
A c�pula do governo j� se deu conta de que est� protagonizando a maior trag�dia sanit�ria da nossa hist�ria, ao fracassar no combate � COVID-19, com o negacionismo reiterado do presidente Jair Bolsonaro e a incompet�ncia do ministro da Sa�de, general Eduardo Pazuello. Ontem, em solenidade no Pal�cio do Planalto, bem que Bolsonaro tentou dar um cavalo de pau e mudou o discurso em rela��o �s vacinas, at� disse que a senhora sua m�e foi vacinada em S�o Paulo (com a Coronavac do instituto Butantan, quanta ironia, a vacina do governador Jo�o Doria). Somente fez isso porque foi duramente atacado pelo ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, em seu primeiro pronunciamento que a anula��o das condena��es, por sua atua��o como presidente da Rep�blica durante a pandemia.
As previs�es de colapso do Sistema �nico de Sa�de (SUS), advert�ncia que os sanitaristas e infectologistas vinha fazendo desde o m�s passado, est�o se confirmando. O Brasil registrou nas �ltimas 24 horas 2.286 mortes por COVID-19 e 79.876 novos casos, segundo o Conselho Nacional de Secret�rios de Sa�de (Conass). O n�mero de �bitos pela doen�a no Brasil chegou a 270.65 e o total de casos aumentou para 11,202 milh�es. Mesmo assim, Bolsonaro continua sabotando os esfor�os de governadores e prefeitos para conter a propaga��o da pandemia com o isolamento social, enquanto n�o h� vacinas suficientes para imunizar a popula��o.
“A pol�tica do lockdown adotada no passado, o isolamento ou confinamento, visava t�o somente dar tempo para que hospitais fossem aparelhados com leitos de UTI e respiradores. O governo federal n�o poupou esfor�os, n�o economizou recursos para atender todos estados e munic�pios”, disse Bolsonaro. O presidente anunciou que o Brasil j� adquiriu 270 milh�es de doses de vacinas, a maioria para o primeiro semestre deste ano, mas as vacinas n�o chegam na frequ�ncia que a velocidade de propaga��o do v�rus exige, por causa da incompet�ncia do governo nas negocia��es. Voltou a recomendar o “tratamento imediato” com medicamentos n�o recomendados pelas autoridades de sa�de, e sancionou uma lei que prorroga a suspens�o do cumprimento de metas pelos prestadores de servi�o do Sistema �nico de Sa�de (SUS).
Patentes
O general Pazuello, atarantado com a amea�a de que a crise de Manaus se repita simultaneamente em v�rias capitais do pa�s, tamb�m corre atr�s do preju�zo. Tenta minimizar seu fracasso e ressalta os esfor�os dos principais centros de produ��o de vacinas: "Sem a produ��o da Fiocruz e do Butantan, n�s hoje praticamente n�o ter�amos vacinado ningu�m. Essa � a realidade". Desde janeiro, o pa�s utiliza os imunizantes CoronaVac e Oxford/AstraZeneca.
Ontem, na reuni�o da Organiza��o Mundial do Com�rcio, em Genebra (Su��a), por�m, o Brasil voltou a se manifestar contra a suspens�o dos dispositivos de propriedade intelectual sobre patentes de rem�dios, vacinas e outros produtos de combate � pandemia da COVID-19. A proposta apresentada pela �ndia e pela �frica do Sul em outubro de 2020 visa a suspender patentes ligadas a tratamentos e m�todos de preven��o para a COVID-19. Na epidemia de AIDS, a quebra de patentes foi fundamental para controlar a doen�a.
China
Diante do fracasso, Pazuello pediu ajuda � China, que tanto foi hostilizada pelos filhos do presidente Bolsonaro e integrantes do governo, inclusive o chanceler Ernesto Ara�jo. Enviou of�cio � embaixada da China no Brasil para pedir aux�lio para a compra de 30 milh�es de doses da vacina da farmac�utica chinesa Sinopharm, que havia sido ofertada pelo governo chin�s no ano passado, pois trata-se de um laborat�rio estatal, mas � �poca n�o houve interesse do governo. Pazuello tamb�m negocia a compra de outros imunizantes, como o produzido pela Pfizer, �nico com registro definitivo concedido pela Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa), que � outra novela.