigo a esta altura. N�o h� o que inventar. Ou h�?
 
No Cruzeiro, n�o adianta muito o t�cnico Mano Menezes deixar no ar se mandar� for�a m�xima ou equipe mista, com vistas � partida de quarta-feira, contra o Internacional, pelas semifinais da Copa do Brasil. A elimina��o na Copa Libertadores, para o River Plate, nesta semana, e a p�ssima campanha no Brasileiro praticamente obrigam Mano a escalar o que ele tem de melhor no cl�ssico. Vale a reedi��o do racioc�nio: n�o h� o que inventar. Ou h�?
 
Rondando perigosamente a zona de rebaixamento, a Raposa n�o pode se dar ao luxo de deixar o Nacional em segundo plano por muito mais tempo, como vinha fazendo ao priorizar as duas competi��es de mata-mata que disputava simultaneamente. A corda est� no pesco�o, e derrotas em cl�ssicos costumam apertar o n� ainda mais. Se pelo menos o time B estivesse dando conta do recado, o comandante celeste at� poderia arriscar. Mas n�o tem sido assim.
 
J� s�o nove partidas sem vit�ria (quatro empates e cinco derrotas) na S�rie A – o �ltimo triunfo foi h� quase tr�s meses: 2 a 1 sobre o Goi�s, em 5 de maio, no Mineir�o. O Cruzeiro venceu somente um dos �ltimos 16 jogos que fez na temporada (3 a 0 sobre o Atl�tico, no Mineir�o, na rodada de ida das quartas de final da Copa do Brasil). Causa e consequ�ncia disso � o aproveitamento do ataque, que n�o balan�a a rede h� seis partidas, pior marca da hist�ria do clube.
 
O 16º lugar assusta o torcedor, especialmente em fun��o do calibre do grupo. Em 12 rodadas, o time celeste soma 10 pontos, de duas vit�rias, quatro empates e seis derrotas. Marcou nove gols e tomou 18. A t�tulo de curiosidade, busquei a situa��o de quem, nos �ltimos quatro anos, esteve nessa coloca��o na 12ª rodada do Brasileiro. Todos tinham campanha melhor que o Cruzeiro.
 
Em 2018, o Vit�ria contabilizava 12 pontos, com um triunfo a mais e o mesmo n�mero de derrotas. No fim daquele ano, acabou rebaixado. Em 2017, quem estava em 16º era o Bahia, tamb�m com 12 pontos de tr�s vit�rias e tr�s empates. Terminou a competi��o em 12º lugar. Em 2016, o Coritiba tinha 13 pontos, de tr�s vit�rias e quatro empates. Escapou por pouco, ficando em 15º, mas n�o aprendeu a li��o e no ano seguinte caiu. Roteiro semelhante seguiu o Internacional, que em 2015 tinha 13 pontos (tr�s vit�rias e quatro empates) e conseguiu boa rea��o no returno, terminando em quinto lugar. No ano seguinte, contudo, foi rebaixado para a S�rie B.
 
Aprender com as dores do outro costuma ser menos sofrido do que se ver obrigado a tirar ensinamentos da nossa pr�pria derrocada. E o Cruzeiro est� tendo essa chance. Ainda est� em tempo, pelo menos.

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