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Estado de Minas entre linhas

O bafo do drag�o da infla��o j� assusta o presidente Jair Bolsonaro

Enquanto o ministro da Economia � fritado, o da Justi�a notifica supermercados por causa da alta de pre�os


10/09/2020 04:00

Bolsonaro está contornando a questão política, mas foi surpreendido pelo majoração de produtos (foto: ANTONIO CRUZ/AGÊNCIA BRASIL)
Bolsonaro est� contornando a quest�o pol�tica, mas foi surpreendido pelo majora��o de produtos (foto: ANTONIO CRUZ/AG�NCIA BRASIL)

 
Poderia intitular a coluna com a frase famosa de  James Carville, o marqueteiro do ex-presidente dos Estados Unidos Bil Clinton. Em 1991, ap�s vencer a Guerra do Golfo e resgatar a autoestima dos americanos depois da dolorosa derrota no Vietn�, o presidente George Bush era o favorito absoluto nas elei��es de 1992 ao enfrentar o desconhecido governador de Arkansas, Bill Clinton. Carville apostou que Bush n�o era invenc�vel com o pa�s em recess�o e cunhou a frase que virou case de marketing eleitoral: “� a economia, est�pido!”. Deu Clinton!
 
Quando tudo parecia dominado na pol�tica, o presidente Jair Bolsonaro sentiu o bafo quente do drag�o da infla��o, com a alta generalizada dos pre�os dos alimentos, atribu�da aos efeitos das pandemia na economia e ao c�mbio, com o d�lar cotado a R$ 5,31. Sua rea��o foi a de quase todos os governantes que subestimam a import�ncia do equil�brio fiscal e acreditam que podem controlar a alta dos pre�os com a m�o pesada do Estado. Mandou o ministro da Justi�a, Andr� Mendon�a, tomar medidas contra os supermercados. Deveria ouvir mais as pondera��es da equipe econ�mica quanto aos gastos do governo, em vez de fritar em fogo alto o ministro da Economia, Paulo Guedes, que est� virando um zumbi na Esplanada dos Minist�rios.
 
Ontem, Guedes disse que n�o vai mais negociar as reformas administrativa e tribut�ria com o presidente da C�mara, Rodrigo Maia, porque o eixo da negocia��o agora � pol�tico, se referindo ao general Luiz Ramos, ministro da Secretaria de Governo, e aos l�deres do Centr�o, que comp�em o dispositivo parlamentar de Bolsonaro. A frase tem at� certa dose de ironia, diante da not�cia de que a Secretaria Nacional do Consumidor, vinculada ao Minist�rio da Justi�a e Seguran�a P�blica, notificou representantes de supermercados e produtores de alimentos para pedir explica��es sobre o aumento no pre�o dos alimentos da cesta b�sica.
 
“O aumento de valores foi notado especialmente em rela��o ao arroz, que, apesar dos positivos volumes produtivos da �ltima safra, sofreu diminui��o da oferta no contexto global, o que ocasionou eleva��o no pre�o", diz a nota da secret�ria do Consumidor, Juliana Domingues. J� vimos esse filme em outros momentos da vida nacional, como no Plano Cruzado, durante o governo Jos� Sarney. A manipula��o da economia com os objetivos eleitorais sempre cobra um pre�o muito alto, o problema � que emitiu sinais de que a conta pode vir antes das elei��es de 2022.
 
Para a popula��o, por�m, chegou a galope. A infla��o oficial divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica foi de 0,24%, mas revela uma alta de 2,44% em 12 meses, segundo o �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA). A infla��o dos alimentos, por�m, foi de 8,83%. O feij�o preto, que subiu 28,9%; o arroz, 19,2%, e o �leo de soja, 18,6% no per�odo, lideram a volta da carestia. A alface subiu 18,1%; o tomate, 12,3%; o feij�o-carioca, 12,1%; a batata-inglesa, 9,7%; os ovos, 7,1%; o frango, 6,9%; a carne de porco, 4,2%. Outros produtos subiram at� mais: manga, 61,63%; cebola, 50,40%; abobrinha, 46,87%; tainha, 39,99%; lim�o, 36,56%; morango, 31,99%; leite longa vida, 22,9%, atingindo em cheio o bolso da classe m�dia.
 

Rea��o

O governo tenta reagir. Ontem, zerou a cobran�a de impostos para importa��o de arroz. O presidente da Associa��o Brasileira de Supermercados, Jo�o Sanzovo Neto, foi chamado para uma conversa pelo pr�prio presidente Jair Bolsonaro. Na sa�da, disse que os supermercados n�o s�o os vil�es da infla��o da cesta b�sica e que a margem de lucro das empresas � baixa por causa da grande competitividade do setor. “N�s temos todos os relat�rios. Inclusive, as associa��es dos produtores t�m informado o que oscilou de cada produto.” A previs�o � de que os pre�os somente caiam em 2021, por causa da entressafra.
 
Bolsonaro acredita que press�o sobre os atacadistas e varejistas pode segurar os pre�os. “Tenho apelado para eles, ningu�m vai usar a caneta Bic para tabelar nada, n�o existe tabelamento, mas pedindo para eles que o lucro desses produtos essenciais nos supermercados seja pr�ximo de zero. Acredito que a nova safra come�a a ser colhida em dezembro, janeiro, de arroz em especial, a tend�ncia � normalizar o pre�o”, avalia o presidente.
 
Os especialistas veem de outra maneira: o d�lar alto, a recupera��o da economia chinesa, o aux�lio emergencial e a entressafra s�o fatores objetivos que influenciam diretamente os pre�os. Mas h� outros fatores que exercem influ�ncia indireta, como as indefini��es em rela��o �s reformas tribut�ria e administrativa, a d�vida p�blica de 100% do PIB e o d�ficit fiscal de R$ 1 trilh�o previsto para este ano. 

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