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Estado de Minas ENTRE LINHAS

Ministro do TCU aponta falta de rumo do governo no combate � pandemia

Vital do R�go v� aus�ncia de diretrizes e coordena��o entre Uni�o, estados e munic�pios, por culpa de Bolsonaro


postado em 25/06/2020 04:00 / atualizado em 25/06/2020 07:12

Desde o início da pandemia, Jair Bolsonaro vem minimizando seus efeitos e ignorando orientações da OMS(foto: EDU ANDRADE/FATOR PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO)
Desde o in�cio da pandemia, Jair Bolsonaro vem minimizando seus efeitos e ignorando orienta��es da OMS (foto: EDU ANDRADE/FATOR PRESS/ESTAD�O CONTE�DO)


O Tribunal de Contas da Uni�o (TCU) aprovou ontem um relat�rio do ministro Vital do R�go que resume o que todo mundo estava vendo: falta de diretrizes e coordena��o entre entes federados e �rg�os oficiais no combate � COVID-19, por culpa do governo federal. Esse era o ponto forte da gest�o de Luiz Henrique Mandetta, defenestrado do cargo porque o presidente da Rep�blica ficou enciumado da popularidade adquirida pelo ent�o ministro da Sa�de e discordava da estrat�gia de isolamento social que havia adotado. Bolsonaro queria distribuir cloroquina ao todos os infectados e implementar a atual estrat�gia de “imuniza��o de rebanho”.

Quando Mandetta saiu da Sa�de, em 16 de abril, o Brasil contabilizava 1.924 mortes; hoje, j� s�o quase 54 mil, uma trag�dia anunciada. Na ocasi�o, as pesquisas mostravam que 76% dos entrevistados aprovavam o desempenho do ministro da Sa�de, que antes era avaliado positivamente por 55%. A pandemia havia catapultado sua popularidade, gra�as ao excepcional desempenho na lideran�a do Sistema Unificado de Sa�de (SUS). Ao contr�rio, a atua��o de Bolsonaro, que havia entrado em guerra com os governadores de S�o Paulo, Jo�o Doria, e do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, e se descolado de Mandetta, havia oscilado para baixo, de 35% para 33%. Os ci�mes do cl� Bolsonaro — verbalizado nas redes sociais e entrevistas do presidente da Rep�blica — puseram tudo a perder. Para substituir Mandetta, Bolsonaro escolheu o m�dico oncologista Nelson Teich, que ficou apenas um m�s na pasta e caiu fora, depois da fat�dica reuni�o ministerial de 22 de abril, cujas imagens revelam seu espanto com o que aconteceu na ocasi�o. A essa altura da pandemia, j� eram mais de 14 mil mortos.

Os ministros militares do Pal�cio do Planalto — os generais Augusto Heleno (GSI), Rego Barros (Casa Civil), Fernando Azevedo (Defesa) e Secretaria de Governo, Luiz Ramos — bem que tentaram segurar Mandetta no cargo, mas foi um esfor�o em v�o. A ala radical do governo, liderada por seu filho Carlos Bolsonaro — que n�o faz parte do governo, mas tem grande influ�ncia no governo — j� havia selado o destino de Mandetta. No in�cio de abril, Bolsonaro disse � r�dio Jovem Pan que o subordinado deveria “ter mais humildade” e “ouvir um pouco mais o presidente”. Ao saber da cr�tica, Mandetta falou com o chefe por telefone e ouviu dele que deveria “pedir demiss�o”. Respondeu: “O senhor que me demita”. Era o fim da linha.

Efeito Orloff

No relat�rio apresentado ao Tribunal de Contas, R�go Barros critica a aus�ncia de integrantes t�cnicos da �rea de sa�de no comit� de gest�o da pandemia governo: “Os cargos-chave do Minist�rio da Sa�de, de livre nomea��o e exonera��o, n�o v�m sendo ocupados por profissionais com essa forma��o espec�fica”. Segundo ele, isso pode levar a decis�es n�o baseadas em quest�es m�dicas e cient�ficas, o que resulta em "baixa efetividade das medidas adotadas de preven��o e combate � pandemia, desperd�cios de recursos p�blicos e aumento de infec��es e mortes." O TCU recomendou a inclus�o, como membros permanentes do Comit� de Crise da Covid-19, dos presidentes do Conselho Federal de Medicina, da Associa��o M�dica Brasileira e do Conselho Nacional de Secret�rios de Sa�de, com direito a voz e a voto. Entretanto, o governo n�o � obrigado a cumpri-la.

O relat�rio tamb�m destaca a aus�ncia de ampla divulga��o das a��es de enfrentamento � crise de sa�de p�blica e recomenda a inclus�o de um representante da Secretaria de Comunica��o Social no Centro de Coordena��o de Opera��es do Comit� de Crise para Supervis�o e Monitoramento dos Impactos da Covid-19 (CCOP). O TCU determinou, por�m, que a Casa Civil passe a divulgar no prazo de quinze dias na internet as atas das reuni�es do Comit� de Crise e do CCOP. A fortuna de Bolsonaro pode ser comparada � do presidente Donald Trump, dos Estados Unidos, que tamb�m defendeu o uso de cloroquina e inicialmente se op�s ao isolamento social, embora agora tente se reposicionar, depois de ver sua reelei��o caminhar em dire��o ao brejo.

Hoje, Trump amarga 14 pontos atr�s de seu principal concorrente democrata, Joe Biden. Agora, o principal aliado de Bolsonaro na pol�tica externa, embora se declare seu amigo, cita o Brasil como mau exemplo a ser seguido no combate � pandemia. Bolsonaro cometeu um erro fatal ao demitir Mandetta, com quem dividiria o prest�gio. Como diria o Conselheiro Ac�cio, personagem de E�a de Queiroz em O Primo Bas�lio, as consequ�ncias sempre v�m depois. A flexibiliza��o precoce do isolamento social por governadores e prefeitos, pressionados por Bolsonaro, est� provocando o aumento do n�mero de casos de COVID-19, inclusive onde a pandemia estava sendo controlada. Al�m disso, governo perdeu o rumo na economia.


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